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GONÇALVES (MG) – Os preços da carne caíram no país em outubro, segundo dados do IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) divulgados nesta terça-feira (26) pelo IBGE.
Em outubro, os preços da carne registraram queda de 0,31% —os 16 meses anteriores foram de alta. A última redução do produto, segundo a pesquisa, ocorreu em maio do ano passado, com -1,33%.
Apesar disso, as carnes acumulam alta de 22,06% ao longo dos últimos 12 meses. No ano, com dados até outubro, a inflação prévia sobre o produto é de 10,27%.
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Economistas sinalizam que a queda nos preços neste mês pode ser um primeiro reflexo da suspensão das exportações das carnes produzidas no país para o mercado chinês.
A China, grande importadora de carne brasileira, suspendeu as compras após o registro de dois casos de vaca louca em setembro. Sem os embarques para o país asiático, uma quantidade maior do produto vem sendo consumido no mercado interno, o que torna o preço menor.
De 18 cortes que compõem o grupo de carnes pesquisadas no IPCA-15, 12 sofreram baixa nos preços neste mês —a maior queda ocorreu na capa de filé (-1,83%). Seis cortes tiveram alta, com maior avanço da picanha (2,88%).
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O IPCA-15 geral de outubro teve alta de 1,20% frente setembro, sendo a maior variação para o mês desde 1995 (1,34%), e a maior variação mensal desde fevereiro de 2016 (1,42%).
Menos carne na mesa
O impacto da inflação e do desemprego tirou a carne da mesa do brasileiro ao longo da pandemia de Covid-19.
Em várias regiões do país, o que tem sido consumido são partes menos nobres —até ossos e vísceras têm motivado filas de pessoas em açougues pelos itens que, antes da crise, eram descartados.
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Supermercados também foram flagrados em práticas abusivas nas vendas do produto. Em uma unidade do Extra, do Jardim Ângela, na periferia da zona sul de São Paulo, o consumidor só tinha acesso à bandeja vazia com o preço do produto, que só era entregue após o pagamento.
Segundo o Procon-SP, denúncias encaminhadas também relatam que peças de carnes passaram a ficar presas dentro de redes de proteção e até conectadas a alarmes.
As unidades supermercadistas não admitem que as medidas foram colocadas em prática para coibir furtos. Disseram apenas que os casos relatados tratam-se de uma falha pontual nos procedimentos. O Procon-SP diz que apura todas as ocorrências.
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