Veja as 15 ações que podem ser prejudicadas com operação do BNDES

Segundo relatório do segundo trimestre, o banco de investimentos tem participação relevante em 15 empresas, sendo 10% na Petrobras e 5% na Vale

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Em matéria publicada nesta terça-feira (8), o Valor Econômico afirma que o governo estaria preparando uma venda de ativos da carteira do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) para reduzir o valor do repasse que o Tesouro Nacional fará ao banco neste ano. Caso isso aconteça, cerca de 15 ações deverão sofrer bastante – são nelas em que o banco possui mais de 10% de participação. 

Segundo o jornal, esta mudança seria fruto do temor que as autoridade têm sobre um possível aumento da dívida pública bruta, provocada pelos aportes de recursos aos bancos estatais, principalmente o próprio BNDES. Fontes afirmaram ao Valor que o BNDES pediu entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões ao Tesouro para fazer frente às operações até o fim do ano, sendo que com a venda dos ativos, o valor poderia cair para menos de R$ 20 bilhões.

Segundo o relatório, a empresa em que o banco possui maior participação é a Marfrig (MRFG3), com 19,63%, ou 102 milhões de ações. Em seguida, estão listadas Suzano (SUZB5), com 17,87% de participação, e Light (LIGT3), com 13,46%.

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Ainda com participação superior a 10%, aparecem a ALL Logística (ALLL3) com 12,10%, Eletrobras (ELET3ELET6), com 11,86% e Petrobras (PETR3PETR4), com 10,37%. Vale ressaltar também a participação de 5,08% do banco na Vale (VALE3;VALE5). Há diversas outras empresas onde o BNDES também tem participação, mas esse valor é pequeno perto da estrutura de capital da empresa. 

Veja as empresas que o BNDES possui participação superior a 5%:

Empresa Participação do BNDES
no capital da empresa
ALL Logística 12,10%
Braskem 5,53%
CPFL 8,42%
Eletrobras 11,86%
Embraer 5,37%
Iochpe-Maxion 6,77%
Klabin 8,68%
Light 13,46%
Marfrig 19,63%
Eneva 10,34%
Petrobras 10,37%
Renova 12,14%
Suzano 17,87%
Triunfo 11,10%
Vale 5,08%
*Participação total até 30/06/2013

Diminuindo necessidade de funding
Após a notícia do Valor, a assessoria do BNDES se pronunciou e afirmou que “o banco não cogita a venda maciça de sua carteira de participações acionárias e que não há qualquer orientação do Ministério da Fazenda nesse sentido”. Em nota, o banco disse que continuará a fazer o giro de sua carteira, buscando gerar rentabilidade em suas operações, evitando gerar pressões que possam desestabilizar o mercado.

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Mesmo negando essa possível venda de ativos, um movimento desse tipo por parte do BNDES poderia causar grande movimento no mercado, principalmente na ponta vendedora de alguns ativos, já que o banco possui participação relevante em diversas companhias da bolsa. Segundo o relatório trimestral da companhia, até o dia 30 de junho, o BNDESpar (braço de investimentos do BNDES) possuia participação de mais de 5% em 15 companhias listadas na BM&FBovespa.

O banco ressaltou também que já vem reduzindo nos últimos anos as suas necessidades de funding por parte do Tesouro Nacional e que, no momento, está estudando novas iniciativas para reduzir ainda mais essa necessidade. Dentre as medidas destacadas pelo banco, estão a revisão do BNDES PSI, ajustes de sua política operacional, maior utilização de recursos captados no mercado e criação de novos produtos financeiros que incentivem a maior participação do mercado de capitais e dos bancos privados no financiamento de longo prazo.

O BNDES é, hoje, o principal instrumento de financiamento de longo prazo para a realização de investimentos em todos os segmentos da economia. O apoio do banco se dá por meio de financiamentos a projetos de investimentos, aquisição de equipamentos e exportação de bens e serviços. Além disso, ele atua no fortalecimento da estrutura de capital das empresas privadas e destina financiamentos não reembolsáveis a projetos que contribuam para o desenvolvimento social, cultural e tecnológico.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.