TIM (TIMS3) conclui migração de usuários da Oi e se desfaz de parte das torres da operadora

Empresa também informou que vai trabalhar reputação do 5G antes de monetizar o serviço

Mitchel Diniz

(Divulgação/TIM)
(Divulgação/TIM)

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No último mês de março, a TIM Brasil (TIMS3) concluiu sua integração com a rede que pertencia à Oi (OIBR3;OIBR4). A informação foi passada durante a teleconferência sobre os resultados da operadora no primeiro trimestre de 2023.

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Alberto Griselli, diretor-presidente da companhia, explicou que os clientes da TIM estão se beneficiando da capacidade adicional de espectro de radiofrequência vinda da Oi. A migração de clientes oriundos da empresa concorrente foi concluída em abril, com a limpeza da base, ou seja, a desconexão de clientes inativos.

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“Estamos começando a ver cada vez mais benefícios da transação, as sinergias estão mais evidentes”, afirmou Griselli.

Sites não sobrepostos que eram da Oi também foram integrados à rede da operadora. Paralelo a isso, a TIM informou ter descomissionado aproximadamente 1.500 estruturas adquiridas da outra operadora. Segundo Griselli, o impacto do descomissionamento deve ser relevante, mas só deve se refletir nas finanças da TIM ao final do segundo trimestre.

“Depois do descomissionamento físico, demora 90 dias para o descomissionamento econômico”, afirmou Griselli, que usou o exemplo de um imóvel para explicar o processo. “O primeiro passo é a retirada das torres, tem um vaivém de documentos, inspeções para garantir de que as torres estejam vazias”, explicou.

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Reputação primeiro, monetização depois

O CEO da operadora também disse, na teleconferência, que a TIM quer ser reconhecida como a melhor provedora de 5G no país. A partir daí, a companhia deve oferecer serviços complementares para, a partir daí, monetizar a nova rede.

Griselli explica que com a migração do 4G para 5G nas grandes capitais, a TIM consegue focar investimentos de forma eficiente na rede mais moderna.

Andrea Viegas, CFO da TIM, em sua primeira teleconferência no cargo, explicou que o capex da companhia no primeiro trimestre foi maior devido à sazonalidade do período.

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Mas, segundo ela, a empresa mantém o que havia projetado em linha – a expectativa é de que os investimentos cresçam menos que 10% neste ano de 2023.

Resultado foi considerado neutro

A TIM registrou lucro líquido normalizado de R$ 437 milhões no primeiro trimestre de 2023, o que representa alta de 4,3% sobre igual etapa de 2022.

O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) normalizado totalizou R$ 2,612 bilhões no 1T23, um crescimento de 23% em relação ao 1T22.

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A receita líquida normalizada somou R$ 5,681 bilhões no primeiro trimestre deste ano, crescimento de 20,2% na comparação com igual etapa de 2022.

A receita de serviço móvel, por sua vez, atingiu R$ 5,193 bilhões nos três primeiros meses do ano, um aumento de 21,1% na base anual.

O Credit Suisse classificou o resultado como o neutro. As receitas vieram em linha com as estimativas do banco e levemente acima do consenso do mercado. O Ebitda, ainda que levemente abaixo do estimado pelo Credit, está de acordo com média das projeções do mercado.

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Os analistas do banco observam que a receita de serviços móveis da TIM continua desacelerando, mas dentro do esperado. A companhia reportou um crescimento de 21,1%, ante expansão de 22,7% no quarto trimestre de 2022. Na avaliação do Credit, o fato da desaceleração ocorrer sobretudo no segmento pré-pago, sugere problemas na retenção de usuários da Oi, além de um cenário macroeconômico difícil.

Mesmo assim, o Credit percebe um avanço das receitas móveis acima da inflação, o que reforça a visão positiva do banco sobre perspectivas de crescimento para a TIM.

O Bradesco BBI também não viu grandes surpresas na parte operacional da companhia, mas avalia que as tendências devem continuar positivas para a empresa nos próximos trimestre. No entanto, acredita que as ações da TIM já anteciparam esse movimento.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados