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GONÇALVES (MG) — O Brasil terá de investir ao menos R$ 110 bilhões até 2035 para que os seus 5.570 municípios atinjam maior segurança hídrica — do manancial à torneira.
O cálculo consta na segunda edição do “Atlas Águas – Segurança Hídrica do Abastecimento”, lançado nesta segunda-feira (18) pela ANA (agência federal responsável pela gestão da água e do saneamento básico no país).
Os R$ 7,3 bilhões em investimentos necessários por ano até 2035, segundo a ANA, serão necessários para tirar o país de ciclos de escassez de água que estão cada vez mais graves e recorrentes.
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O país está em plena crise hídrica, com seus principais reservatórios para abastecimento e produção de energia operando de forma crítica. O Cantareira, maior bolsão de água da região metropolitana de São Paulo, está na casa dos 28%, nível mais baixo desde o colapso do sistema de cinco anos atrás.
Segundo o estudo, a União e os governos dos estados e dos municípios precisam dar as mãos e abrir o bolso para tornar o país seguro em todo o ciclo do abastecimento, o que também inclui a preservação dos mananciais.
O leque de investimentos sugeridos inclui a criação de programas de infraestrutura para produção e distribuição de água; reposição de ativos dessas infraestruturas; controle de perdas do recurso; e medidas mais eficazes ligadas à melhoria da gestão da segurança hídrica das cidades.
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Christianne Dias, diretora-presidente da ANA, afirmou, durante o lançamento do Atlas, que o desafio nacional contempla desde “a questão da quantidade quanto da qualidade dos nossos recursos hídricos”.
Do total de investimentos sugeridos, 76% dos aportes seriam para estados do Sudeste e do Nordeste porque são os mais populosos e, portanto, consomem mais água.
A segunda edição do Atlas também apresenta um novo índice que mede a segurança hídrica dos municípios brasileiras na seguinte escala: baixa, média, alta e máxima segurança hídrica.
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Cerca de 50,8 milhões de brasileiros vivem em 785 cidades com baixa segurança hídrica. Outros 77,3 milhões estão submetidos a média segurança hídrica em 1975 municípios.
Estão com alta segurança hídrica 50,2 milhões de pessoas que residem em 2.143 cidades. E apenas 7 milhões de brasileiros estão hoje em 667 cidades consideradas com segurança hídrica máxima.
Essa desigualdade da gestão da distribuição de água potável pelos sistemas de distribuição no país foi medida a partir da análise de 4.063 pontos de captação de águas superficiais e de 14.189 locais de uso subterrâneo.
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O indicador de segurança hídrica também considerou a vulnerabilidade dos mananciais, a capacidade dos sistemas produtores de água, o desempenho dos sistemas de distribuição com base na cobertura da rede e no gerenciamento de perdas de água.
O estudo mostra que 44% das cidades brasileiras contam com mananciais sob algum tipo de vulnerabilidade —podem secar ou ser afetados com enchentes e mudanças climáticas. As fontes com alta vulnerabilidade têm tornado a vida mais difícil, no momento, para cerca de 5,8 milhões de brasileiros.
Em 39% das cidades, os sistemas produtores de água são satisfatórios; em 42% são necessárias ampliações das unidades; e em 19%, os serviços precisam passar por algum tipo de adequação.
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Outro problema, segundo o estudo, está no desperdício de água. Segundo o Atlas, 22% das cidades brasileiras utilizam os recursos hídricos de modo ineficiente; 13% necessitam reduzir vazamentos; 19% têm potencial para melhorias significativas; e 46% precisam realizar avaliações para confirmar a efetividade das melhorias.
Nenhum município do país, segundo o estudo, possui grau máximo de eficiência na gestão dos recursos hídrico.
O estudo da ANA também aponta que 3.574 municípios possuem cobertura de abastecimento superior a 97%. No outro extremo estão 539 cidades com índice inferior a 70%.
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