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Índice Imobiliário (IMOB) lidera ganhos da Bolsa em 2023; Materiais Básicos (IMAT), com VALE3, puxam perdas

Em segundo, entre as maiores altas do ano encontra-se o índice financeiro (IFNC) e, nas baixas, o de consumo (ICON)

Rodrigo Petry

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O Ibovespa vem lutando, pregão após pregão, para se manter de forma positiva neste ano. Apesar dos ganhos no acumulado do mês de maio de pouco mais de 4%, em 2023 o índice opera com queda de 0,7%, até o fechamento desta terça-feira (30).

Entretanto, dentro desta composição do Ibovespa, há setores que se destacam positivamente e negativamente.

Começando pelos ganhos, os dois índices setoriais da Bolsa que mais avançam, em 2023, são o Imobiliário (IMOB), com alta de 26,06%, seguido pelo Financeiro (IFNC), com avanço de 9,06%.

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No sentido contrário, os piores desempenhos são em Materiais Básicos (IMAT), com menos 10,24% – puxado por perdas da Vale (VALE3), enquanto o Índice de Consumo (ICON) cai 1,13%.

Diante deste cenário, a pedido do InfoMoney, o analista Guilherme Schrepel, da Investimentos 4YOU, traçou as perspectivas dos quatro índices, com base na análise técnica. Confira a seguir o que esperar dos setores da Bolsa!

Análise técnica: Índices da Bolsa em alta

Índice Imobiliário (IMOB)

Começando pelo IMOB, setor que registra a maior alta do ano, entre os índices da Bolsa, analisando o gráfico semanal de médio prazo, se observa que o preço vem dentro de um processo de lateralidade, “trabalhando dentro de um grande range”, com uma região de resistência entre 867,58 e 817,77.

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“Atualmente, o preço voltou para visitar essa forte região de resistência [citada acima]. Após testar esse ponto três vezes, voltou pela quarta vez. Porém, se correlacionar o gráfico de preço com o indicador IFR (Índice de Força Relativa), é possível notar que está em uma região de sobrecompra e, na grande maioria das vezes, quando o indicador começa a trabalhar próximo da região de 70, o preço faz topo, sugerindo uma pressão vendedora”, explica.

Dessa forma, segundo ele, o viés, pelo gráfico semanal, está mais para uma possível correção de baixa. Por outro lado, o cenário otimista, para continuidade da alta, seria caso o índice conseguisse romper a região de 817,77 e 867,58.

Com isso, explica, haveria uma “oportunidade de o índice permanecer subindo com projeção de alvo em 1.127,93“, diz, o que geraria um possível upside de 31%.

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Neste sentido, os suportes ficam localizados em 729,37 (1), 675,88 (2), enquanto o suporte mais relevante encontra-se em 593,24 (3).

Gráfico semanal IMOB

Elaboração: Guilherme Schrepel

IMOB (curto prazo)

Avaliando o curto prazo, pelo gráfico diário [logo abaixo], é possível observar que o índice vem trabalhando entre “topos e fundos ascendentes, mas é possível notar a dificuldade em romper a resistência.”

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“Basicamente já tem seis dias trabalhando na tentativa de rompimento, mas sem êxito. Isso pode sugerir uma possível correção, seja no preço ou no tempo”, disse, acrescentando que, se considerarmos uma correção no preço, o alvo projetado seria em 729,37.

Neste caso, o índice voltaria para testar a última região de topo, deixada no dia 13/04/23, oferecendo um downside de 11%.

Gráfico diário IMOB

Elaboração: Guilherme Schrepel

Melhores desempenhos do Índice Imobiliário

Empresa Ativo Maio Ano
BR Properties ON BRPR3 -5,1% 203,2%
Tenda ON NM TEND3 38,9% 92,2%
Cyrela Realt ON NM CYRE3 25,0% 47,8%
Trisul ON NM TRIS3 35,5% 44,5%
Log Com Prop ON NM LOGG3 32,0% 41,3%

Piores desempenhos do Índice Imobiliário

Empresa Ativo Maio Ano
Gafisa ON NM GFSA3 -8,4% -47,0%
JHSF Part ON ED NM JHSF3 18,1% -4,6%
Direcional ON NM DIRR3 10,6% 11,1%
Cury S/A ON NM CURY3 11,8% 11,1%
Iguatemi S.A UNT N1 IGTI11 8,0% 21,2%

Índice Financeiro (IFNC)

Indo para o índice financeiro, que concentra grandes e médios bancos, além de outras empresas do ramo de finanças, analisando o gráfico semanal, se observa que o IFNC vem muito parecido com o IMOB, “dentro de um processo de lateralização”, com resistência entre 11.618,25 e 12.130,27.

“Após o índice subir por nove semanas, o preço começa a demonstrar um possível movimento de pausa, podendo proporcionar um processo corretivo entre preço ou tempo”, diz, reforçando que, se levar em consideração o preço atual, em 11.302,77, com uma projeção de alvo para queda em 10.781,83, a projeção estaria proporcionando um downside superior a -4%.

“Caso o preço consiga permanecer dentro desse contexto altista, será necessário entrar mais força compradora para conseguir romper as regiões de resistências [citadas acima]”, acrescentou.

Gráfico semanal IFNC

Elaboração: Guilherme Schrepel

IFNC (curto prazo)

Enquanto isso, analisando o curto prazo, pelo gráfico diário [Figura 1], como referência, o preço vai trabalhando no processo de “zigue-zague” ascendente, “mas o preço já começa a demonstrar estar fazendo uma figura da deriva, que sinaliza uma possível reversão de preço.”

Neste caso, acrescenta ele, o IFNC estaria projetando o alvo na região dos 10.781,83, que basicamente retornaria para região de preço do dia 30/05/2022 e geraria uma queda superior a 4%.

“E atrelado às questões de uma possível reversão por também estar muito próximo de uma região de resistência, temos o IFR divergindo do movimento do preço, enquanto a formação é de alta. Assim, o indicador começa a desenvolver topos descendentes (Figura 2), aumentando a probabilidade do índice dar um descanso no movimento de alta”, analisa.

Gráfico diário IFNC (Figura 1)

Elaboração: Guilherme Schrepel

Leia também:

Gráfico diário IFNC (Figura 2)

Elaboração: Guilherme Schrepel

Melhores desempenhos do Índice Financeiro

Empresa Ativo Maio Ano
IRB Brasil Re ON NM IRBR3 19,2% 45,3%
Banrisul PNB N1 BRSR6 16,5% 31,8%
BB ON NM BBAS3 3,7% 31,3%
Caixa Seguridade ON NM CXSE3 8,2% 29,3%
BTG UNT N2 BPAC11 15,1% 13,2%

Piores desempenhos do Índice Financeiro

Empresa Ativo Maio Ano
ABC Brasil PN N2 ABCB4 -0,8% -14,2%
Wiz Co ON NM WIZC3 6,4% -10,3%
Cielo ON NM CIEL3 -12,0% -8,4%
BB Seguridade ON NM BBSE3 -7,0% -0,3%
Porto Seguro ON NM PSSA3 -5,6% 2,5%

Análise técnica: Índices da Bolsa em queda

Índice de Materiais Básicos (IMAT)

Indo para as quedas, o destaque fica por conta do IMAT, que tem a Vale (VALE3) e as siderúrgicas, como suas maiores representantes, sendo o índice muito atrelado, portanto, a empresas do setor de commodities.

Primeiramente, analisando o gráfico semanal, no médio prazo, se nota que o preço vem trabalhando dentro de uma figura de triângulo, desenvolvendo topos e fundos mais baixos.

“Dentro dessa grande figura existe um processo de lateralidade, em que o preço já vem há dez semanas usando como resistência a região do 5.445,48 e o suporte imediato em 5.091,80“, pontua.

Nesse sentido, avalia ele, caso o preço rompa a região de suporte imediato, em 5.091,80, projetaria alvo em 4.675,71, gerando um downside de -8%.

Ao contrário, seria o rompimento da região de resistência de 5.445,48, projetando um alvo em 5.606,72, retornando um ganho de +7,62%.

Gráfico semanal IMAT

Elaboração: Guilherme Schrepel

IMAT (curto prazo)

Olhando para o curto prazo, no gráfico diário, ele ressalta que o preço já tocou três vezes na região de resistência, de 5.445,48, e vem voltando para testar novamente a região de suporte.

Assim, se permanecer dentro desse cenário baixista, a probabilidade de romper a região do suporte, em 5.091,80, aumenta e passa a mirar o suporte do triângulo em 4.675,71.

“Caso tenhamos novamente esse teste, o preço estaria retomando os patamares basicamente de um ano atrás”, completou.

Gráfico diário IMAT

Elaboração: Guilherme Schrepel

Piores desempenhos do Índice de Materiais Básicos

Empresa Ativo Maio Ano
CBA ON NM CBAV3 0,9% -50,6%
Vale ON NM VALE3 -10,7% -25,7%
Bradespar PN N1 BRAP4 -9,3% -23,8%
Unipar PNB UNIP6 8,5% -17,2%
Fer Heringer ON NM FHER3 6,4% -16,9%

Melhores desempenhos do Índice de Materiais Básicos

Empresa Ativo Maio Ano
Dexco ON NM DXCO3 42,1% 23,5%
CSN Mineração ON N2 CMIN3 6,3% 20,8%
Irani ON NM RANI3 -2,0% 11,7%
Klabin S/A UNT N2 KLBN11 12,9% 9,9%
Usiminas PNA N1 USIM5 -0,4% 5,0%

Índice de Consumo (ICON)

Por fim, na segunda colocação entre as quedas, está o índice de Consumo (ICON), que recua no ano, mas muito próximo da estabilidade. No entanto, cabe ressaltar que o ICON chegou a se recuperar de uma queda superior a 16%, que vinha se desenhando nos primeiros meses de 2023.

De acordo com Schrepel, avaliando o médio prazo, por meio do gráfico semanal [logo abaixo], é possível ver que o índice acumula cinco semanas em alta, mas chegou em uma região de bipolaridade.

“Ou seja, está visitando uma região em que no passado serviu como suporte e agora vem testar como resistência, localizada no 2.959,25, e o suporte fica em 2.480,46.”

Gráfico semanal ICON

Elaboração: Guilherme Schrepel

ICON (curto prazo)

Enquanto isso, olhando para o curto prazo [gráfico diário abaixo], se observa um possível pivô de alta, caso permaneça entrando pressão compradora. Assim, avalia ele, abre-se oportunidade para que se possa projetar um alvo em 3.259,90, sugerindo-se um ganho superior a +9%.

No caso de um cenário inverso, caso falhe o rompimento, acrescenta Schrepel, seria importante observar uma possível perda de suporte, nos 2.804,07.

Isso, conforme o analista, abriria espaço para o ICON buscar o fundo de 14/12/2022, que está localizado em 2.664,63.

“Ainda se permanecesse entrando pressão vendedora, o alvo mais para baixo seria o 2.480,46, uma região de suporte bastante relevante”, completa.

Gráfico mensal ICON

Elaboração: Guilherme Schrepel

Piores desempenhos do Índice de Consumo

Empresa Ativo Maio Ano
Gafisa ON NM GFSA3 -8,7% -47,2%
Assai ON NM ASAI3 -8,2% -41,8%
Carrefour Br ON NM CRFB3 -9,3% -33,7%
Alpargatas PN N1 ALPA4 40,4% -31,0%
CVC Brasil ON NM CVCB3 14,0% -31,0%

Melhores desempenhos do Índice de Consumo

Empresa Ativo Maio Ano
C&A Modas ON NM CEAB3 61,2% 95,6%
Tenda ON NM TEND3 38,5% 91,7%
Oncoclinicas ON NM ONCO3 20,7% 80,8%
Metal Leve ON NM LEVE3 42,6% 53,0%
Cyrela Realt ON NM CYRE3 25,2% 48,0%

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