Vale (VALE3) não descarta IPO ou fusão de braço de metais básicos no futuro

Mineradora, no entanto, vê que negócio fechado na véspera é suficiente para financiar operações pelos próximos anos

Vitor Azevedo

Mineração da Vale em Minas Gerais (Mario Tama/Getty Images)
Mineração da Vale em Minas Gerais (Mario Tama/Getty Images)

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Executivos da Vale (VALE3) afirmaram – em teleconferência após a divulgação dos resultados do segundo trimestre de 2023 – que uma oferta pública inicial de capital (IPO, na sigla em inglês) ou uma fusão não estão descartados para a frente de metais básicos, a VBM.

Na véspera, a companhia anunciou a venda de uma fatia de 13% do negócio de metais básicos por US$ 3,4 bilhões, 10% para a Manara Minerals, joint venture entre a mineradora Ma’aden e o PIF, fundo soberano da Arábia Saudita, e 3% para a a Engine No. 1, empresa de investimentos focada em “impacto”.

Por agora, no entanto, a mineradora pretende consolidar o seu negócio de metais básicos, utilizando parte do capital levantado para avançar nas operações.

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“O caminho para metais básicos neste momento é de execução. Parceiros não são investidores de curto prazo, mas sim de longo”, falou Eduardo Bartolomeo, diretor executivo (CEO) da Vale, ao ser indagado sobre um possível IPO. “Foco é aquisição de talentos, ramp up de projetos e por ai vai. A conversão das coisas demora um pouco, vemos algo próximo a três anos. Depois veremos os tipos de demandas e oportunidades no mercado”.

Os executivos da companhia afirmaram que “acharam o que procuravam com o negócio”. De acordo com o diretor, a Manara Minerals, por exemplo, traz experiência para ajudar a Vale a chegar onde a empresa sozinha não conseguiria. A nova parceira tem parcerias com outras empresas de mineração e acesso a regiões estratégicas (por exemplo, mega-hubs no Oriente Médio) que podem ajudar a empresa a impulsionar sua divisão de metais básicos

“Compartilhamos visão de longo prazo. Falávamos que fecharíamos a parceria apenas com o parceiro correto e com visão compartilhada. Foi o que conseguimos”, comentou o CEO.

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Dos US$ 3,4 bilhões da venda da fatia da Vale Metais Básicos, US$ 1 bilhão será mantido na VBM para financiar a frente, o que, para os executivos, será suficiente para os próximos anos. Os US$ 2,4 bilhões restantes serão devolvidos para a controladora, usados no pagamento de dívidas intercompanhias.

A subsidiária, por enquanto, continua também dentro do balanço da holding, apesar de uma mudança não ser descartada no futuro.

“O negócio que estamos construindo no metais básico oferece opções de financiamento, seja gerando caixa ou seja buscando o mercado”, falou Gustavo Pimenta, diretor financeiro (CFO). Segundo a Vale, a ideia é investir de US$ 25 a US$ 30 bilhões no negócio na próxima década.

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Custo caixa e remuneração de acionistas

A diretoria da Vale, além de falar sobre as novidades sobre a frente de metais básicos, também deu outras sinalizações durante a teleconferência.

O custo caixa, por exemplo, foi um dos pontos negativos apontados por analistas no resultado do segundo trimestre. Os executivos, no entanto, pontuaram que a tendência é de melhora, dado a maior produção e uma maior participação do Sistema Norte, com maior qualidade, no volume total.

A administração falou também, por fim, sobre continuar focando no retorno aos acionistas, observando que considera seu programa de recompra uma das melhores alternativas de alocação de capital. O terceiro programa de recompra da Vale está agora com aproximadamente dois terços completos e aproximadamente 180 milhões de ações ainda podem ser adquirias.

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A Vale reiterou que não pretende ultrapassar a meta de US$ 10 a US$ 20 bilhões para sua dívida líquida expandida, que atualmente está em US$ 14,7 bilhões.

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