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Os números não mentem: o ensino presencial não retornou a patamares pré-pandemia, conforme apontou a Yduqs (YDUQ3) em sua apresentação dos números do primeiro trimestre de 2023 (1T23) para analistas de mercado nesta quarta-feira (10).
A captação no 1T23 na graduação presencial foi 14% maior em relação ao 1º semestre de 2021, auge da pandemia, mas 19% menor em relação ao mesmo período do ano passado.
Eduardo Parente, CEO da empresa de educação, disse que “tem espaço (para crescimento do presencial), mas não é na mesma dimensão do que a gente via anteriormente”. Mas ele destacou o fato do tíquete médio ter subido 4% na comparação do primeiro do ano com o primeiro trimestre de 2022.
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“A gente segurou o preço no médio prazo. Isso faz com que a gente tenha captação menor”, disse Parente. “Captação menor gera uma evasão menor”, complementou. Ele avalia que a volta do programa Fies (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior), no radar dos mercados e com expectativa para um anúncio do governo, não faça uma grande diferença no segmento.
Valorização do aluno presente
Aroldo Alvez, vice-presidente da Yduqs, vê a “captação (presencial) como de fato desafiadora”, mas que tem sido compensada em parte na renovação de matrículas. O executivo explica que a empresa “não tem acomodação” com relação à captação de alunos no presencial.
“Como a gente entrega essa presencialidade? A gente tem muito mais dados, mais ferramentas pra gente atuar na ocupação das salas. Mais do que ter a base (de alunos) maior, a gente tem dado pra entregar presencialidade de fato pra quem valoriza”, comentou.
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“A gestão de dados para entregar a presencialidade para o aluno que valoriza, faz com que a gente continue a aumentar a ocupação mesmo nesse período desafiador de captação”, acrescentou.
Semipresencial com potencial
Alvez aposta no semipresencial com grande potencial em meio aos desafios de trazer novos alunos ao presencial. “É para quem não pode pagar o presencial hoje”, disse. “É uma super oportunidade (o semipresencial). Ele entra complementando as salas presenciais. Entra com aquele custo com a sala (presencial) formada. Nesse período, tem sido uma super alavanca sobre o presencial”, explica.
O semipresencial teve avanço em número de alunos: cresceu 26% na comparação do 1T23 com 1T22. Já a base de alunos do presencial teve queda de 12%.
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EAD passa de 500 mil alunos
Um crescimento forte foi observado no segmento digital (ou EAD) da Yduqs. Pela primeira vez a empresa passou a barreira de 500 mil alunos no segmento de graduação digital. Embora tenha comemorado o resultado, Parente preferiu guardar cautela com relação ao crescimento exponencial neste segmento.
“Existe variação de tíquete médio que é muito correlacionado ao momento econômico do semestre, a oferta que a gente escolheu fazer naquele semestre. Isso gera distorções”, ressalta. “Olha o EAD, estão subindo dois dígitos (tíquete médio). Isso não é nossa realidade. É muito mais saudável olhar o tíquete pra quem (aluno) já passou a etapa de descontos e ofertas (veteranos com mais de 1 ano de curso). A tendência é que esses números sejam puxados pra cima”, ressalta.
“O que a gente enxerga é tendência de melhoria de mix, com o EAD crescendo mais do que o presencial, com margens melhores do que na nossa média. Isso puxaria a média pra cima”, disse. “O que está acontecendo excepcionalmente com o EAD agora é que teve uma injeção muito grande de gente de uma vez, sem os efeitos negativos”, concluiu.
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