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SÃO PAULO – A Vale (VALE3) informou na noite da última quinta-feira (10) que seu Conselho de Administração aprovou pagar remuneração aos acionistas, no valor bruto de R$ 2,4075 por ação, em 30 de setembro, totalizando R$ 12,4 bilhões (ou US$ 2,3 bilhões).
Segundo o fato relevante, R$ 1,4102 por ação serão pagos em forma de dividendos e R$ 0,9973 por ação através de juros sobre o capital próprio (JCP). Baseado no fechamento da véspera, o dividend yield (relação entre o dividendo pago dividido pelo preço da ação) é de 4,1%.
As ações da Vale serão negociadas ‘ex-direitos‘ tanto na B3, quanto na NYSE, a partir de 22 de setembro. Além disso, a record date para os detentores de ações da companhia negociadas na B3 será no dia 21 de setembro, enquanto que, para os detentores de American Depositary Receipts (“ADRs”) negociados na NYSE, será no dia 23 de setembro de 2020.
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Os donos de ADRs receberão o pagamento através do Citibank, a partir de 7 de outubro.
A mineradora restabeleceu sua política de proventos no fim de julho, na sequência da divulgação de resultados do segundo trimestre; a política de remuneração tinha sido suspensa em janeiro de 2019, após a tragédia de Brumadinho.
Nesta semana, a Justiça Federal de Minas Gerais negou uma intervenção legal imediata na mineradora Vale requerida pelo Ministério Público Federal (MPF) enquanto aguarda a defesa da companhia. O caso prosseguirá na 14ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária de Minas.
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Na última semana, o MPF em Minas ajuizou ação civil pública pedindo intervenção na mineradora, com o afastamento dos executivos responsáveis pela política de segurança da companhia. O MPF também havia pedido em caráter de urgência a suspensão de pagamento de dividendos a acionistas.
Notícia positiva para acionistas
O Bradesco BBI e o Credit Suisse destacaram a notícia como positiva, ressaltando que o valor aprovado implica em um provento adicional de US$ 1 bilhão já que, pela política de pagamentos atual, o valor de pagamento mínimo seria de US$ 1,3 bilhão.
“Considerando a posição de dívida líquida ajustada da empresa de US$ 8,1 bilhões (dívida líquida financeira + compromissos de Brumadinho) do segundo trimestre e com a geração robusta de fluxo de caixa livre à frente, o valor do dividendo extraordinário é um tanto conservador, em nossa opinião”, apontam os analistas do BBI.
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Porém, apontam, a Vale tem espaço para distribuir proventos ainda mais significativos no futuro. Com a premissa de um preço médio de minério de ferro de US$ 100 a tonelada no segundo semestre deste ano, apenas o dividendo mínimo a ser pago em março de 2021 deve chegar a US$ 3 bilhões, sem considerar o potencial valor adicional de dividendos extraordinários, que os analistas do BBI veem como provável.
“Dito isso, os investidores que compram as ações agora desfrutariam de pelo menos um dividendo de cerca de US$ 5 bilhões até março de 2021, ou dividend yield de cerca de 9%”, ressaltam. Os analistas mantêm a classificação outperform (desempenho acima da média do mercado) para o ADR da Vale, a US$ 17 por ativo (potencial de valorização de 53,4% frente o fechamento de quinta).
Já o Credit Suisse estima que a Vale tem capacidade de pagar um dividend yield mínimo de 7% em 2021 (com base na projeção do minério de ferro de US$ 81 a tonelada). Contudo, se incluir possíveis pagamentos de dividendos extraordinários com base em sua meta de dívida líquida, o dividend yield poderia chegar a 12%.
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“Como os níveis de endividamento devem continuar caindo à frente, acreditamos que maiores dividendos no futuro estão se tornando cada vez mais prováveis”, apontam os analistas do banco suíço, destacando que esse movimento deve acelerar a reclassificação da ação e ajudar a fechar o desconto com as mineradoras australianas, atualmente negociadas a 5,1 vezes o EV/Ebitda (valor da empresa sobre o Ebitda), versus 3,2 vezes da Vale.
Os analistas do banco suíço possuem recomendação outperform para o ADR, com preço-alvo de US$ 16 (upside de 44,40%), destacando ainda esperar que os embarques de minério de ferro se recuperem à frente e, com isso, os benefícios da diluição de custos também devem entrar no radar.
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