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Os pedidos de assistência consular feitos por brasileiros retidos em países africanos não param de aumentar. Quem está nesta situação vem sendo fichado pelo Itamaraty, que diz ter montado uma operação na caça de voos, rotas alternativas e lista de hotéis baratos para a longa espera.
O problema ocorre porque o Brasil fechou suas fronteiras para algumas nações com mais registros de contaminação pela ômicron, nova variante do coronavírus.
A medida temporária foi colocada em prática com a publicação de portaria interministerial do governo de Jair Bolsonaro (PL), no último sábado (27), que trata de um conjunto de regras para o acesso de viajantes ao Brasil diante da circulação da nova cepa do coronavírus.
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Apesar disso, o país já tem três infecções confirmadas por ômicron, sendo que dois dos casos ocorreram pouco antes da restrição entrar em vigor.
Segundo balanço mais atualizado do Itamaraty, 325 solicitações foram encaminhadas a embaixadas e consulados espalhados por África do Sul, Botsuana, Essuatíni (antiga Suazilândia), Lesoto, Namíbia e Zimbábue.
Os pedidos de assistência, segundo o Itamaraty, estão concentrados na África do Sul, país em que a nova variante foi descoberta e vem sendo a responsável por piorar os indicadores locais da pandemia.
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A nação, de 59,3 milhões de habitantes, também funciona como hub aéreo no Sul do continente africano e atrai turistas de diferentes partes do planeta, como os brasileiros.
O Itamaraty não respondeu ao InfoMoney se estuda montar uma operação de voos de repatriação dos brasileiros, como ocorreu em 2020, na China. Naquela ocasião, não havia vacina disponível contra o coronavírus, e os brasileiros estavam no país em que as primeiras infecções de Covid-19 foram registradas.
Agora, o cenário é outro. Quem decidiu cruzar o oceano precisou se imunizar e apresentar testes negativos de Covid-19 para ingressar em terra estrangeira.
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O Itamaraty diz estar trabalhando junto “às companhias aéreas que atuam na região para que os brasileiros possam embarcar, que haja voos ao Brasil, ou que rotas alternativas sejam encontradas”.
O site da Embaixada do Brasil em Pretória (cidade que funciona como sede do poder executivo na África do Sul) informa, desde esta terça-feira (30), que a Ethiopian Airlines contava com voos para o aeroporto de Guarulhos (Grande SP), a partir de Joanesburgo, com conexão em Addis Abeba, aos domingos, nas terças e nas sextas-feiras.
O InfoMoney encontrou no site da companhia aérea apenas sete voos disponíveis neste mês — o mais próximo só decola no dia 15 e possuía, no momento da pesquisa, três assentos disponíveis na classe econômica. O preço do bilhete era de R$ 10.168 (cotação atual). Os dias 18, 20, 22, 25, 27 e 29 também tinham voos para o Brasil.
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“A Ethiopian adverte, no entanto, que os voos das próximas semanas já estão com a lotação esgotada e os com lugares disponíveis para as semanas seguintes estão sendo preenchidos rapidamente”, informou a representação diplomática brasileira em Pretória.
Na Qatar Airways existem apenas quatro voos disponíveis neste mês, de Joanesburgo para São Paulo, com bilhetes custando cerca de R$ 11.000, também na cotação atual. O primeiro voo está marcado para o dia 16; os demais ainda com assentos vagos são entre 17 e 19.
Para a espera não corroer o bolso, o próprio Itamaraty vem listando hotéis de baixo custo aos brasileiros impedidos de voar. Em Cidade do Cabo, uma das regiões turísticas da África do Sul, a lista contava com seis opções, cuja acomodação com diária mais cara não passa de R$ 160, por pessoa.
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23 nações com ômicron
A OMS (Organização Mundial da Saúde) informou, nesta quarta (1º), que 23 países, incluindo o Brasil, notificaram casos da ômicron, que já está presente nos cinco continentes. E advertiu: o número deve aumentar.
Pesquisas científicas já descobriram que a ômicron possui um total de 32 mutações incomuns na proteína spike, parte do vírus que a maioria das vacinas usa para preparar o sistema imunológico contra a Covid-19.
Esse ritmo é, segundo os estudos, o dobro das mutações encontradas na Delta, outra variante altamente transmissível e que foi a responsável pela onda global mais recente de contaminações e óbitos por Covid-19.
“As mutações [da ômicron] podem conferir potencial de escape imunológico e possivelmente vantagem de transmissibilidade”, disse a OMS. “Dependendo dessas características, pode haver surtos futuros de Covid-19 com consequências graves”.
No momento, os pesquisadores buscam saber se a ômicron é mais transmissível do que as demais cepas em circulação, se eleva a gravidade do quadro clínico das pessoas contaminadas e se ela é capaz de driblar a eficácia das vacinas em uso.
A OMS alertou os países no início desta semana que o uso de máscara, o distanciamento social, além de se evitar aglomerações e ambientes fechados continuam sendo estratégias profiláticas de contenção da nova variante.
A organização também aconselhou os governos a promover duas estratégias: a testagem em massa da população, para mapear se a ômicron está em ampla circulação; e a ampliação da vacinação, para prevenir e reduzir a gravidade da Covid-19 entre pacientes contaminados.
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