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A Telefônica/Vivo (VIVT3) já opera com a rede 5G em 58 cidades brasileiras. A internet móvel de alta velocidade já é utilizada por 20% da base de usuários de planos pós-pago da operadora. No entanto, ainda não trouxe um incremento relevante de receita para companhia.
O CEO da Vivo, Christian Gebara, evita fazer uma relação direta entre o 5G e o crescimento de 15,4% na receita de serviços móveis do segmento pós. Segundo ele, no momento, a operadora trabalha para ampliar sua base de clientes com smartphones adaptados à tecnologia.
“Quando o cliente muda para o aparelho 5G, o consumo de dados aumenta e temos oportunidade de oferecer planos mais caros”, disse Gebara, em coletiva com jornalistas sobre os resultados do primeiro trimestre. De acordo com o CEO, a operadora quer se posicionar como uma oferta completa ao cliente.
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Nas lojas físicas da Vivo, a combinação pós-pago e fibra já responde por 78% das vendas. Além de incrementar receitas, com clientes de maior valor, a companhia consegue reduzir o ritmo de cancelamentos (churn).
No segmento pré-pago, a penetração de smartphones 5G ainda é baixa, explica Gebara. Para o presidente da Vivo, há uma necessidade de ganho de escala na indústria para que o preço do aparelho se torne mais competitivo, mesmo com um preço de entrada menor do que no início do 4G e com melhores condições de parcelamento.
Vivo avança na Oi
Fora isso, segundo o CEO, não há subsídios para compra desses smartphones e, quando há, é justamente para clientes de alto valor. O aumento de 18% nas receitas do segmento pré-pago, no primeiro trimestre, é majoritariamente explicado, portanto, pela base de usuários da Oi Móvel. A redução de ICMS também permitiu que os clientes fizessem recargas de valor maior.
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Dentre as sinergias já capturadas na compra de parte da Oi Móvel, Gebara citou a redução nos investimentos e nos custos de atendimento.
O CEO estima que a Vivo tenha hoje 9 milhões de clientes da Oi, ante os 12 milhões adquiridos com os serviços móveis da operadora. O número conta com a exclusão de linhas inativas e clientes que chegaram por conta própria, via portabilidade, antes da migração da base ser concluída.
“A Oi já era uma empresa não muito relevante na competição do móvel, não tinha grande cobertura de 4G e estava concentrada em pré-pago e controle”, afirmou Gebara.
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De qualquer forma, a Vivo acredita que a demanda por planos mais robustos de dados no 5G não será a única via de monetização da nova tecnologia. Para Christian Gebara, outros modelos de negócio, como a “internet das coisas”, que o 4G não permitia, será “uma grande avenida de crescimento”.
Repercussão do resultado
A Telefônica Brasil reportou lucro líquido de R$ 835 milhões no primeiro trimestre de 2023, montante 11,3% superior ao reportado no mesmo intervalo de 2022.
A companhia atribuiu o resultado a uma forte evolução do Ebit, ou lucro antes de juros e impostos (+17,0% na base anual), que foi parcialmente compensado pelo maior nível de depreciação e amortização e das maiores despesas financeiras.
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O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) totalizou R$ 4,942 bilhões no 1T23, um crescimento de 9,6% em relação ao 1T22.
A receita líquida foi de R$ 12,721 bilhões no 1T23, ante R$ 11,352 bilhões no 1T22, avanço de 12%.
Já receita líquida móvel somou R$ 8,819 bilhões no primeiro trimestre deste ano, crescimento de 16,3% na comparação com igual etapa de 2022.
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Análise do resultado
Para o Credit Suisse, os resultados da Vivo subvertem a visão de que as empresas de telecomunicações não são capazes de crescer receitas acima da inflação. O faturamento, o Ebtida e o lucro líquido da companhia ficaram acima da estimativas do banco. O Credit destacou o crescimento de 12% das receitas e “bons números” tanto no segmento mobile quanto de telefonia fixa.
Excluindo as operações da Oi, o banco calcula que a receita de serviços móveis da Vivo tenha crescido 10% na comparação anual e 4% em relação ao quarto trimestre de 2022. “Vemos o forte crescimento orgânico da Vivo, bem acima da inflação, como um destaque muito positivo”, escreveram os analistas.
Inflação
Especialmente sobre a inflação, Christian Gebara, presidente da companhia, reconheceu que o mercado segue bastante competitivo.
“Temos a necessidade de repassar o aumento da inflação e estamos fazendo isso pra conseguirmos aumentar receitas, pois temos investimentos e precisamos aumentar nossa rentabilidade”, disse Gebara.
“Espero que o mercado nos siga nessa medida”. Ainda segundo o CEO, o foco da estratégia da companhia é repasse de aumento da inflação combinado com uma proposta de valor oferecida aos clientes da Vivo.
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