Taesa, transmissora de energia da Cemig, busca crescimento com aquisições

As aquisições são vistas como caminho preferencial em um momento de condições macroeconômicas desfavoráveis e incertezas ambientais nos leilões de novos projetos

Reuters

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SÃO PAULO – A Transmissora Aliança de Energia Elétrica (Taesa), controlada pela elétrica Cemig e pelo fundo Coliseu, está com dinheiro em caixa e disposta a iniciar um novo ciclo de investimentos, com base principalmente em aquisições de ativos já em operação, disse o diretor-geral da companhia, José Aloíse Ragone.

As aquisições são vistas como caminho preferencial em um momento de condições macroeconômicas desfavoráveis e incertezas ambientais e fundiárias nos leilões de novos projetos.

“A Taesa se preparou, nos últimos dois a três anos, para cumprir um segundo ciclo de crescimento, baseado em M&A (fusões e aquisições), preferencialmente… Existe uma condição externa, macroeconômica, desfavorável, mas estamos preparados, temos um caixa”, afirmou o executivo à Reuters.

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A transmissora fechou o primeiro trimestre com caixa de 664 milhões de reais, ante a 258 milhões de reais no final de 2014. O lucro líquido foi de 201,9 milhões de reais.

A Taesa está de olho em ativos de empresas –principalmente espanholas– especializadas em construção, que normalmente participam de leilões, constroem as linhas de transmissão e depois as vendem.

“Esse é um mercado potencial que enxergamos”, pontuou Ragone, que também destacou que a empresa tem ativos em 17 Estados e no Distrito Federal, indicando que poderia apreveitar praticamente qualquer oportunidade de negócio.

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“O que buscamos são ativos próximos, paralelos ou que cruzem nossos ativos, já com foco em eficiência operacional na operação da concessão”, disse o CEO.

Apesar de não descartar a entrada em novos projetos por meio dos leilões realizados pelo governo, a Taesa não disputará a concessão para construir e operar o segundo linhão de transmissão que escoará a energia gerada pela hidrelétrica de Belo Monte. A licitação será realizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em 17 de julho.

O desinteresse surge apesar de o regulador ter aprovado, em março deste ano, uma elevação na taxa de retorno para novos empreendimentos de transmissão e de um cenário em que os principais concorrentes, como as estatais do Grupo Eletrobras e a privada Cteep, têm dificuldade para investir.

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As federais estão vetadas em novas obras devido a atrasos em empreeendimentos, enquanto a Cteep aguarda há dois anos por uma indenização em troca de ter renovado parte de suas concessões com receita menor.

“Logicamente, quando você coloca essas condições, conclui que existe uma diminuição de concorrência, mas isso não afeta nossa estratégia de crescimento baseado em retorno”, disse Ragone.

O executivo também citou que o cenário deve movimentar outras empresas privadas, ou mesmo estatais estaduais e investidores chineses, como a State Grid, que venceu em conjunto com Furnas a licitação do primeiro leilão de Belo Monte, no ano passado, superando a própria Taesa na disputa.

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A concorrência com os chineses é um desafio que está no radar da Taesa, segundo Ragone.

“(A State Grid) é um grupo forte, e quando você se compara ao tamanho de uma empresa chinesa, tem que efetivamente considerar a robustez e a capacidade deles de investimento, acesso a tecnologia… se fizer sentido, apresentamos nossa oferta, mas sem um viés de disputa ou destruição de valor, sem (buscar) conquista de crescimento a qualquer custo. Não faz sentido para nós”, comentou.

(Por Luciano Costa)

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