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Fundos de ações: cenário favorável permite maior exposição ao risco

Especialista do ABN Amro Real crê que mercado brasileiro de fundos de investimento está no início de um processo migratório

Juliana Pall Farias

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SÃO PAULO – No atual cenário de perspectiva de continuidade de queda nas taxas de juros e permanência do favorável momento do mercado acionário no longo prazo, cada vez mais os investidores buscam por alternativas de aplicação atreladas à renda variável. Para aqueles que visam maiores retornos, mas não se sentem seguros em aplicar em ações por conta própria, uma interessante alternativa são os fundos de investimento em ações.

Internamente, no entanto, este mercado ainda se encontra longe da magnitude internacional desta indústria. Atualmente, os fundos de ações do país ainda representam uma pequena parcela do mercado nacional de fundos de investimento. Segundo Eduardo Castro, Superintendente Executivo de Investimentos do ABN Amro Real, este fenômeno tem um motivo.

Há cerca de cinco anos, não havia incentivos à aplicação em renda variável. O país se encontrava em um momento frágil do ponto de vista macroeconômico, concomitante a elevadas taxas de juros – decorrentes da forte ênfase ao controle inflacionário – trazendo incentivos à manutenção de investimentos em produtos de renda fixa.

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Perspectivas para os fundos de ações

Todavia, o que se observa atualmente é que, além de o cenário externo se encontrar em um momento benigno, a combinação da solidez macroeconômica do país e da tendência do ajuste das taxas de juros a padrões internacionais traz condições favoráveis para que o investidor mais exposto ao risco ouse mais.

Castro acredita que o investidor brasileiro começa a perceber que, para obter maiores retornos, é necessário correr maiores riscos. Aqueles que preferem manter suas aplicações em investimentos mais conservadores – como fundos referenciados DI e renda fixa – devem se sujeitar a menores retornos.

O especialista do ABN Amro observa um claro crescimento da indústria nacional de fundos de investimento em ações. A tendência que se observa é que o mercado brasileiro está no início de um processo migratório, com os investidores mais propensos ao risco e em busca de maiores retornos.

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Migração levará ao investimento em Bolsa

Traçando um caminho para este processo de migração de aplicações conservadoras para mais agressivas, Castro afirma que o primeiro passo desse processo migratório pode ser visto atualmente: a substituição de fundos mais conservadores – como renda fixa e referenciado DI – por fundos multimercados.

O especialista do ABN Amro Real avalia que este tipo de fundo é uma boa alternativa para o investidor que ainda não se sente confortável a aplicações mais agressivas, uma vez que o gestor do fundo fica responsável pela decisão de diversificar as aplicações em diferentes classes de ativos.

O próximo passo seria a aplicação em fundos multimercado com renda variável. Por fim, ao passo que o investidor se acostume com a volatilidade e o risco do mercado acionário, o processo encontraria seu desfecho na migração de aplicações para a Bolsa. Castro ressalva que, dependendo do perfil do investidor e da perspectiva de prazo para retornos, uma combinação entre aplicações em carteiras de ações e fundos multimercado também pode ser vista.