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A Medida Provisória 1152, assinada no apagar das luzes de 2022, tornou o seu conteúdo recorrente entre os analistas de mercado neste início deste ano, por conta do impacto que possa causar nas companhias brasileiras que exportam bens para suas subsidiárias em outros países.
Pela MP, as chamadas “transações de preços” precisam se igualar aos preços de transações semelhantes a partes não relacionadas. A WEG (WEGE3) é uma dessas empresas que usam o expediente dentro de seu planejamento fiscal para sofrer menos efeitos de impostos.
André Rodrigues, diretor-superintendente da WEG, explicou na teleconferência de resultados do 4º trimestre que a companhia acompanha o tema. A WEG lucrou R$ 1,193 bilhões, alta de 36,5%, e anunciou dividendos complementares.
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Segundo o executivo, mesmo que seja aprovado pelo Congresso para se transformar em lei em 2024, será preciso que a Receita Federal, posteriormente, por meio de instrução normativa, defina a metodologia a ser adotada para realização das transações.
“Tem algumas etapas a serem cumpridas para se ter mais visibilidade. E, se tudo acontecer dentro desse prazo, podemos ter reflexo efetivo no imposto de renda a partir de 2024”, comentou.
“Neste momento, devido às incertezas (como aprovação do Congresso), é difícil ter estimativa precisa do impacto”, acrescentou.
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Cadeia global de suprimentos
Outro tema que circulou na teleconferência da WEG foi sobre as condições atuais da cadeia global de suprimentos. De acordo com André Salgueiro, diretor de RI da WEG, “hoje boa parte do que tivemos impacto já foi normalizado”.
O executivo aponta que a única preocupação existente está ligada a componentes eletrônicos, que afetam produtos de automação da empresa. “Mas perto do que chegou a ser lá atrás, está bem melhor”, ressaltou Salgueiro.
O diretor-superintendente, André Rodrigues, vincula os preços atuais elevados de componentes eletrônicos justamente a não normalização total do abastecimento.
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“No começo 2022, a expectativa era de que em 2023 a cadeia de componentes se normalizaria. Isso não está acontecendo. E a nossa expetativa agora é que se normalize em 2024”, afirma.
Volatilidade global
“Normalização das cadeias de suprimentos e a estabilização dos custos das principais matérias-primas devem contribuir com a dinâmica operacional ao longo do ano”, ressaltou André Rodrigues.
“Por outro lado, devemos nos manter atentos ao cenário macroeconômico global e aos possíveis riscos atrelados”, acrescentou.
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Rodrigues afirma, no entanto, que a cadeia de abastecimento das commodities, como de aço e de cobre, matéria-prima de seus produtos, apresenta normalidade.
“Acreditamos que vamos entregar margens próximas aos últimos anos. Existem riscos que a gente consegue visualizar hoje focados nas variações do câmbio, que tem tido volatilidade. E isso vai continuar, além da possível desaceleração no cenário macroeconômico global”, ressaltou o diretor-superintendente.
Europa
André Salgueiro explicou que a Europa teve uma performance positiva, até pouco acima do que imaginava a WEG no último trimestre.
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A Europa é importante região para a companhia: é a segunda em relevância em termos de receita depois do Brasil.
“A Europa vem com uma situação específica desde o ano passado. Perspectiva no final de ano era de eventual crise energética muito forte por conta da questão do conflito (Rússia-Ucrânia) e eventual desaceleração da atividade econômica que, de certa forma, pelo menos a curto prazo, não foi tão relevante quanto se imaginava”, comentou Salgueiro.
“A combinação de um inverno mesmo rigoroso e a questão energética equalizada acabou que não impactou no curto prazo. Mas a gente tem que acompanhar”, finalizou.
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