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SÃO PAULO – A XP iniciou a cobertura de ações de empresas do setor de autopeças, em uma fase delicada para o segmento. No mês passado, a produção da indústria automobilística brasileira recuou mais de 20%, segundo a Anfavea, que precisou revisar para baixo as previsões para a indústria este ano. Os analistas da XP destacam que os veículos leves são a categoria mais impactada em volumes de produção, não apenas no Brasil, mas no mundo todo. Por outro lado, veículos pesados apresentaram melhor desempenho relativo, principalmente no mercado nacional.
Para os analistas da XP, apesar de um momento desafiador no curto prazo para o segmento, com a escassez de semicondutores (que interrompe a produção de veículos) e aumento nos preços das matérias-primas, existem oportunidades de investimento.
A escolha preferida da XP é a Randon (RAPT4), cuja recomendação é de compra e o preço-alvo foi definido em R$ 18 por ação, ou uma alta de 57% frente o fechamento da véspera. Para os analistas, a empresa tem forte desempenho operacional e níveis de valuation atrativos. Os analistas admitem que a empresa está mais exposta ao ambiente macroeconômico brasileiro, já que 86% das suas receitas vêm do mercado nacional. Porém destacam o “forte momento operacional” da Randon, impulsionado pelo agronegócio.
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A XP acredita que o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) em 2021 será 64% maior que a dos níveis pré-pandemia, de 2019. Os analistas também afirmam que a Randon é negociada a múltiplos atraentes. Dentre os riscos da empresa, além da exposição ao cenário macroeconômico brasileiro, a XP também cita a possibilidade de desaceleração da produção de grãos no Brasil.
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Os analistas também têm recomendação de compra para Tupy (TUPY3, com preço-alvo de R$ 32) e Iochpe-Maxion (MYPK3, preço-alvo de R$ 27). Na visão da XP, as duas empresas são alternativas de diversificação, já que ambas têm alta exposição ao mercado externo. A Tupy tem 18% das receitas originadas no mercado interno e a Iochpe-Maxion, 25%. Além disso, para os analistas, as ações das companhias estão sendo negociadas a um nível de valuation barato, com descontos de 20% a 25% em relação a média histórica.
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Em relação aos riscos para as empresas, a XP cita o de desaceleração da atividade industrial global com impactos no setor de bens de capital e a volatilidade do câmbio.
A XP também iniciou, com recomendação neutra, a cobertura de Fras-le (FRAS3, com preço-alvo de R$ 16) e Marcopolo (POMO4, preço-alvo de R$ 2,80). Os analistas têm uma visão mais cautelosa sobre as empresas, afirmando que ambas estão com o valuation “esticado”. No caso de Fras-le, a melhora operacional recente já estaria precificada nas ações, que têm liquidez relativamente baixa.
Sobre Marcopolo, os analistas citam preocupações sobre a concorrência do mercado de ônibus urbanos com outras alternativas de mobilidade e também incertezas a respeito da recuperação de produtos expostos ao turismo, o que afeta diretamente o segmento de ônibus rodoviários, produto de maior valor agregado da empresa.
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O Bradesco BBI também acredita que a performance fraca no segmento de ônibus deve impactar os resultados da Marcopolo no terceiro trimestre. Em relatório distribuído a clientes no começo deste mês, os analistas também citaram Randon e Tupy como empresas que devem se beneficiar com o aumento de venda de caminhões, em detrimento da queda de produção de veículos leves.
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