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SÃO PAULO – O avanço da crise institucional, acompanhado de revisões para baixo das expectativas de crescimento da economia e aumento das pressões inflacionárias, fez uma das gestoras mais tradicionais do mercado alterar os rumos das alocações neste mês. Na sua carta aos cotistas de agosto, a SPX – do renomado gestor Rogério Xavier – informou que zerou a “posição direcional comprada” na bolsa brasileira, que representa uma aposta na alta do mercado de modo geral.
Embora tenha se mostrado mais negativa com as perspectivas do país, a gestora está confiante de que ainda há boas oportunidades em alguns setores específicos, como o financeiro e de energia. Diante desse contexto, a casa iniciou posição comprada, esperando uma alta dos papéis de ambos os segmentos.
Ao mesmo tempo, os executivos da SPX informaram que preferiram manter posições nos setores de consumo e de transporte contra o Ibovespa.
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No relatório de setembro, a casa também destacou que segue com um viés de alta para a inflação implícita e que acredita que a curva de juros deve “desinclinar na parte curta”, ou seja, a taxa de juros tende a subir no curto prazo, diante de uma postura mais incisiva do Banco Central na condução de política monetária.
A gestora informou ainda que segue apostando na alta do dólar americano em relação ao real e em algumas commodities ligadas ao setor de energia, metais industriais e crédito de carbono.
Sobre a alocação em crédito, os analistas da casa afirmaram que iniciaram o mês com posições pequenas em crédito focadas especialmente em setores ligados à reabertura da economia e que seguem apostando na alta de ativos de crédito na América Latina que apresentam maior liquidez.
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Crise hídrica
Ao citar a piora do cenário macroeconômico, a casa se mostrou insatisfeita com a demora do governo em buscar uma solução para o problema da crise hídrica e disse que o aprofundamento da questão traz desafios tanto pelo lado da inflação, quanto pela ótica do crescimento.
“Diante de um problema evidente há vários meses, o governo demorou para agir e tem mostrado pouca habilidade para conduzir uma crise delicada. Consultores especializados apontam um risco de 20%, nada desprezível, de racionamento. Ainda que não haja racionamento, a chance de apagões é ainda maior”, pontuaram os especialistas.
Nesse cenário, os analistas da SPX disseram que as expectativas de crescimento, que seguem sendo revisadas para baixo, facilmente serão “revistas para recessão”.
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De olho na cena internacional
Já ao comentar sobre o cenário de juros ao redor do mundo, a casa ressaltou que as condições monetárias de hoje não estão calibradas para a recuperação econômica que vem sendo observada e disse esperar que “esse desequilíbrio continue sendo corrigido e que resulte em taxas de juros globais mais elevadas”.
Segundo a gestora, a rápida recuperação da atividade em julho, aliada às limitações de oferta em diversos setores, têm levado a um aumento global da inflação. No entanto, grande parte dos bancos centrais tem tratado o tema como temporário.
“Ainda que não haja pressa, pelo menos no mundo desenvolvido, a necessidade de remover os estímulos da crise tem aumentado. O Fed continua ativamente discutindo a redução no ritmo de compra de títulos – o tapering. O Banco Central Europeu está indo na mesma direção, e o processo já foi iniciado na Austrália, Canadá e Nova Zelândia”, afirmaram os especialistas.
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Já ao falar sobre o cenário para as ações, a SPX destacou que segue construtiva em termos de risco, dando preferência às regiões de crescimento acelerado, como Estados Unidos e Europa, contra regiões com crescimento mais decepcionante, como é o caso de países emergentes.
No mês de agosto, o SPX Nimitz rendeu 0,30%, ante um CDI de 0,42% no mesmo período.
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