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SÃO PAULO – O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), ao comentar a escolha do padrão japonês de TV Digital, defendeu que novas questões devem ser discutidas com a sociedade, pois a implantação da TV digital não se resume à escolha do padrão tecnológico.
Para o instituto, a adaptação da tecnologia deverá corrigir as limitações técnicas do padrão japonês a uma TV democrática, plural e acessível a 90% dos lares do Brasil.
“O padrão japonês é tecnicamente favorável aos interesses das emissoras de TV aberta, pois não privilegia a multiplicação dos canais e a decorrente ampliação do conteúdo e bloqueia a entrada das empresas de telefonia nessa área”, diz o comunicado enviado pelo Idec.
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Mudanças para a sociedade
Segundo o Idec, o modelo escolhido privilegia a TV de alta definição, que só será desfrutada plenamente por poucos brasileiros por muitos anos, já que é preciso ter um aparelho caríssimo para usufruir a tecnologia.
No entanto, de acordo com o governo, várias facilidades serão lançadas para atingir todas as faixas de renda do País.
A entidade também afirmou que os padrões europeu e brasileiro se mostravam mais plurais e adequados à realidade e próprios à multiprogramação.
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Para que o processo seja feito de maneira correta, o Idec recomenda que as vantagens (interatividade, acesso a serviços públicos entre outras) que a TV digital propicia devem ser priorizadas e implantadas antes mesmo dos aspectos comerciais.
Inovações brasileiras
Ainda conforme o documento divulgado, “o anúncio de que serão incorporadas inovações desenvolvidas por pesquisadores brasileiros ao padrão escolhido não é suficiente para garantir os ganhos da sociedade”.
Entretanto, as inovações devem fazer com que o padrão japonês se torne mais barato para o consumidor, resultando em conversores de sinal que serão acoplados às TVs comuns ao alcance de todos e com funções razoáveis de interatividade.
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Problemas que já ocorrem
Antes mesmo da escolha do padrão ser confirmada, o Idec já verificava novos problemas para o consumidor, como a propaganda enganosa de aparelhos de TV vendidos sem o devido alerta da necessidade de um conversor de sinais.
Além disso, no período de transição do sinal analógico para o digital, possivelmente ocorrerão danos aos monitores das TVs de plasma.
E outros problemas surgirão, alerta a entidade: aumento do uso do telefone e respectiva fatura mensal, apelos comerciais e publicitários mais fortes e freqüentes, problemas na compra de produtos e contratação de serviços via TV, cobranças por serviços não contratados, informação enganosa e incompleta etc.