‘Veremos quem é nosso amigo’, diz Zelensky enquanto líderes ocidentais se reúnem

Dia sem precedentes terá cúpulas da Otan, do G7 e da União Europeia; guerra completa 1 mês nesta quinta

Reuters

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky,  (Foto de Laurent Van der Stockt para Le Monde/Getty Images)
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, (Foto de Laurent Van der Stockt para Le Monde/Getty Images)

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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fez um apelo nesta quinta-feira (24) às nações ocidentais reunidas em Bruxelas para tomarem “medidas sérias” para ajudar Kiev a combater a invasão da Rússia, em um dia sem precedentes em que acontecerão cúpulas da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), do G7 e da União Europeia.

O agitado dia de cúpulas busca manter a unidade ocidental contra a guerra e começa na sede da Otan em Bruxelas, onde os líderes da aliança militar de defesa transatlântica concordarão em aumentar as forças militares no flanco oriental da Europa.

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Enquanto os líderes prometeram aumentar o apoio aos ucranianos, os diplomatas da União Europeia minimizaram as expectativas de novas sanções à Rússia e o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, repetiu que a aliança militar não enviará tropas ou aviões para a Ucrânia.

“Nessas três cúpulas veremos quem é nosso amigo, quem é nosso parceiro e quem nos entregou e nos traiu”, afirmou Zelensky em um discurso em vídeo divulgado hoje.

O presidente ucraniano disse esperar “medidas sérias” dos aliados ocidentais, repetiu apelos por uma zona de interdição de voos sobre a Ucrânia e reclamou que o Ocidente não tinha fornecido à Ucrânia aviões, tanques ou armas anti-navios e sistemas anti-mísseis modernos.

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Mais ajuda à Ucrânia

Embora não enviem tropas ou aviões, as 30 nações da Otan, alarmadas com a perspectiva de que a Rússia possa escalar a guerra com seu vizinho após um conflito de um mês, concordarão em enviar equipamentos à Kiev para que se defendam contra ataques biológicos, químicos e nucleares.

Líder após líder disseram ao chegar na reunião da aliança militar que o objetivo é ajudar a Ucrânia a se defender.

“Vladimir Putin já cruzou a linha vermelha para a barbárie”, disse o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson. “Quanto mais duras nossas sanções, mais podemos fazer para ajudar a Ucrânia, mais rápido esta coisa pode acabar”.

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Johnson aventou a possibilidade de impedir o presidente russo de acessar suas reservas em ouro — o que poderia impedir as pessoas de comprar ouro russo para convertê-lo em moeda forte.

“Os passos de Putin são feitos para nos assustar também, de modo que nos impeça de ajudar a Ucrânia, e definitivamente não devemos cair nessa armadilha”, afirmou a primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas. “Putin não pode vencer esta guerra, ela é muito importante para todos nós.”

A determinação de punir Moscou com sanções maciças será sublinhada por uma reunião de emergência das economias avançadas do G7, que é composto por seis membros da Otan e o Japão. Após a última reunião, da cúpula dos 27 países da União Europeia, nações que representam mais da metade do PIB (Produto Interno Bruto) mundial terão se reunido em um dia.

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1 mês de guerra

O ataque da Rússia à Ucrânia já matou milhares de pessoas e expulsou de suas casas quase um quarto dos 44 milhões de ucranianos, segundo dados da ONU. Mais de 3,6 milhões de pessoas já fugiram do país e se tornaram refugiadas.

Putin proibiu o uso da palavra “guerra” na Rússia e diz que suas forças estão engajadas em uma “operação militar especial”, cujo objetivo seria desmilitarizar e “desnazificar” a Ucrânia.

A Ucrânia e os países ocidentais dizem que Putin lançou uma guerra de agressão não provocada, e a Otan aumentou sua presença nas fronteiras orientais da aliança, com cerca de 40 mil soldados espalhados do Báltico até o Mar Negro.

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Espera-se que os líderes da aliança militar concordem em implantar quatro novas unidades de combate, na Bulgária, Romênia, Hungria e Eslováquia, para tranquilizar ainda mais os países da região. “Ninguém pode se sentir seguro agora”, afirmou o presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda.

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