Veja como garimpar boas oportunidades entre ações ON e PN de uma empresa

O estrategista da corretora aponta que os investidores devem ficar atentos ao estatuto de cada companhia e não se restringir somente à diferença primária entre as ações

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Quando optamos por ações ordinárias ou preferenciais de uma mesma empresa, o que devemos levar em conta? O estrategista do Itaú BBA, Carlos Constantini, ressaltou as diferenças entre as ações ordinárias e preferenciais destacando que a maior parte dos investidores compram os ativos com base nos principais conceitos das classes de papéis: os ativos ON possuem poder de voto, enquanto os PN não.

Entretanto, aponta Constantini, poucos investidores estão atentos às particularidades do estatuto de cada companhia para investir, o que pode justificar – ou não – a diferença entre as cotações dos preços das duas classes de ações da mesma companhia. 

Neste cenário, o estrategista avalia a lista de ações com direitos de tag along que ele prefere. “Se a ação preferencial tem direitos de tag along semelhante às suas contrapartes normais, tem liquidez suficiente, a diferença entre os ativos desta classe não devem superar o valor do pagamento de dividendos entre as ações preferenciais e ordinárias. 

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O tag along garante que o comprador das ações dos controladores faça uma oferta pública aos acionistas minoritários, pela totalidade do valor pago pelas ações caso o tag along seja de 100%. Já para outros, o valor é de 80%. 

Neste caso, eles veem que as ações da Metalúrgica Gerdau (GOAU4), da Gerdau (GGBR4), Lojas Americanas (LAME4) e Bradesco (BBDC4), oferecem uma boa oportunidade de ganhos de arbitragem na comparação com os papéis ordinários.

No caso da Lojas Americanas e Gerdau, o tag along é de 100% para os ativos preferenciais, enquanto a ação PN do Bradesco possui um tag along de 80%. Por outro lado, o pagamento de dividendos é 10% maior que os ON. Em relatório no início de maio, o Itaú BBA destacou que os papéis ordinários estão em uma posição privilegiada, mas que este prêmio não era justificado. 

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Sem tag along: situação mais complicada
Já no caso das ações preferenciais sem direito de tag along, Constantini avalia que a situação é um pouco mais complicada. Além disso, é onde a maioria das ações PN se encontram. “A razão é que temos que levar em conta o valor da opção do tag along, uma variável que não é observável e que não é passível de negociação”, aponta, destacando que ela só pode ser vista em caso de uma aquisição ou se houver privatizações, entre outro. “Por esta razão, a relação preferencial e ordinária deve ser analisada caso a caso”. 

Dentre elas, estão as ações da Ambev (AMBV4), Cemig (CMIG4), Eletrobras (ELET5), AES Tietê (GETI4), Oi (OIBR4), Petrobras (PETR4), Usiminas (USIM5) e Vale (VALE5). 

Neste cenário, apesar do número de diferenças entre ações ON e PN ser pequeno, eles são complexos o suficiente, o que torna a determinação das diferenças entre preços-justo uma tarefa nada fácil, aponta Constantini. 

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Constantini destaca que, com o crescendo número de companhias indo para o Novo Mercado, as companhias com múltiplas classes de ações estão caindo. Das 370 companhias na Bovespa, há somente 29 companhias com mais de um ativo de ações. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.