Vale e siderúrgicas afundam 4%; Braskem dispara 19% em 9 dias, de olho em venda de fatia da Petrobras

Confira os principais destaques de ações da B3 nesta quinta-feira

Paula Barra

(Divulgação)
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SÃO PAULO – O Ibovespa caiu nesta quinta-feira (20), pressionado pelas ações de commodities. Enquanto Vale e siderúrgicas lideraram as perdas do índice, com quedas de até 4%, a Petrobras – que teve manhã positiva – virou para baixo, seguindo os preços do petróleo no exterior, com investidores apreensivos com a reunião da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) prevista para a próxima segunda-feira, na Rússia. 

Com isso, o índice encerrou o pregão em queda de 0,37%, a 64.938 pontos, enquanto os contratos futuros do dólar renovavam sua mínima desde outubro de 2014, marcando desvalorização de 0,70%, a R$ 3,134. 

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Do lado dos ganhos, destaque para as ações da Cyrela, que saltaram 4% após prévia operacional acima do esperado pelo mercado no 2° trimestre. Lojas Americanas e Pão de Açúcar apareceram na sequência (essas duas ações foram citadas ontem no “Especial Setores do 2° Semestre” do InfoMoney; assista aqui). 

Confira abaixo os principais destaques de ações desta quinta-feira:

Carrefour

As ações do Carrefour Brasil (CRFB3, R$ 14,90, -0,67%) recuperaram terreno, após caírem quase 4% em pregão de estreia na B3. A precificação do IPO aconteceu na última terça-feira, a R$ 15. O Carrefour e a B3 realizam cerimônia do início da negociação das ações no Novo Mercado na sede da B3, em São Paulo,  às 11h.

A estreia do Carrefour marca o primeiro IPO da gestão de Gilson Finkelsztain na B3, que em maio assumiu a presidência da companhia fruto da fusão de BM&FBovespa e Cetip. Nos próximos dias, esperam-se mais três aberturas de capital: além da Biotoscana, também há a Ômega Geração e o IRB Brasil Re.

Vale (VALE3, R$ 28,72, -3,95%; VALE5, R$ 26,97, -3,71%) 
Dados de produção melhores do que o esperado no segundo trimestre não foram suficientes para animarem as ações da Vale nesta sessão, com investidores à espera de um balanço fraco no período e reagindo à queda do minério de ferro nesta sessão, que passou por correção após dias de fortes ganhos. Acompanharam o movimento os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 21,08, -3,74%) – holding que detém participação na Vale. 

A produção da Vale de minério de ferro atingiu 91,849 milhões de toneladas no período, 5,8% superior ante o mesmo período do ano anterior e um novo recorde para o segundo trimestre. O dado veio acima da estimativa média de 6 analistas consultados pela Bloomberg, que era de 91,4 milhões de toneladas.

Em relatório, o BTG Pactual que – embora, em sua visão, em linha com o esperado – as ações da companhia não deviam reagir bem aos dados, devendo continuar negociando em cima da recente força do minério de ferro. 

Os analistam do banco lembram que por conta da estratégia de formar estoques da Vale (off shore), o nível de produção será bem maior que as vendas. Olhando para o 2° trimestre, eles comentam que esperam por um resultado bem fraco por conta de preço realizado deprimido. Além disso, a companhia também reiterou que sua produção ficará no limite inferior da faixa prevista para o ano (de 360 milhões a 380 milhões de tonelada).

Petrobras (PETR3, R$ 13,63, -1,52%;PETR4, R$ 13,10, -0,98%)

As ações da Petrobras intensificaram queda nesta tarde, puxadas pelos preços do petróleo no mercado internacional. Neste momento, os contratos futuros do petróleo WTI caíam 0,70%, a US$ 46,73 o barril, em Nova York, enquanto os contratos do Brent registravam queda de 0,89%, a US$ 49,26 o barril, em Londres. 

Ainda no radar, a Petrobras anunciou novo reajuste de preços, com elevação do diesel em 2% e da gasolina em 0,1%. O aumento de preço para refinarias acontece a partir de 21 de julho. 

Siderúrgicas
Também recuaram hoje os papéis das siderúrgicas, com Gerdau (GGBR4, R$ 10,87, -1,72%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,33, -4,48%), CSN (CSNA3, R$ 7,56, -3,69%) e Usiminas (USIM5, R$ 4,92, -1,60%). 

No radar, uma novidade sobre o acordo entre a Metalúrgica Gerdau (GOAU4) e o BTG Pactual (BBTG11) para troca de ação da Gerdau e o consequente pedido de OPA (Oferta Pública de Aquisição) das ações GGBR3, anunciado em março (para saber mais, clique aqui).

A CVM autorizou pedido de registro de OPA (Oferta Pública de Aquisição) de ações por aumento de participação mediante a permuta de ações ordinárias por ações preferenciais de emissão da companhia, segundo informou a Gerdau em fato relevante. A OPA fica sujeita à adesão de acionistas titulares de, no mínimo, 39,6 milhões de ações ordinárias, ou seja, o equivalente a dois terços das ações ordinárias em circulação. 

Players de combustíveis
Conforme apontavam ontem os jornais, o presidente Michel Temer e os chefes da equipe econômica assinaram decreto hoje que autoriza o aumento de impostos sobre combustíveis, informa a Folha de S. Paulo. A medida consiste na elevação de PIS e Cofins cobrado sobre gasolina e diesel, mas fala-se também em uma elevação posterior da Cide. 

Em relatório, analistas do BTG Pactual comentam que, se confirmado, será muito positivo para o setor de etanol pois traria um alívio para a indústria em um momento em que houve uma redução forte dos níveis de preços em açúcar e etanol.

No momento, eles dissem que não estão muito preocupados com o açúcar dado a crença de que os preços vão se recuperar de qualquer maneira, mas o etanol tem sido, durante algum tempo, a principal fonte de preocupação com a queda dos preços do petróleo.

Ainda assim, eles comentaram que estão bem positivos com o setor, com recomendação de compra para Cosan (CSAN3, R$ 35,80, -1,16%) e São Martinho (SMTO3, R$ 17,91, -1,86%), e citaram que as notícias de hoje corroboram essa visão de um risco/retorno assimétrico para a perspectiva dos preços do açúcar e do etanol.

Dito isso, eles rodaram um teste de sensibilidade assumindo i) aumento de R$ 0,10/litro na Cide e ii) aumento da curva de preço do etanol e também do preço do açúcar (dado que o açúcar se encontra próximo à paridade do etanol e que o etanol é hoje um piso para o preço do açúcar). Pelas as contas, há cada R$ 0,10/litro de Cide, haverá um impacto positivo no Ebitda estimado para 2018 de 6,6% para São Martinho e 3,9% para Cosan.

Cyrela (CYRE3, R$ 11,85, +3,58%)
As ações da Cyrela lideraram os ganhos do Ibovespa após dados operacionais do segundo trimestre melhores do que o esperado pelo mercado.

Em relatório, o BTG Pactual comenta que as vendas líquidas da empresa alcançaram R$ 756 milhões no período (+35% na comparação anual; +45% na comparação trimestral), impulsionadas por fortes vendas de estoques, levando a um VSO (indicador que mensura a velocidade de vendas) de 10% no trimestre (ganho de 250 pontos-base na comparação anual). Os lançamentos atingiram R$ 640 milhões no período (crescimento de 7% ano a ano; +5% na comparação trimestral), em linha com as estimativas do BTG. O banco segue com recomendação de compra para a ação. 

Já o Itaú BBA destacou que a companhia está a caminho de atingir meta de 2017, enquanto a velocidade de vendas por lançamentos acelera. 

Braskem (BRKM5, R$ 39,88, +1,58%)
As ações da Braskem subiram pelo nono pregão consecutivo, acumulando ganhos de 19% no período e renovando novamente sua máxima histórica na bolsa. A euforia hoje ocorreu na esteira da renegociação bem-sucedida do acordo entre a Petrobras e a Odebrecht, medida considerada fundamental para que a estatal possa oferecer sua participação no mercado. 

Segundo divulgou hoje o Valor Econômico, grandes grupos petroquímicos multinacionais poderão entrar na disputa pela participação acionária da Petrobras na Braskem. Exxon, Shell, LyondellBasell e Dow Chemical já teriam manifestado interesse na companhia brasileira, cuja receita líquida totalizou R$ 47,7 bilhões no ano passado. Fundos de private equity e de pensão, além da Saudi Aramco, também teriam indicado disposição de olhar o ativo.

Estácio (ESTC3, R$ 16,44, -0,24%)
Em comunicado ao mercado, a Estácio disse ontem à noite que desconhece  sobre eventual intenção de Chaim Zaher – um dos principais acionistas da empresa – em aumentar seus percentuais de participação acionária no capital social da companhia até o patamar de 20% ou que tenha aumentado novamente sua fatia na empresa para cima de 10%. 

Ontem, o Valor informou que Zaher planeja elevar fatia na Estácio para até 20%. Em comunicado de 12 de maio, empresa informou que família Zaher detinha 30.824.400 ações ordinárias, 9,7% do capital da Estácio. 

Oi (OIBR4, R$ 3,34, 0,0%)
O conselho de administração da Oi aprovou diretrizes para um aumento de capital de 8 bilhões de reais, em uma estratégia que vinha sendo estudada pela companhia em recuperação judicial desde junho.

As condições definitivas do aumento de capital serão divulgadas após negociação com os credores, afirmou a Oi. A aprovação da proposta marca uma mudança de postura dos controladores da Oi, que no início do ano defendiam primeiro resolver o processo de recuperação judicial antes de discutir um aumento de capital ou novos investimentos.

Segundo a companhia, os recursos da injeção de capital serão usados para ampliar os investimentos com foco em novos projetos de banda larga e cobertura de rede de telefonia celular.

Além disso, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) confirmou nesta quarta-feira que convocará membros da administração e principais acionistas da Oi para uma reunião com o seu conselho no dia 1º de agosto. No encontro, serão discutidos o plano de recuperação judicial e a proposta de aumento de capital de R$ 8 bilhões.

As negociações com a Anatel são hoje um dos principais entraves para o processo de recuperação judicial. A Advocacia-Geral da União (AGU) está questionando na Justiça o plano de recuperação judicial da tele.

Renova e Light
Grupos chineses têm interesse na aquisição da empresa de energia limpa Renova Energia (RNEW11, R$ 7,66, +0,13%) e nos ativos de geração de sua controladora, a Light (LIGT3, R$ 24,60,  -0,36%), além da disposição de injetar recursos nas empresas para continuar projetos em desenvolvimento e pagar dívidas, segundo documento visto pela Reuters.

Tanto Light quanto Renova são controladas pela estatal mineira Cemig (CMIG4, R$ 8,90, -0,22%), que anunciou recentemente um enorme plano de desinvestimentos para reduzir dívidas que inclui a possível venda integral das duas empresas.

Em uma carta de intenções enviada à alta cúpula das companhias, o grupo chinês CIRI Information Technology Co. disse que representa conglomerados orientais como a PowerChina e que estes possuem interesse em comprar ativos de geração de energia renovável no Brasil, o que incluiria a totalidade da área de geração da Light e a Renova.

O interesse pelos ativos foi oficializado em 10 de julho, dias antes de a Light anunciar que concedeu exclusividade por 60 dias à canadense Brookfield em negociações para a venda da Renova, em um movimento que indica que possivelmente os ativos das duas empresas não serão negociados em conjunto.

JSL (JSLG3, R$ 7,04, +2,03%)

A JSL confirmou a precificação de emissão de US$ 325 milhões no exterior. Os títulos com vencimento em 2024 pagarão juros remuneratórios de 7,750% ao ano, semestralmente, a partir de 26 de janeiro de 2018, disse a JSL em fato relevante. Senior Notes serão emitidas com valor equivalente a 99,337% do seu valor nominal, resultando em uma taxa de retorno (yield) de 7,875%. Os recursos obtidos com a oferta das Senior Notes serão utilizados para capital de giro, inclusive pagamento de dívidas consolidadas de curto prazo em seu vencimento, disse a empresa.

Banco Indusval (IDVL3, R$ 2,00, +21,21%; IDVL4, R$ 1,80, +16,13%)
As ações ordinárias e preferenciais do Banco Indusval subiram forte com rumores apontando que a Fosun International, conglomerado de investimento chinês, ofereceu R$ 500 milhões para comprar a Guide Investimentos, corretora de valores adquirida pelo Indusval em abril de 2011. A informação foi publicada pelo Brazil Journal.

Entretanto, o grupo chinês pode não estar sozinho na disputa. De acordo com o jornal Valor Econômico, pelo menos uma corretora asiática e dois bancos de varejo avaliam o negócio. Coincidência ou não, em 26 de junho, o conselho de administração do Indusval decidiu adiar por até 90 dias a OPA (Oferta Pública de Aquisição) das ações negociadas em bolsa.

Prumo (PRML3, R$ 11,00, +0,27%)

A Prumo Logística assinou contrato definitivo com a GranEnergia Navegação para constituir um veículo de parceria denominado Dome, por meio do qual oferecerá soluções integradas de serviços para indústria de óleo e gás.  A Dome ocupará 47 mil metros quadrados no Terminal 2 do Porto de Açu, segundo fato relevante. 

“A Dome irá contribuir para o aumento da eficiência, otimização de custos e integridade das instalações, visando a sustentabilidade dos projetos e operações da indústria de óleo e gás”, informou companhia. 

Randon (RAPT4, R$ 5,51, +2,80%) 

A Randon divulgou dado operacional referente ao mês de junho, registrando receita líquida de R$ 246,9 milhões, alta de 17,8% na base de comparação anual. A receita líquida consolidada acumulada de janeiro a junho somou R$ 1,3 bilhão, baixa de 8,5% na comparação com o primeiro semestre de 2016. A receita bruta total em junho foi de R$ 353,6 milhões, alta de 17,8% na comparação com junho de 2016. Já a receita bruta acumulada no primeiro semestre de 2017 foi de R$ 1,9 bilhão, queda de 6,4% na base anual. 

Fras-Le (FRAS3, R$ 4,53, -0,66%)

Já a Fras-Le divulgou que a receita líquida consolidada somou R$ 70,3 milhões, queda de 5,2% na base anual. No acumulado de janeiro a junho de 2017, a receita líquida consolidada totalizou R$ 392,4 milhões, 6,9% menor que no acumulado no mesmo período do ano anterior, diz Fras-le em comunicado.

A receita bruta total (sem eliminações e com impostos) somou R$ 110,2 milhões, alta de 1,7% na base anual. No acumulado de janeiro a maio de 2017, a receita bruta total totalizou R$ 592,2 milhões, queda de 4,8%. 

Localiza (RENT3, R$ 49,31, +0,63%)

Antes da divulgação do resultado do segundo trimestre (após o fechamento do mercado), a Localiza divulgou os números de sua frota, que atingiu 151.750 carros ao final do primeiro semestre. 

Especiais da semana do IM
 Clique aqui e veja a última edição do “Especial Setores do 2° Semestre”, que falou ontem sobre as ações das varejistas. O analista Marco Saravalle, da XP Investimentos, e o head de mercados de capitais da Eleven Financial, Adeodato Volpi Netto, apontaram 5 apostas para o setor na bolsa. Na terça-feira, o analista do Itaú BBA, Marcos Assumpção, comentou sobre as ações da Vale, siderúrgicas e papel e celulose (assista). 

– Preparado para os resultados do 2° trimestre? Veja aqui as empresas que devem “brilhar” nessa temporada

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