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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga pirâmides financeiras com criptomoedas informou na quarta-feira (30) que solicitou à Justiça a condução coercitiva dos sócios da 123 Milhas, Ramiro Júlio Soares Madureira e Augusto Júlio Soares Madureira.
Os irmãos deveriam ter comparecido à Câmara dos Deputados na audiência de ontem, às 18h, para explicar a suspensão da emissão de passagens e pacotes da linha promocional, que prejudicou milhares de brasileiros com viagens para o final deste ano. Foi a segunda falta.
A defesa dos empresários alegou que eles não puderam ir porque tiveram uma reunião no mesmo horário no Ministério do Turismo.
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De acordo com o presidente da CPI, deputado federal Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), o novo depoimento dos sócios foi agendado para o dia 6 de setembro, às 10h.
Os parlamentares autorizaram a convocação dos irmãos, na condição de testemunhas, além da quebra do sigilo bancário dos dois, na semana passada.
Eles chegaram a entrar com um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar se livrar do comparecimento, assim como fizeram os atores Tatá Werneck e Cauã Reymond, mas não conseguiram.
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No início desta semana, a ministra Carmen Lúcia negou parcialmente o pedido e disse que eles precisariam prestar depoimento, afirmando que “não há razão jurídica a sustentar o pleito liminar apresentado nestes termos” da defesa.
No entanto, a magistrada concedeu para os empresários o direito de ficar em “silêncio exclusivamente se questionados sobre fatos e atos que possam conduzir a seu comprometimento criminal”.
Ontem, a CPI aprovou a convocação de oito testemunhas relacionadas ao caso 123 Milhas: Cristiane Soares Madureira do Nascimento, sócia da empresa; o gerente de prevenção a fraudes, Roger Duarte Costa; e os sócios de duas empresas relacionadas – Tânia Silva Santos Madureira, da HotMilhas, e Max Gaudereto Oliveira, da MaxMilhas.
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Recuperação judicial
A 123 Milhas entrou com o pedido de recuperação judicial no início desta semana na 1ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte. A empresa revelou na petição que tem uma dívida superior a R$ 2,3 bilhões.
Só nos primeiros seis meses deste ano, a agência de viagens teve prejuízo líquido de R$ 1,671 bilhão. No mesmo período do ano passado, as perdas haviam sido de R$ 13,134 milhões.
O negócio também disse para a Justiça que responde a 16,6 mil processos movidos por pessoas físicas, de valores variados. Essas ações somam R$ 231,8 milhões, sendo que a maior delas tem valor de R$ 1,2 milhão.
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(Com informações da Agência Brasil)