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(Reuters) – O presidente Donald Trump, que minimizou a ameaça da pandemia do coronavírus por meses, disse nesta sexta-feira (2) que ele e sua esposa Melania testaram positivo para Covid-19 e estão entrando em quarentena, interrompendo a disputa pela Casa Branca.
“Começaremos nosso processo de quarentena e recuperação imediatamente. Vamos superar isso JUNTOS!” disse o presidente em um tweet na manhã desta sexta-feira.
Trump, de 74 anos, faz parte do grupo de risco, tanto por causa de sua idade quanto por ser considerado acima do peso. Ele permaneceu com boa saúde durante seu mandato, mas não é conhecido por fazer exercícios regularmente ou seguir uma dieta saudável.
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Trump minimizou a gravidade da pandemia em seus estágios iniciais e previu repetidamente que ela iria embora. Ele raramente usa máscara e critica as pessoas que fazem isso, incluindo o candidato presidencial democrata Joe Biden.
Mais de 200 mil pessoas morreram de Covid-19, a doença causada pelo vírus, apenas nos Estados Unidos, com os idosos e aqueles com doenças pré-existentes sendo especialmente atingidos.
Trump exortou os estados dos EUA a reabrirem economias fechadas, mesmo com o número de casos aumentando e criticou governadores democratas por colocarem medidas duras em prática para controlar o vírus.
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O teste positivo de Trump significa que outras pessoas nos escalões mais altos do governo dos EUA podem ter sido expostas e também devem entrar em quarentena.
Um funcionário da Casa Branca disse que o rastreamento dos contatos do presidente estava em andamento.
O médico de Trump, Sean Conley, disse esperar que o presidente cumpra suas funções “sem interrupções” enquanto ele se recupera.
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“O presidente e a primeira-dama estão bem neste momento e planejam permanecer na Casa Branca durante a convalescença”, escreveu Conley em um memorando que foi distribuído à imprensa.
Biden criticou duramente Trump por sua resposta à pandemia, enquanto o presidente elogiou a si mesmo e sua equipe.
Trump realizou comícios internos e externos com milhares de pessoas nas últimas semanas em meio à corrida para as eleições de 3 de novembro, apesar dos avisos de profissionais de saúde pública contra a realização de eventos com grandes multidões.
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Na noite de quinta-feira, pouco depois de o presidente dizer que o fim da pandemia estava próximo, surgiram notícias de que Hope Hicks, uma importante conselheira e assessora de confiança, havia testado positivo para o vírus. Hicks viajou com o presidente na terça e na quarta-feira.
Às 6h12 (horário de Brasília), os futuros do S&P 500 caíam 1,19% após a notícia do teste positivo de Trump. O Nasdaq futuro tem baixa de 1,70% e o Dow Jones de 1,15%. As bolsas europeias também registram queda, com o Dax em baixa de 0,63%, o FTSE em queda de 0,56% e o CAC com baixa de 0,43%. O petróleo também tem queda de cerca de 2%.
MUDANÇAS NA CORRIDA ELEITORAL
A notícia altera drasticamente a corrida presidencial.
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A Casa Branca divulgou um novo cronograma para as atividades de Trump na sexta-feira, que não inclui uma viagem planejada para a Flórida. Biden está com programação para fazer campanha em Michigan nesta sexta-feira. Ambos os estados são “swing states” (em que não tem um histórico de votação em um candidato) que podem ajudar a decidir as eleições nos EUA.
A condição do presidente deve trazer a pandemia de volta ao centro da disputa, após a morte da juíza da Suprema Corte Ruth Bader Ginsburg e a subsequente nomeação de Trump de Amy Coney Barrett para ocupar seu lugar, acontecimentos que mudaram a ênfase da campanha.
Trump, que foi criticado por questionar a eficácia de usar uma cobertura facial, tirou uma máscara de seu bolso no primeiro debate presidencial na terça-feira e disse: “Eu uso máscaras quando preciso. Quando preciso, eu uso máscaras.”
Ele então ridicularizou Biden por usá-la regularmente: “Eu não uso máscaras como ele. Toda vez que você o vê, ele está com uma máscara. Ele poderia estar falando a 200 metros de distância e aparece com a maior máscara que eu já vi. ”
Os profissionais de saúde dizem que as coberturas faciais são essenciais para prevenir a propagação do vírus.
Trump tem realizado comícios regulares em todo o país para elevar o ânimo por sua candidatura contra o ex-vice-presidente, que evitou eventos de campanha com um grande número de pessoas. Trump tem orgulho de seus grandes comícios de campanha, com multidões de pessoas que não usam máscaras e que nem mantêm distância social.
“Trump está atrás de Biden nas pesquisas e claramente falhou em diminuir a diferença após o primeiro debate. Suspeito que os mercados tenderão a acreditar que Biden provavelmente vencerá as eleições”, disse Naoya Oshikubo, economista sênior do Sumitomo Mitsui Trust. “O que me preocupa é que ele se tornará ainda mais agressivo contra a China depois que ele próprio contraiu o vírus.”
O primeiro-ministro britânico Boris Johnson continuou trabalhando isolado por pouco mais de uma semana após o teste ser positivo no final de março, mas depois adoeceu gravemente e foi levado às pressas para a UTI. Ele passou várias semanas se recuperando antes de voltar ao trabalho.
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, entrou em quarentena em março, depois que sua esposa foi diagnosticada com o coronavírus. Já o presidente do Brasil Jair Bolsonaro chamou a doença de uma “pequena gripe” após ser infectado em julho.
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