Suzano (SUZB3): ações fecham em queda de mais de 2% após rebaixamento por Morgan Stanley

Após alta de 20% nos últimos 4 meses, o banco revisa recomendação da companhia e sugere que há "potencial limitado de valorização"

Camille Bocanegra

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As ações da Suzano (SUZB3) operaram em baixa ao longo de todo o dia após revisão da recomendação por parte do Morgan Stanley. A companhia chegou a perder mais de 4% na primeira meia hora de negociação, mas reduziu suas perdas e fechou em baixa de 2,13%, a R$ 48,80.

A Klabin (KLBN11), concorrente direta da Suzano, recuou 1,43%.

Em relatório enviado no final desta quinta-feira (7), o banco alterou a classificação de Overweight (exposição acima da média, equivalente à compra) para EW (equal-weight, equivalente à neutro) e destacou que vê “perfil de risco-retorno menos atrativo” para a maior produtora de celulose do mundo.

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Alta recente superou média de pares

A visão do banco é que o perfil de risco-recompensa tornou-se mais equilibrado após o sólido desempenho das ações.

“No entanto, as ações subiram 20% nos últimos 4 meses, superando em média seus pares na América Latina em 14 pontos percentuais e os mercados de ações da América Latina e do Brasil em 16 e 11 pontos percentuais, respectivamente”, diz o Morgan Stanley.

Com a elevação dos papeis, ainda que a empresa seja considerada bem administrada, o banco entende que há “potencial limitado de valorização devido à iminente oferta”.

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Ações da Suzano subiram este ano, a partir de maio
Desde maio, ações tem se mantido em patamar considerado justo pelo Morgan Stanley e sem espaço para mais valorização. Fonte: InfoMoney

O preço-alvo de R$ 53,00 estabelecido pelo banco segue inalterado, mas corresponde à apenas 6% de valorização, segundo o relatório.

Múltiplo com avaliação justa

Na análise do banco, o múltiplo de 6,7x do Ebitda projetado para 2024 está em linha com a média da Suzano após a fusão e se apresenta bem próximo da média de 10 anos, de 6,8x.

“Além disso, com base em nosso fluxo de caixa descontado (DCF), calculamos que as ações estão precificando um preço BEKP (celulose de madeira dura) de US$554/t, acima dos preços atuais de US$$530/t e próximo de nossa previsão de preço da celulose para o segundo semestre de 2023”, afirma o relatório.

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Outro ponto destacado é que a Suzano apresenta um preço BEKP (preço médio da celulose de eucalipto) semelhante em comparação com outras empresas de celulose da América Latinas acompanhadas pela Morgan Stanley.

“Produtores de celulose anunciaram mais aumentos que, se mantidos, levarão os preços próximos a US$$550/t. Isso estaria de acordo com nossa expectativa de que os preços da BEKP na China subirão em direção ao custo marginal de produção no segundo semestre de 2023”, destaca.

Os analistas ressaltaram que os preços da celulose de fibra curta passaram por elevação, em direção ao custo marginal, e que há perspectiva de aumento limitado com nova oferta de celulose impactando na recuperação dos preços.

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Aposta na concorrente mexicana

A nova escolha do banco para o setor de Papel e Celulose é a Kimberly-Clark (KMBB34), que subia ligeiramente nesta sexta, com valorização de 0,08%. De acordo com a análise, o nome oferece maior potencial de alta e melhor perfil de risco-recompensa, o que justificaria a classificação de Overweight.

Segundo o Morgan Stanley, com múltiplo de 13,9x o lucro projetado para 2024, o papel negocia muito abaixo de sua média de 10 anos, em 19,9x.

“Esperamos que a lucratividade da KIMBER continue melhorando no segundo semestre de 2023, à medida que uma combinação de preços mais baixos de matérias-primas e um peso mexicano mais forte forneçam um impulso adicional à lucratividade da empresa”, conclui.

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