Vulcabras salta 10%, MRV avança 4,7%, enquanto RD e Carrefour caem 4% após balanços do 3º tri: confira as análises

Papéis de Mobly e Sequoia também tinham forte queda depois dos resultados do terceiro trimestre, enquanto Localiza e Iguatemi registravam ganhos

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A temporada de resultados segue movimentada, com diversas companhias divulgando os seus números e gerando repercussão nos papéis, ainda que o cenário macroeconômico também tenha contribuição para o desempenho dos ativos.

Além de Braskem (BRKM5) que despencou 11,88% depois do balanço, outros papéis reagiram fortemente ao resultado, tanto com forte alta quanto com forte baixa. Na reta final do pregão, as ações da Vulcabras (VULC3) saltaram 10,29%, MRV (MRVE3) subiu 4,69%, enquanto Iguatemi (IGTA3), Localiza (RENT3) e Santos Brasil (STBP3) subiram, respectivamente, 2,59%, 1,81% e 2,24%. Aeris (AERI3) também subiu forte, 4,93%.

Já entre as quedas, RD (RADL3) e Carrefour Brasil (CRFB3) caíram 3,81% e 3,71%, respectivamente, apesar de resultados considerados ligeiramente positivos, enquanto Mobly (MBLY3) teve baixa de 7,95% com novo trimestre desafiador, assim como Sequoia (SEQL3) teve forte queda, de 6,57%.

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Dotz (DOTZ3) teve um dia volátil e passou a operar na reta final próxima à estabilidade, mas fechou o dia com ganhos, de 2,28%.

Confira os destaques e as análises de resultados das ações que estão movimentando o pregão desta quarta-feira (10):

Ações em alta na sessão pós-balanço

Vulcabras (VULC3)

A Vulcabras teve um balanço do terceiro trimestre marcado por recordes de receita e lucro líquido, bem como anunciou a distribuição antecipada de dividendos.

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A companhia divulgou na noite da véspera um salto de 191,5% no lucro líquido do período de julho a setembro ante os mesmos meses de 2020, para R$ 126,5 milhões. Em termos recorrentes, o lucro cresceu 69,6%, para R$ 73,6 milhões.

A receita líquida totalizou R$ 535,9 milhões, aumento de 40% ano a ano, apoiado pela categoria de calçados esportivos. A alta na receita ocorreu apesar da queda 4,9% nos volumes.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) recorrente alcançou R$ 102,4 milhões, alta de 54,7%, com a margem crescendo 1,8 ponto percentual, para 19,1%.

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A companhia também anunciou a distribuição antecipada de dividendos no montante de R$ 86 milhões  oriundos dos lucros acumulados no primeiro semestre.

A equipe da XP Investimentos destacou que os números foram “robustos’, embora em linha com as suas expectativas, chamando a atenção para o desempenho da receita e de margens, apesar do cenário macroeconômico desafiador.

Os analistas chamaram a atenção para o aumento nos custos de matéria-prima, que segue o contexto atual, mas afirmaram acreditar que a Vulcabras deve continuar melhorando sua rentabilidade no curto prazo e reiteraram recomendação de compra para as ações.

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O Bradesco BBI também destacou que a Vulcabras registrou um trimestre forte impulsionado pelo início das operações de sua marca Mizuno e desempenho sólido na Olympikus e Under Armour.

Os analistas do BBI esperam ver mais um último trimestre de 2021 também forte, com a Olympikus oferecendo um ponto de preço inferior quando comparado às marcas importadas, que tiveram aumentos de preços devido à desvalorização do Real. Também esperam ver a Mizuno continuando a crescer e margens robustas, apesar da pressão sobre os preços das
matérias-primas, uma vez que a marca é integrada ao processo de produção.

Dito isso, os analistas mantiveram o preço-alvo de R$ 11 e recomendação neutra, devido ao potencial de valorização limitado da empresa em comparação com outros nomes da cobertura do banco que preferem, como Alpargatas, Renner e
SBF.

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MRV (MRVE3)

Em um dia de forte alta para o setor de construção civil em geral, a MRV também registra alta das ações na esteira dos resultados. A construtora registrou lucro líquido de R$ 165 milhões no terceiro trimestre de 2021, alta de 17,5% em relação ao mesmo período de 2020. A receita líquida cresceu 1,1%, para R$ 1,8 bilhão.

A Levante Ideias de Investimentos apontou que a empresa teve bons resultados na parte operacional e mistos na parte financeiras, com recuperação de margens, mas com despesas financeiras surpreendentemente altas que foram compensadas por receitas não concorrentes na AHS (MRV nos EUA).

O Credit Suisse avaliou os números como levemente positivos, com as margens ainda pressionados pela inflação dos custos, mas com um discurso positivo em relação à manutenção da margem no nível atual, de 24,5%.

O banco diz que eventos não recorrentes influenciaram o lucro líquido da empresa. Excluindo esses efeitos, o lucro líquido teria aumentado 51% na comparação anual, a R$ 213 milhões, em linha com a expectativa do Credit.

Apesar de avaliar que o valuation da MRV está descontado, o Credit diz que se mantém cauteloso sobre o setor como um todo. Assim, mantém recomendação neutra (perspectiva de valorização dentro da média do mercado) dos papéis, e preço-alvo em R$ 17.

A XP comentou que a MRV apresentou resultados neutros, explicado pela receita líquida e margem bruta ligeiramente abaixo das estimativas, impactadas pela inflação do custo da construção. Os analistas mantêm recomendação neutra e preço-alvo de R$ 23 por ação.

O Itaú BBA comentou que os resultados vieram em linha com o esperado. O banco diz também que não vê sinais de pressão adicionais nas margens da MRV Brasil, mas uma recuperação mais forte parece estar a alguns trimestres de distância. O banco mantém avaliação outperform para as ações, com preço-alvo de R$ 24,00.

Localiza (RENT3)

A Localiza  lucrou de forma líquida R$ 671,4 milhões no terceiro trimestre de 2021, um avanço de 106,3% na comparação com o mesmo período de 2020, quando faturou R$ 325,5 milhões.

A companhia de aluguel de veículos, em documento publicado na noite desta terça-feira (9), explica que o feito se deu, em grande parte, por conta do momento atípico em que o cenário automobilístico se encontra, com uma “demanda maior que a oferta”.

O Bradesco BBI comentou que a empresa registrou Ebitda em linha com esperado pelo BBI e 5% acima do consenso de mercado.

O banco destaca que a Localiza vendeu menos carros no 3T21, uma vez que o setor está lutando com a renovação da frota devido à escassez de semicondutores. Consequentemente, a idade média da frota passou para 15,8 meses, ante 12,9 meses no 3T20, o que já está se refletindo em maiores custos de manutenção.

O banco mantém avaliação outperform para ações da Localiza, mas reduz preço-alvo de R$ 72,00 para R$ 70,00, frente à cotação de terça-feira (09) de R$ 49,60.

A XP comentou que a empresa reportou bons resultados, principalmente impulsionados pelo forte desempenho de Rent-a-Car (RaC) com aumento sequencial de volume e tarifa, e seminovos que segue com dinâmica positiva, com margens fortes refletindo aumentos nos preços dos carros usados.

Por outro lado, a XP destaca a queda das margens Ebitda das divisões de aluguel, refletindo principalmente os altos custos de manutenção causados ​​pela idade da frota anormalmente elevada. A corretora mantém recomendação de compra para as ações da Localiza.

Aeris (AERI3)

A Aeris, que produz equipamentos utilizados na produção de energia eólica, reportou um lucro líquido de R$ 9,3 milhões no terceiro trimestre, queda de 83,5% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando este número foi de R$ 56,4 milhões.

A baixa é explicada, em parte, pela queda da receita líquida da empresa, que saiu de R$ 705,8 milhões para R$ 629,3 milhões – o faturamento, entretanto, melhorou ao se levar como base o trimestre imediatamente anterior, com alta de 6,3%.

A XP comentou que a Aeris reportou resultados neutros, com destaque positivo para melhora sequencial da margem Ebitda, impulsionada pelas receitas associadas a início de contrato reconhecidas no período.

Do lado negativo, a corretora destaca que a queda do retorno sobre capital investido (ROIC), refletindo principalmente um desempenho de margem ainda fraco ao longo dos últimos trimestres, já que as linhas pré-operacionais e não maduras ainda precisam maturar. Dessa forma, a XP mantém avaliação neutra para as ações.

A Levante apontou que os números da companhia vieram contidos, com seu Ebitda em linha e lucro líquido abaixo do esperado. “A companhia novamente desapontou expectativas”, ressaltou.

Iguatemi  (IGTA3)

A Iguatemi reportou prejuízo de R$ 57,9 milhões no terceiro trimestre de 2021, revertendo lucro de R$ 61,5 milhões no mesmo período de 2020. Na explicação do resultado líquido a empresa destaca a linha do resultado financeiro, que apresentou perdas de R$ 211,5 milhões, cifra 913% acima da reportada um ano antes, que foi negativa em R$ 20,8 milhões.

O Credit Suisse destaca que a empresa teve um impressionante ritmo operacional no período. Todos os indicadores da administradora de shopping melhoraram no trimestre com os níveis de pandemia tornando-se uma realidade distante.

Segundo o banco, a questão agora é quanto as vendas e aluguéis devem crescer em 2022 versus 2019. O banco mantém avaliação outperform para ações da Iguatemi, e preço-alvo de R$ 42,50.

A Levante, por sua vez, aponta que os resultados foram mistos, com parte operacional melhorando, principalmente, aluguéis mesmas lojas acima do terceiro trimestre de 2019 e o crescimento nas receitas bruta e líquida com a parte negativa vindo do forte aumento dos custos de aluguéis e serviços e as despesa financeira que impactaram negativamente, resultando em um prejuízo líquido.

O Bradesco BBI apontou que o Iguatemi apresentou resultados razoáveis, com forte crescimento na receita em relação a 2019 e melhorias marginais nos principais dados operacionais, tais como taxas de inadimplência e de ocupação, indicando uma tendência positiva. “A exibição negativa do Iguatemi do lucro e FFO reflete o impacto não operacional das ações do IFCM3, mas também está começando a refletir a nova perspectiva de taxas de juros mais altas nos resultados financeiros e custos mais altos do que o esperado do I-Retail e do Iguatemi 365, que esperamos aumentar as receitas e fechar a lacuna
de margem no futuro próximo”, avaliam.

Já na frente comercial, os analistas veem os shoppings excessivamente atingidos pelas incertezas fiscais do Brasil e pela volatilidade das taxas de longo prazo, mas veem espaço para uma acomodação positiva quando a visibilidade fiscal melhorar, com o apoio positivo de uma tendência de melhoria da receita para o setor.

Santos Brasil (STBP3)

A Santos Brasil reverteu o prejuízo de um ano atrás e apresentou lucro líquido de R$ 66,6 milhões no terceiro trimestre de 2021. Há um ano, o resultado havia sido prejuízo de R$ 5,4 milhões.

O Itaú BBA comentou que a Santos Brasil apresentou resultados robustos, que superaram suas estimativas e poderiam ter sido ainda melhores não fossem os problemas de logística global.

O banco mantém avaliação outperform para ações da Santos Brasil, e preço-alvo de R$ 9,00, frente à cotação de terça-feira (09) de R$ 5,80.

O Bradesco BBI comentou que os fortes resultados divulgados pela Santos Brasil (STBP3) devem reduzir os temores do mercado em relação ao papel. O banco mantém avaliação outperform para os ativos, com preço-alvo de R$ 13,00.

Dotz (DOTZ3)

A Dotz  reportou prejuízo líquido de R$ 24 milhões no terceiro trimestre de 2021 (3T21). O resultado representa uma redução de 21,4% em relação ao mesmo período de 2020.

O Credit Suisse avaliou como negativo os resultados mas apontou que, do lado positivo, a empresa segue avançando em sua estratégia de fidelização com boas novas parcerias, com volume total de pagamentos (TPV, na sigla em inglês) Techfin acelerando e o GMV do Marketplace crescendo, mas ainda em ritmo mais lento do que esperado.

Para o Itaú BBA, a Dotz relatou resultados que estavam amplamente em linha com as expectativas. Por mais que a empresa tenha fornecido KPIs saudáveis ​​relacionados aos segmentos de mercado e techfin, ela também encontrou pressão de lucratividade, dados os investimentos contínuos para apoiar os novos negócios. O banco mantém recomendação outperform e preço-alvo de R$ 22,00.

Ações em queda na sessão pós-balanço

Carrefour Brasil (CRFB3)

O Carrefour Brasil  divulgou lucro líquido do controlador 18% menor no balanço do terceiro trimestre de 2021, somando R$ 621 milhões.

O Ebitda ajustado, entretanto, aumentou 10,9% no trimestre, para R$ 1,484 bilhão. Já a margem Ebitda ajustado cresceu 0,2 pontos percentuais, para 7,9%.

Segundo a empresa, é resultado “da combinação do desempenho acima do esperado nas novas lojas do Atacadão com a continua tendência de melhora do Banco Carrefour, o que comprova a resiliência de nosso ecossistema”.

O Itaú BBA comentou que o Carrefour reportou números ligeiramente positivos, com destaque para o crescimento da receita líquida impulsionado pelo Atacadão e para margem bruta de 20% e margem Ebitda ajustada de 7,9% suportadas pelo desempenho acima do esperado do modelo Cash & Carry (C&C). O banco mantém avaliação outperform para as ações com preço-alvo de R$ 30,00.

A XP, por sua vez, destacou que a empresa já havia divulgado sua prévia operacional, com o Atacadão apresentando vendas sólidas, embora abaixo do concorrente Assaí, enquanto o varejo sofreu com a base de comparação da categoria não alimentar, assim como o GPA. Em relação à rentabilidade, o Atacadão surpreendeu positivamente, com a margem Ebitda apresentando uma recuperação significativa no trimestre (+0,9p.p.), ficando em linha com a do Assaí.

Além disso, a maturação das lojas do Makro vem evoluindo bem e apresentando margem Ebitda de 7,7% em menos de um ano. No entanto, o varejo foi o ponto fraco, com a pior margem Ebitda desde o primeiro trimestre de 2019 devido à busca por produtos mais baratos por parte dos clientes, investimentos em seu programa de fidelidade e base de comparação da categoria não alimentar, apesar de uma maior penetração da marca própria (18% das vendas de alimentos). Os analistas da XP mantiveram recomendação neutra com preço-alvo de R$ 24,0/ação.

RD (RADL3)

A RD reportou crescimento de 0,4% do lucro líquido ajustado do terceiro trimestre de 2021. A rede de drogarias conseguiu R$ 173,567 milhões de lucro neste período, contra R$ 172,871 milhões de um ano atrás.

O resultado, segundo a empresa, decorrente sobretudo dos investimentos em despesas gerais e administrativas.

O Credit Suisse avalia que a empresa reportou resultados sólidos no 3T21, com destaque para forte vendas mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês) e aumento da receita bruta.

O banco enxerga boas perspectivas de longo prazo por trás do crescimento do mercado, execução e desbloqueio de valor a ser capturado no processo contínuo de transformação digital e abordagem de hub de saúde. No entanto, acredita que essa perspectiva positiva já precifica nas ações da companhia.

Dessa forma, o Credit Suisse mantém avaliação neutra para ações da Raia Drogasil, e preço-alvo de R$ 25,00, frente à cotação de terça-feira (09) de R$ 24,38.

O Itaú BBA destacou que a RD reportou resultados bons conforme o esperado, com destaque para os números digitais da companhia. O banco mantém avaliação market perform para as ações e preço-alvo de R$ 28,00.

O Morgan Stanley destacou que a RD melhor drogaria da categoria e segue um passo à frente dos concorrentes, apresentando uma estratégia de expansão clara. O banco diz que a companhia continua ganhando market share, principalmente no Centro-Oeste, vendas mesmas lojas (SSS) maduro acima da inflação, mas as margens foram pressionadas devido aos investimentos em Digital. O banco mantém avaliação equal-weight para os papéis, com preço-alvo de R$ 23,00.

A XP, por sua vez, destacou que a RD reportou resultados em linha com as estimativas, mas com um lucro líquido abaixo do
esperado. O principal destaque do resultado foi o crescimento de receita bruta, reflexo da forte performance de vendas mesmas lojas (+17,9% e +12,3% para lojas maduras, acima do reportado pela Pague Menos, de 7,1%- 6,6%, respectivamente), que levou a ganhos de participação de mercado em todas as regiões do país.

A margem bruta se manteve estável, mesmo com uma penetração do canal digital recorde (9,2% das vendas, +2,1 pontos percentuais na base anual), enquanto a margem Ebitda veio em 6,8% (queda de 0,5 ponto) devido aos investimentos da empresa nas estratégias de plataforma de saúde e digitalização.

“No entanto, destacamos que a margem de contribuição se manteve em um patamar sólido de 10%. Por fim, o lucro líquido abaixo do esperado foi impactado por maiores despesas financeiras”, aponta a XP, que reiterou a recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 27 por ação para o final de 2022.

Sequoia (SEQL3)

A companhia de logística Sequoia (SEQL3) lucrou de forma líquida R$ 17,1 milhões entre julho e setembro deste ano, alta de 24% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Apesar da queda das ações, o Itaú BBA destacou que os números reportados foram ligeiramente positivos, com uma robusta performance em B2C e as margens voltando à normalidade. Os analistas possuem recomendação outperform (desempenho acima da média) para os ativos, com preço-alvo de R$ 36,40.

Mobly (MBLY3)

A Mobly (MBLY3) registrou um prejuízo líquido de R$ 25,7 milhões no terceiro trimestre de 2021, revertendo o lucro de R$ 1,9 milhão do mesmo período do ano passado.

O Bradesco BBI apontou que a companhia teve outro conjunto de resultados decepcionantes, dadas as expectativas recuadas no processo de IPO.

Dito isso, acreditam que a Mobly ainda está passando por desafios específicos de curto prazo, que estão impactando negativamente o segmento de móveis como um todo. Além da demanda geral mais fraca, isso impulsionou a concorrência de preços nos mercados horizontais e desviou o tráfego do próprio canal da Mobly (embora a empresa seja capaz de recuperar algumas dessas vendas por meio de suas operações em plataformas de terceiros). A inflação de custos continua a pressionar as margens (painéis de madeira + 28%), mas a empresa começa a recuperar terreno ao repassá-lo aos preços pela primeira vez este ano, bem como ao aumentar a penetração da sua rede logística própria, que se transforma em uma recuperação gradual da margem.

“Apesar de um ambiente desafiador e de resultados fracos, acreditamos que a empresa tomou as medidas certas para enfrentar os desafios e parece que o pior já passou, embora uma recuperação total do crescimento e da lucratividade leve algum tempo”, apontam.

Assim, eles seguem otimistas em relação às perspectivas de crescimento de longo prazo da Mobly, impulsionadas por sua estratégia em marca própria (aumento de penetração), logística (novos CDs e expansão de Moblylog) e as tendências
estruturais de mudança de canal e consolidação.

Os analistas ajustaram as estimativas (receita líquida de 1 a 2%) e mantiveram o preço-alvo de R$ 15 e recomendação de compra, visto que a ação está sendo negociada atualmente com um grande desconto.

Mater Dei (MATD3)

A Mater Dei (MATD3) reportou lucro líquido de R$ 43,6 milhões no terceiro trimestre de 2021 (3T21). O resultado representa um crescimento de 19% em relação ao mesmo período de 2020.

O Itaú BBA comentou que os resultados do Mater Dei foram profundamente afetados pela rápida queda nas admissões no Covid-19 no trimestre, que não foi seguida por uma recuperação nos procedimentos eletivos na mesma velocidade.

O banco diz que o Ebitda recorrente ficou aquém de suas expectativas, principalmente devido as taxas de ocupação mais baixas e capacidade de leitos reduzida, mas com uma estrutura de alto custo ainda a ser ajustada. O banco mantém avaliação outperform para ações do Mater Dei, e preço-alvo de R$ 22.

(com Reuters)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.