Brasil voltará a exigir vistos de cidadãos dos EUA, Japão, Austrália e Canadá, dizem fontes

Medida suspende a decisão unilateral tomada pelo governo de Jair Bolsonaro em junho de 2019

Reuters

(Getty Images)
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O governo brasileiro decidiu retomar a exigência de vistos de entrada no país para cidadãos dos Estados Unidos, Japão Austrália e Canadá, suspendendo a decisão unilateral tomada pelo governo de Jair Bolsonaro em junho de 2019, disseram à Reuters duas fontes com conhecimento do tema.

Nesta quinta-feira (9), a decisão será informada pelo Itamaraty aos governos dos quatro países e então o governo brasileiro fará um anúncio formal da medida.

Brasileiros continuam precisando de vistos para os quatro países.

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Decisão unilateral

Em junho de 2019, a pedido de Bolsonaro, o Brasil decidiu suspender a exigência de vistos dos quatro países alegando que facilitaria a entrada de mais turistas, em uma decisão inédita por desconsiderar o princípio da reciprocidade, usado em geral pela diplomacia.

Normalmente, os país só retiram vistos em um acordo bilateral, em que os dois lados concordam em adotar a mesma medida.

Ao tomar a decisão sozinho, o governo brasileiro perdeu a capacidade de negociação, avalia um diplomata ouvido pela Reuters. Especialmente com os Estados Unidos, com quem uma negociação de facilitação de visto vinha sendo tocada há anos.

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Na época, o governo brasileiro levantou dados de impacto da medida no turismo, e os número revelaram que houve algum movimento, mas que não foi considerado de fato significativo.

Dos Estados Unidos, o aumento da entrada de turistas entre 2018 e 2019 foi de 12%. Depois de dois anos de pandemia, em 2022, os números ainda são um pouco inferiores a 2018. Os norte-americanos representam cerca de 5% dos turistas recebidos pelo Brasil a cada ano.

Já o número de japoneses caiu em 2019 4,5% e, em 2022 foram apenas 17 mil pessoas. Já entre os australianos houve um crescimento de cerca de 15% e entre os canadenses, de 25% entre 2018 e 2019. Os dois países, no entanto, representam juntos menos de 1% dos turistas que vêm ao Brasil.