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SÃO PAULO – Nesta sexta-feira, as ações da Par Corretora estrearam na Bovespa com o ticker PARC3. A grande expectativa com a forte demanda por reservas no IPO (oferta pública inicial, na sigla em inglês) foi correspondida no pregão: as ações disparam 12,25% (cotação das 12h20), saindo de R$ 12,33 para R$ 13,84. Na máxima do dia, elas chegaram a R$ 14,15.
A oferta da corretora de seguros, que tem a Caixa Seguros Holding e a GP Investments entre os principais acionistas, saiu bem acima da faixa indicativa fixada inicialmente pelos coordenadores da operação, de R$ 11,25 a R$ 11,60 cada e movimentou R$ 602,8 milhões.
IPOs sempre geram muita expectativa no mercado, mas há sempre questionamentos sobre se vale a pena ou não comprar ações de uma “novata” na Bolsa – o principal argumento dos céticos é que se o controlador da empresa está vendendo as ações, certamente é porque acha que ela já está cara. Mas será que essa ideia pode ser levada ao pé da letra? Se analisarmos as últimas ofertas de ações, veremos que tivemos muito mais histórias de sucesso do que de fracassos.
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O InfoMoney fez o levantamento dos últimos 11 IPOs realizados entre desde 2013. Confira como foi a oferta:
Ouro Fino (Ticker: OFSA3)
Data de estreia: 21/10/2014
Preço fixado: R$ 27,00
Preço de fechamento na quarta-feira (3): R$ 29,42
Desempenho acumulado desde o IPO: +8,96%
A Ourofino, empresa do interior de São Paulo, estreou na Bolsa a R$ 27,00 no dia 21 de outubro, no primeiro e único IPO do ano de 2014. Desde que estreou, a empresa viu suas ações subirem quase 9%, entre altos e baixos na Bovespa. A empresa é fabricante de medicamentos, vacinas, antibióticos e outros produtos veterinários para aplicações em cães, gatos, aves, suínos e bovinos, sendo a terceira maior companhia do mercado brasileiro de saúde animal e a maior empresa nacional do setor. A Ouro Fino ainda exporta seus produtos para treze países, com operações comerciais com distribuidoras e subsidiárias.
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Em janeiro, o BB Investimentos divulgou relatório em que atribuiu recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) para a empresa. A taxa de crescimento composta anual da receita líquida a companhia ficou em 13,9% no período de 2011 a 2013, enquanto os mercados brasileiro e mundial de saúde ficaram em 10,3% e 5,6% no mesmo período, respectivamente, destacam os analistas. Outro ponto assinalado pelos analistas é a estimativa de que haja um crescimento de 1,6% ao ano até 2023 do consumo mundial de carnes.
CVC Brasil (Ticker: CVCB3)
Data de estreia: 9/12/2013
Preço de estreia: 16,00
Preço de fechamento na quarta: 19,50
Desempenho acumulado desde IPO: +21,88%
As ações da CVC Brasil estrearam no dia 9 de dezembro de 2013 e fecharam no seu primeiro dia na Bovespa com queda de 3,12%, a R$ 15,50. Os papéis foram precificados a R$ 16,00 no IPO e movimentou R$ 621 milhões. Apesar da estreia negativa, as ações registram alta de cerca de 22% desde a sua estreia na Bovespa.
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A companhia de viagens, que vem registrando resultados elogiados nos últimos trimestres, anunciou no final de maio o fechamento de um acordo para a compra da B2W Viagens por R$ 80 milhões.
GAEC (Ticker: ANIM3)
Data de estreia: 28/10/2013
Preço de estreia: R$ 18,50
Preço de fechamento na quarta: R$ 21
Desempenho acumulado desde IPO: +8,96%
A empresa de educação Gaec movimentou os mercados em outubro de 2013 e gerou polêmica quando houve a suspensão do IPO da empresa após as declarações da empresa ao jornal Valor Econômico. A empresa não respeitou o período de silêncio, que veda a manifestação na mídia por participantes da oferta até a publicação de seu anúncio de encerramento da Oferta.
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A decisão foi revogada e, no dia 28 de outubro de 2013, as ações estrearam a R$ 18,50 e subiram 3,8% no dia. Desde então, as ações registram alta, apesar das turbulências no setor de educação. O último catalisador foi a companhia ter extinto o contrato com a norte-americana Whitney University, o que impulsionou as ações.
Ser Educacional (Ticker: SEER3)
Data de estreia: 29/10/2013
Preço de estreia: R$ 17,50
Preço de fechamento na quarta: R$ 13,31
Desempenho acumulado desde IPO: -23,94%
A Ser Educacional foi fundada em 2003 por Janguiê Diniz e tem atuação no Norte, Nordeste e, mais recentemente, no Sudeste. Os papéis foram precificados a R$ 17,50 em outubro de 2013 e, desde então, caíram quase 24%.
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Afetada pelas mudanças no Fies e em meio às perspectivas piores de margens de rentabilidade, as ações da companhia registram uma forte queda de 55,64% no ano, o que apagou e muito a alta registrada anteriormente. Em relatório de revisão do setor em abril, o Credit Suisse, contudo, classificou as ações da companhia em outperform.
CPFL Energias Renováveis (Ticker: CPRE3)
Data de estreia: 17/7/2013
Preço de estreia: R$ 12,57
Preço de fechamento na quarta: 12,94
Desempenho acumulado desde IPO: + 3,44%
A CPFL Energias Renováveis movimentou R$ 1,035 bilhão em seu IPO realizado no dia 17 de julho de 2013, precificando a ação no mínimo da faixa indicativa, de R$ 12,51. As ações estrearam na Bolsa dia 19 de julho com forte queda e, desde então, não andaram muito na Bolsa, com alta de apenas 3,44% desde que estrearam.
A companhia de energia explora oportunidades no mercado brasileiro de geração de energia elétrica a partir de fontes alternativas, por meio do desenvolvimento, construção e operação de um portfólio de usinas de pequeno (até 30 MW) e médio (até 200 MW) porte, tais como pequenas centrais hidroelétricas (PCHs), usinas eólicas, usinas movidas a biomassa (UTE) e usina solar, conforme destacado por ela em seu site.
BB Seguridade (Ticker: BBSE3)
Data de estreia: 29/4/2013
Preço de estreia: R$ 17,00
Preço de fechamento na quarta: R$ 34,39
Desempenho acumulado desde IPO: +102,29%
A BB Seguridade já teve um IPO de sucesso, ao captar R$ 11,475 bilhões, o maior volume para uma estreante na Bolsa. A oferta saiu a R$ 17 por ação. O braço de seguros do Banco do Brasil (BBAS3), contudo, estreou na Bovespa no dia 29 de abril de 2013 em queda, de 2,35%, a R$ 16,60. Porém, desde o IPO, os papéis da companhia já mais que duplicaram de valor e estão cotados a R$ 34,39.
O BTG Pactual destaca, em relatório divulgado recentemente, que o foco da BB Seguridade em seguro de vida deve garantir um desempenho SH1 melhor ao longo de 2015, enquanto Brasilprev mantém um ritmo forte. “Em nossa opinião, a visibilidade de lucros para 2015 é consideravelmente boa dada a natureza dos negócios da companhia, o que nos deixa muito confortáveis que ela vai entregar o crescimento dos lucros de mais de 15% este ano, um grande feito em meio ao ambiente macro atual”.
Smiles (Ticker: SMLE3)
Data de estreia: 29/4/2013
Preço de estreia: R$ 21,70
Preço de fechamento na quarta: R$ 34,39
Desempenho acumulado desde IPO: + 136,36%
A Smiles estreou na Bolsa mesmo dia da BB Seguridade, após concluir a oferta inicial de ações com a emissão de 52,2 milhões de ações e preço de R$ 21,70 e ter captado R$ 1,13 bilhão. O papel avançou 5,99% na estreia e também é um caso de sucesso na Bolsa, ao subir 136,36% desde o IPO.
A empresa de relacionamento e de milhagens da Gol (GOLL4) é um dos maiores casos de sucesso na Bolsa e tem recomendação outperform pelo Itaú BBA. No final do mês passado, a companhia anunciou que um de seus principais acionistas, a General Atlantic, vendeu toda sua participação da companhia. Com isso, poder de veto que o fundo tinha – concedido por um acordo de acionistas – só terá duração de mais 12 meses, desde que a GA tenha um membro no Conselho da Smiles. E segundo os analistas do Itaú BBA, isso pode ser uma boa oportunidade de entrada no papel.
Alupar (Ticker: ALUP11)
Data de estreia: 24/4/2013
Preço de estreia: 18,50
Preço de fechamento na quarta: 17,00
Desempenho acumulado desde IPO: -8,71%
As units da empresa de energia Alupar foram precificadas a R$ 18,50 e movimentaram R$ 851 milhões no IPO. A estreia na Bovespa no dia 24 de abril de 2013 foi negativa e, desde então, os ativos não vêm tendo um bom desempenho na Bolsa, com queda de 8,71% desde o IPO.
O Itaú BBA iniciou a cobertura para as ações da Alupar em junho de 2013, com uma classificação outperform (desempenho acima da média do mercado) e com um preço-alvo de R$ 24,00 por unit. “Acreditamos que a Alupar, como uma companhia integrada operando tanto no segmento de transmissão quanto de geração, oferece uma combinação única no setor de defensividade, dividendos e opcionalidades de crescimento”, afirmaram os analistas em relatório na época. Contudo, as estimativas positivas ainda não se confirmaram na Bolsa e as ações registram queda na Bovespa desde o IPO. Vale ressaltar que o último resultado foi considerado positivo pelo Santander, ajudado pelos resultados da hidrelétrica Ferreira Gomes.
Biosev (Ticker: BSEV3)
Data de estreia: 19/4/2013
Preço de estreia: 15,00
Preço de fechamento na quarta: R$ 4,81
Desempenho acumulado desde IPO: -67,93%
A Biosev não começou bem na Bolsa, ao estrear com uma queda expressiva em seu primeiro pregão, no dia 19 de abril de 2013. A companhia vendeu 53,7 milhões em seu IPO pelo preço de R$ 15 cada uma. Alguns participantes, contudo, compraram uma opção de R$ 0,25 por papel que permitia se desfazer da opção em até 15 meses por R$ 15,00, o preço de estreia.
Em julho de 2014, a “bomba explodiu”, com a Biosev liderando o exercício de opções naquele mês. Desde a estreia, a companhia registra quedas amargas na Bolsa e acumula perdas de quase 68% desde o IPO.
Senior Solution (Ticker: SNSL3M)
Data de estreia: 8/3/2013
Preço de estreia: R$ 11,50
Preço de fechamento na quarta (4ª): R$ 11,28
Desempenho acumulado desde IPO: -1,91%
A empresa de tecnologia Senior Solution estreou no segmento Bovespa Mais da BM&Fbovespa em 8 março de 2013 em queda. O papel havia sido precificado a R$ 11,50 e a oferta movimentou R$ 62,1 milhões de reais, considerando a emissão primária de R$ 39,6 milhões de reais e a secundária, de R$ 22,5 milhões. Os papéis também não tiveram uma performance positiva desde então e registram queda de 1,91%.
Com foco no fornecimento de software para o setor financeiro, os números do primeiro trimestre de 2015 não vieram muito bons segundo o banco Fator Corretora, com um crescimento orgânico mais fraco do que o esperado, principalmente na linha de software e com a consolidação de outra companhia, a Aquarius, levando a um maior dano nas margens de rentabilidade. Contudo, a expectativa é de que haja uma melhora das margens conforme tenha maior consolidação.
“Desta forma, continuamos com uma postura positiva em relação a Senior Solution mas, dados os preços correntes, nós acreditamos que a empresa está agora em um patamar bastante razoável”, destacou a Fator.
Linx (Ticker: LINX3)
Data de estreia: 8/2/2013
Preço de estreia: R$ 27,00
Preço de fechamento na quarta: R$ 50,20
Desempenho acumulado desde IPO: +85,93%
A Linx realizou o primeiro IPO do ano de 2013, com as suas ações estreando dia 8 de fevereiro e, já no primeiro dia, os papéis subiram 18,52% cotados a R$ 32,00. A precificação da oferta de ações da Linx saiu a R$ 27 e foi considerado um sucesso do mercado, ao ficar no topo do intervalo.
A empresa de tecnologia, desde então, vê suas ações subirem fortemente. No final de maio, o Credit Suisse elevou a recomendação para os papéis da companhia de neutro para outperform (desempenho acima da média do mercado) e a apontou como a preferida no setor de softwares brasileiro, destacando a taxa de crescimento orgânico, que segue bastante saudável. Os analistas também veem as fusões e aquisições como elementos importantes para a empresa.
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