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De olho em um cenário macroeconômico global que “exige atenção”, o diretor administrativo financeiro da WEG (WEGE3), André Rodrigues, considera a margem Ebitda (Ebitda = lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações/receita) de 21,5% obtida no terceiro trimestre “bem razoável” dado o contexto no mercado exterior.
Em teleconferência com analistas do mercado nesta manhã de quinta-feira (26), ele destacou que a empresa catarinense não vê redução de investimentos para 2024, mas está atenta à desaceleração da demanda nos negócios de ciclo curto.
As ações da fabricante de motores elétricos fecharam a sessão com avanço de 3,78%, a R$ 32,66, após uma queda de 10,11% ontem, quando a empresa divulgou o balanço do 3T23, com analistas considerando o resultado “atipicamente” decepcionante, mostrando desaceleração.
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Para André Rodrigues, o trimestre da WEG foi positivo em “margens operacionais e ROIC (retorno sobre o capital investido), apesar de ritmo de crescimento menor”. Ele destacou que o mix de produtos vendidos e a manutenção da eficiência operacional continuaram contribuindo para o bom desempenho da empresa. “Mas neste trimestre tivemos um aumento de receitas de eólico. Normalmente o negócio de eólico possui margens menores, e isso impactou na redução de margem”, afirmou.
Já a receita do 3T23, segundo ele, foi impactada por dois fatores: a valorização do real e o desempenho de negócios de geração solar. Assim, o menor crescimento das receitas consolidadas foi concentrado sobretudo no Brasil, devido à demanda por alguns negócios de ciclo curto (motores comerciais, eletroeletrônicos e automação). A receita operacional líquida da companhia atingiu R$ 8,07 bilhões no trimestre, 2,1% superior ao 3T22 e 1,2% inferior ao 2T23.
Assim, apesar de a carteira de pedidos de ciclo longo da WEG continuar positiva, o cenário econômico externo preocupa, e a empresa diz que segue atenta a possíveis riscos de volatilidade nas operações da WEG.
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Momentos desafiadores
De acordo com André Rodrigues, a empresa vai continuar a seguir as avenidas de crescimento traçadas, como o desenvolvendo de novas oportunidades de produtos maduros, demanda por eletrificação, internacionalização e crescimento inorgânico.
“Estamos num momento que não temos mais vento favorável sobre a demanda de alguns negócios que atuamos. Situações como essa a companhia já viveu diversas vezes. E o que a WEG procura fazer é, como estratégia de longo prazo, encontrar alternativas para suportar momentos mais difíceis”, destaca.
Mesmo em ambientes desfavoráveis, a companhia tem que encontrar alternativas para buscar oportunidades de crescimento, segundo Rodrigues.
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Investimentos da WEG para 2024
A diretoria da WEG está construindo o orçamento para 2024, mas não vê redução de capex (investimento) para o próximo ano. No 3T23, houve investimento de R$ 431,7 milhões em modernização e expansão de capacidade produtiva, máquinas e equipamentos e licenças de uso de softwares. Foram 43% no Brasil e 57% destinados aos parques industriais e demais instalações no exterior.
Rodrigues citou dinâmicas positivas para o setor de T&D (Transmissão e Distribuição) de maneira consistente em todas as regiões em que a WEG opera.
“Estamos prevendo mais aumento de capacidade em Brasil, América do Norte e outros países da América Latina. Não podemos esquecer dos investimento que estamos fazendo no Brasil, seja no negócio de baterias, de capacidade para motores e fábrica para mobilidade elétrica. Com essa visão de longo prazo e alguns negócios com projeção de demanda consistente para o futuro, não vemos redução de capex”, pontua.
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