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A Fenabrave, associação que representa as concessionárias, descreveu como “complexo” o momento do mercado automotivo nacional.
Ao mesmo tempo em que aponta uma recuperação gradual dos estoques, o que alivia um pouco as restrições de oferta que comprometeram o desempenho do ano passado, a entidade vê o consumo prejudicado pelo contexto de queda da renda, alta das taxas de financiamento e seletividade dos bancos na liberação de crédito.
Nesta quinta-feira (3), ao divulgar balanço com o primeiro bimestre mais fraco nas vendas de veículos em 17 anos, o presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Júnior, projetou reação neste mês com o corte de 18,5% do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos automóveis.
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A entidade diz que já está pleiteando à Receita Federal para que o IPI mais baixo também seja válida a carros em estoque. Adiantou, no entanto, que vai rever as previsões que, por ora, são de crescimento de 4,6% da comercialização de veículos zero quilômetro neste ano. Novas projeções devem ser divulgadas daqui um mês.
Mesmo que a falta de alguns modelos no mercado continue sendo um problema, Andreta Júnior pontuou que o estoque do setor vem “aos poucos” se recuperando. Obstáculos à demanda, por outro lado, entraram em cena.
“Vemos segmentos, como o de automóveis, que mostraram recuperação contra janeiro, mas vivemos, ainda, um momento complexo para o setor, no qual muitos têm enfrentado dificuldades para conseguir crédito, além de persistir a escassez de produtos em muitas categorias de veículos em função da falta de insumos e componentes”, comentou o presidente da Fenabrave. “Isso freia o avanço das vendas”, acrescentou.
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Segundo a associação, ainda são de difícil mensuração os impactos diretos e indiretos da invasão da Rússia na Ucrânia – entre eles, a possibilidade de novos gargalos na cadeia global de produção e nova esticada na inflação dos combustíveis.