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A oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) do braço de metais básicos da Vale (VALE3) é algo que vem sendo ventilado por parte do mercado. Com a companhia se afastando dos seus resultados históricos, por conta do recuo do minério e da alta dos custos, acionistas têm reforçado que a movimentação seria uma forma de destravar valor no curto prazo. Por enquanto, porém, os executivos da empresa afirmam que não há nada acertado sobre o assunto.
“Um possível destravamento de valor com um IPO nos metais básicos já foi comentado. Mas há, antes disso, um caminho de execução a ser realizado”, expôs Eduardo Bartolomeo, diretor executivo (CEO) da companhia, durante a teleconferência de resultados do terceiro trimestre de 2022, realizada no fim da manhã desta sexta-feira (28).
De acordo com o executivo, a ideia para o braço de metais básicos da Vale, por agora, é buscar parceiros que estejam interessados em desenvolver o projeto de forma conjunta com foco no longo prazo.
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“A execução do plano de crescimento é a prioridade. Buscamos parcerias por agora, sem vender os ativos, o que não faria sentido, pois tratam-se dos melhores do mundo”, disse Bartolomeo.
“Temos, em metais básicos, um ativo singular. Todo mundo quer estar próximo de nós. Ouvimos isso o tempo todo”, complementou Gustavo Pimenta, diretor financeiro da mineradora (CFO). “Se for o caso de parceria, terá de ser com alguém que acredite nos fundamentos de longo prazo, para tirar proveito da plataforma”.
Além das questões sobre a possível oferta, os executivos foram contestados também pelo desempenho da frente de metais básicos no terceiro trimestre – uma vez que o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês), recuou cerca de 28% na base anual, para US$ 364 milhões.
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“Não é justo analisar o trimestre comparando os resultados anuais. Tivemos em metais básicos algo que está se arrastando, como ressaca dos impactos da Covid-19 e manutenções, mas estamos indo bem”, defendeu Bartolomeo. “O jogo, agora, tem a ver com recursos e reservas, e nós temos os melhores”.
Para minério, perspectiva da Vale é de leve melhora
Para além do resultado dos metais básicos, o da frente de minério de ferro também frustrou parcialmente analistas e investidores.
Com o preço do minério recuando forte no ano, a companhia registrou prêmios menores. Além disso, seus gastos vêm avançando, por conta das pressões inflacionárias. O Ebitda da companhia, no total, recuou 43,4% na base anual, para US$ 4,002 bilhões.
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“Temos apresentado melhorias no custo. No terceiro trimestre, tivemos porcentagem maior de compra de terceiros, o que aumentou o custo caixa, mas isso deve normalizar no quarto trimestre”, debateu Pimenta.
Além disso, os executivos veem que há, agora, certo recuo de algumas variáveis que pesam nos gastos da Vale – caso do petróleo, por exemplo, diretamente ligado ao preço do frete.
“No custo global, a nossa projeção, para o quarto trimestre, é que ele seja diluído também, uma vez que teremos maiores volumes”, expôs o CFO.
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Ainda nesta frente, os executivos explicaram que o crescimento da produção da Vale está muito atrelado, neste momento, à produção no Norte do Brasil – com as operações na região enfrentando alguns atrasos, em meio às dificuldades na obtenção de licenças.
Do lado da demanda, a mineradora defende que sua projeção para o futuro, até então, não mudou.
“Com a China, o importante é sermos ‘otimistas cautelosos’”, disse Marcelo Spinelli, diretor executivo de Ferrosos e Carvão da companhia.
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Segundo ele, o congresso do Partido Comunista não trouxe grandes mudanças. O discurso geopolítico continuou o mesmo, bem como o da Covid Zero.
“Houve certa neutralidade quanto ao mercado imobiliário. Eles estão controlando um pouco algumas frentes, mas o que acaba sendo bom, por evitar rupturas”, explicou. “Em outra parte, eles estão comprometidos com a descarbonização, o que melhora a perspectiva de demanda para nosso carbono de qualidade”.
O crescimento da economia do gigante asiático, segundo o executivo, deve continuar entre o intervalo de 4% a 4,5%, o que configura um bom desempenho.
“Precisamos ficar de olho na urbanização em curso, de olho no consumo de aço no setor de construção civil. Por enquanto, contudo, nossa tese de longo prazo permanece inalterada” fechou o diretor de minério. “Os números dos inventários na China estão baixos. Estamos confiantes de que não teremos problemas. Não é uma questão de oportunidade, mas sim de reorganização”.
Os executivos, por fim, defenderam que, apesar do recuo operacional, a Vale vem apresentando uma boa performance – e que enxergam o recente aumento de posição da Cosan (CSAN3) na companhia como um atestado disso.
“Quando vemos o histórico da Cosan, de produzir valor, a escolha deles pelo nossa empresa valida nosso esforço. As conversas estão sendo ótimas e eles veem valor nos nossos ativos”, disse Eduardo Bartolomeo. “Uma empresa, com o histórico que tem e como, pode estar no nosso conselho para antever oportunidades, destravar valor”.
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