13º salário: você possivelmente usa do jeito errado; saiba como usar melhor

Empresas devem pagar a primeira parcela da remuneração extra até esta sexta-feira (29)

Paula Zogbi

(Shutterstock)
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SÃO PAULO – Em 2019, as empresas brasileiras têm até o dia 29 de novembro para pagar a primeira parcela do 13º salário aos funcionários – o restante deve ser creditado na conta dos trabalhadores até 20 de dezembro. Mas muitos brasileiros utilizam a remuneração extra de uma forma considerada equivocada por especialistas em finanças.

Uma pesquisa da CNDL/SPC Brasil neste ano mostra que 68% dos brasileiros pretendem gastar o dinheiro com presentes, turismo ou lazer: 32% dos trabalhadores vão usar a remuneração extra de fim de ano para fazer compras, crescimento de 9% com relação a 2018. Outros 22% utilizarão para a comemoração de Natal e Ano novo e 14% realizarão viagens.

Enquanto isso, 24% querem investir e outros 15% pretendem priorizar o pagamento de contas básicas, de acordo com os dados do SPC.

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Na avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o cenário econômico pouco melhor do que em anos anteriores pode estimular uma disposição maior dos brasileiros em ir às compras com o 13º salário, mas a recomendação unânime entre especialistas em finanças é que quem tem dívidas priorize ficar no azul.

“A prioridade deve ser sempre sair do vermelho e evitar pagamento de juros que se acumulam. Se o consumidor tem apenas uma dívida em aberto, é mais fácil resolver o problema com a chegada deste dinheiro extra. Caso exista mais de uma, a regra geral é priorizar as dívidas que têm os juros mais altos como, por exemplo, cheque especial e cartão de crédito”, afirma Marcela.

Além do custo da dívida, deve-se priorizar pagar em dia o referente a serviços essenciais, como luz, gás, internet e celular, por exemplo.

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Segundo Otavio Machado, especialista em educação financeira da plataforma de crédito com garantia Creditas, esta é justamente a melhor época do ano para conseguir renegociar dívidas perante os credores. É quando os descontos são melhores. Por isso, o 13º é ideal para se livrar de débitos com altos juros.

Neste ano, seis dos maiores bancos do país criaram, em ação conjunta, um mutirão de renegociação de dívidas que vai da próxima segunda (2) até o dia 6 de dezembro. Os descontos serão de 92% dos débitos e as condições de pagamento são facilitadas, com carência de até 180 dias.

“Uma dica é começar com as parcelas que mais prejudicam sua renda mensal, e começar 2020 com um planejamento financeiro mais adequado”, diz Machado. Para isso, comece elencando todos os gastos mensais, do maior para o menor.

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Não tem dívidas atrasadas?

Segundo Leticia Camargo, planejadora financeira com certificação CFP, após as dívidas em atraso também há uma ordem ideal para o uso do 13º salário. É ela:

“Se as dívidas estiverem sendo pagas em dia e se a pessoa já fez o dever de casa de conseguir as melhores taxas de juros disponíveis, vale a pena guardar (investir em) uma pequena reserva de emergências”, diz a especialista. Isso garante que, em caso de emergência, não seja necessário recorrer ao cheque especial ou parcelamento do cartão de crédito, produtos com as maiores taxas de juros do mercado.

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Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney