Ação da Stone dispara 42% em NY e empresa ganha US$ 1,26 bi de valor em sessão pós-resultado; rival PagSeguro salta 22,5%

Resultados do 4º tri foram considerados fracos, mas projeções para o 1º trimestre animaram, ainda que gerassem certo ceticismo de parte do mercado

Equipe InfoMoney

Stone (Foto: Divulgação)
Stone (Foto: Divulgação)

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A ação da companhia de meios de pagamento Stone & Co saltou 42% na Nasdaq, em seu melhor pregão desde a abertura de capital, enquanto seus BDRs (Brazilian Depositary Receipts) STOC31 saltaram 37,35%, a R$ 67,30, após a divulgação de resultados dos últimos três meses do ano de 2021 considerados fracos, mas com estimativas consideradas positivas para o primeiro trimestre de 2022, em meio à visão de que “o pior já passou”. A reação elevou o valor de mercado da Stone em US$ 1,26 bilhão, para US$ 4,22 bilhões.

Por sinal, esse movimento da Stone fez com que a sua rival, a PagSeguro, saltasse 22,51%, a US$ 17,85.

A companhia divulgou na véspera um lucro líquido ajustado de R$ 33,7 milhões no quarto trimestre de 2021 (4T21),  o que representa uma baixa de 90,6% em relação ao mesmo trimestre de 2020, impactado principalmente pelo aumento de despesas financeiras. O lucro ajustado por ação foi de R$ 0,13 no 4T21, recuo de 88,7% na comparação com o 4T20.

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Por outro lado, ela informou fortes projeções de desempenho para o primeiro trimestre deste ano, incluindo expectativa de receita mais que duas vezes maior que a obtida no mesmo período do ano passado.

A companhia afirmou que o resultado do quarto trimestre deveu-se ao ápice do descasamento entre o crescimento nos custos de captação de recursos, por conta da alta da Selic, e mudança em política de precificação de pré-pagamentos.

“As margens devem melhorar ao longo de 2022, apesar do investimento continuado na operação”, afirmou no balanço.

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A companhia encerrou 2021 com cerca de 1,77 milhão de clientes ativos de serviços de pagamento ante 774,5 mil em 2020, superando a meta da empresa de atingir 1,4 milhão a 1,5 milhão de clientes ativos.

A receita somou R$ 1,87 bilhão, salto de 87% sobre o desempenho do quarto trimestre de 2020. Sem os números da empresa de software Linx, o crescimento foi de 60%, afirmou a companhia no balanço.

Voltando às projeções, a companhia disse que espera atingir receita de R$ 1,85 bilhão a R$ 1,9 bilhão no primeiro trimestre de 2022, o que representaria crescimento de até 119% em comparação anual. A empresa ainda estima lucro antes de juros devendo superar os R$ 140 milhões neste trimestre, ante R$ 17,2 milhões no quarto trimestre de 2021.

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Já a adição de clientes deve perder ritmo, diante de “um efeito natural” da reprecificação iniciada no último trimestre, segundo a Stone, que não detalhou a intensidade dessas desaceleração.

O volume total de pagamentos obtido com pequenos e médios negócios e micro comerciantes é projetado entre R$ 58 bilhões e R$ 60 bilhões, crescimento de entre 79% e 83%.

A Stone também apontou no balanço que espera uma evolução de margens em 2022, após ajuste na política de preços em novembro. Além disso, fez uma mea-culpa ao dizer ter “aprendido com os desafios do ano passado e, claro, corrigido”.

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“Uma mudança digna de nota para nós foi a modificação de comportamento da administração, agora declarando sua expectativa de evolução nas margens”, escreveram analistas do JPMorgan.

O resultado financeiro da Stone foi considerado abaixo das já baixas expectativas, mas além das perspectivas para 2022, alguns números operacionais animaram.

Um ponto destacado foi o salto de 87% sobre o desempenho do quarto trimestre de 2020 na receita trimestral, para R$ 1,87 bilhão, além da alta de 54,5% dos pagamentos processados (sem contabilizar efeitos do auxilio emergencial).

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“Começo de 2022 muito melhor”

O Credit Suisse viu projeções de um primeiro trimestre de 2022 “muito melhor”, “dando o tom para o que vem pela frente”, segundo relatório a clientes. Entre os destaques das estimativas divulgadas pela Stone está a expectativa de crescimento de receita. Já a alta no volume total de pagamentos processados com pequenos e médios negócios e micro comerciantes é estimada em até 83%.

Analistas do Citi elevaram a recomendação da ação de neutra para compra após o balanço. “Os resultados ainda refletem um cenário desafiador, mas acreditamos que há sinais de um futuro levemente melhor do que o mercado espera”, escreveu a equipe de Gabriel Gusan.

Enquanto isso, há os mais céticos com o papel, caso do Itaú BBA. “Mesmo com uma orientação otimista para o curto prazo, mantivemos nossa postura cautelosa por dois motivos: o primeiro é que vemos uma falta de clareza quanto ao efeito potencial do processo de reprecificação da base de clientes da companhia ou a magnitude da rotatividade (churn) potencial; e em torno do plano da empresa para aumentar a rentabilidade a fim de alcançar os números das suas estimativas
de custos e despesas acima das expectativas”, avaliam.

Os analistas do banco seguem com recomendação neutra para o ativo, com preço-alvo de US$ 18, ainda uma alta de 32% em relação ao fechamento da véspera.

O Bank of America seguiu a mesma linha, mantendo recomendação neutra para os ativos e apontando. “Dados os recentes deslizes, nós achamos que a Stone virou um caso de ‘mostre-me’ (os resultados)”.

(com Reuters)

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