WEG (WEGE3) sobe 4,6% após anunciar maior M&A da sua história: o que animou o mercado?

Companhia adquiriu a Regal, produtora de motores e geradores elétricos por US$ 400 mi; negócio foi considerado positivo por analistas.

Camille Bocanegra

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A WEG ([ativo=WEGE3)]) anunciou, nesta segunda (25), a maior operação de M&A (fusão e aquisição) da sua história em valor. No processo, a companhia adquiriu a Regal, responsável pela produção de motores e geradores elétricos industriais, por US$ 400 milhões.

O negócio foi realizado por um múltiplo de 7,8 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês), de acordo com o Goldman Sachs. O valor será pago na conclusão da transição e está sujeito a reajuste, conforme informa a WEG.

A aquisição foi recebida como positiva por analistas e as ações da companhia subiram 4,61% nesta segunda-feira (25), cotadas a R$ 36,13, com o mercado avaliando a compra como positiva.

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“Esta transação tem como foco os negócios de motores elétricos industriais e geradores, vendidos sob as marcas Marathon, Cemp e Rotor, do segmento operacional Industrial Systems da Regal Rexnord, empresa com sede nos Estados Unidos e listada da bolsa de valores de Nova York (NYSE: RRX). A receita operacional líquida destes negócios em 2022 foi de US$ 541,5 milhões, com uma
margem Ebitda ajustada de 9,5%”, disse a WEG no fato relevante divulgado nesta manhã.

A operação consiste na compra de 10 fábricas em 7 países, filiais comerciais em 11 países e uma equipe de aproximadamente 2.800 colaboradores no mundo, de acordo com o comunicado da companhia.

“Com uma longa história no mercado e presença global, essa aquisição irá suportar o crescimento contínuo do Grupo WEG nos mercados de motores elétricos industriais e de geradores, através da incorporação de marcas reconhecidas e uma linha de produtos complementar ao atual portfólio do grupo”, reforça o fato relevante.

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Notícia positiva, segundo analistas

Para o JPMorgan, a novidade é considerada benéfica para a WEG por três razões: o aumento de exposição internacional em aproximadamente 20%, considerando que o negócio adquirido gerou receitas na ordem de US$ 540 milhões em 2022; a avaliação ser considerada “atraente”, ainda que o banco considere que a WEG negocia atualmente com múltiplo elevado para 2024 (17,5 vezes o valor da empresa, ou EV, sobre o Ebitda) e; a possibilidade de aumento da margem Ebitda neste segmento ao longo do tempo.

A análise do banco destaca também as sinergias, que ajudarão na redução do múltiplo. O JP Morgan reforça que a WEG negocia acima dos múltiplos de seus pares globais, mas, ainda assim, considera o papel como overweight (exposição acima da média, equivalente à compra) e mantém preço-alvo de R$ 50.

“Esperamos uma reação positiva a este anúncio, mostrando a capacidade da WEG de continuar a crescer, embora inorganicamente, e à luz de potenciais sinergias (comerciais, técnicas e de custos). No curto prazo, este negócio deve ter um impacto negativo de cerca de 0,8pp na margem Ebitda da WEG, mas um impacto positivo agregado de cerca de 3-4% em nossa opinião”, afirmou o banco em relatório antes da abertura do mercado.

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O Bradesco BBI analisa como positiva a aquisição e considera que “a empresa está expandido suas operações globais, inclusive nos EUA, o que permite à WEG ganhar participação de mercado no mercado externo”.

Ainda assim, o banco tem recomendação neutra para o papel, com meta de preço para a ação de R$ 38,00.

Embora considere a operação positiva, o Goldman Sachs também continua com recomendação neutra para o papel, com preço-alvo de R$ 44,20.

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A XP aponta que vê espaço para que o múltiplo do negócio adquirido seja reavaliado – “estimamos um potencial de reavaliação de ~R$ 3 bilhões, o que representa cerca de 2,0% do valor de mercado atual da WEG, com a melhoria da rentabilidade como fonte de potencial upside extra”, avalia.

Os analistas apontam a aquisição como positiva, acelerando o crescimento da WEG em mercados externos em seus segmentos mais maduros. Embora a aquisição deva ser dilutiva de margem (com margem Ebitda do negócio de 9,5% abaixo do nível de 18,7% da WEG e margem consolidada da Regal de 21,3%), os analistas veem que o múltiplo atrativo pago já levou isso em consideração (com espaço para o múltiplo do negócio adquirido ser reavaliado e margens potencialmente melhorando quando as sinergias forem capturadas).

Riscos da operação

“Esta é a maior operação de M&A anunciada pela WEG, mas não vemos isso como uma transação transformacional que possa aumentar seus riscos de execução na América do Norte. A WEG já possui escala e expertise nos Estados Unidos para absorver esta M&A”, considera o BBI.

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No relatório, o banco destaca também que a venda foi motivada pela necessidade da Regal se desalavancar e os recursos da transação será utilizados para reduzir sua dívida.

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