SPX alerta para risco de “estouro da bolha imobiliária na China”, que dificultaria recuperação econômica do país

Gestora alerta que deterioração relevante do gigante asiático pode afetar os preços das commodities e colocar em risco a bonança de Países emergentes

Bruna Furlani

Rogério Xavier, da SPX, durante evento da XP (Divulgação/XP)
Rogério Xavier, da SPX, durante evento da XP (Divulgação/XP)

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As tentativas do governo chinês de impulsionar a economia e de tentar “murchar a bolha imobiliária sem estourá-la” podem representar um risco enorme para a execução do plano de recuperação econômico do gigante asiático, na avaliação da SPX.

Segundo a renomada gestora, que tem Rogério Xavier como um dos sócios-fundadores, esse é um fator para monitorar de perto neste ano. Em carta mensal, a casa defendeu que as medidas anunciadas pelo governo chinês são “tímidas”, diante da dimensão do problema.

“Algumas estimativas de necessidade de financiamento do setor [imobiliário] estão ao redor de 15% do PIB [Produto Interno Bruto]”, observam os analistas. “Nesse sentido, salvar o setor nos moldes do que foi feito em 2015, exigiria um programa três vezes maior do que o realizado na época”.

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A casa também chama atenção para o fato de que o setor imobiliário no país é gigante, porém bastante fragmentado, com mais de 100 mil incorporadores, sendo que as maiores empresas detêm individualmente apenas cerca de 3% do mercado, caso da Evergrande e da Country Garden.

Na avaliação da SPX, o vetor de crescimento que resta para a China agora está no programa de infraestrutura adotado pelo país, que é financiado pelo governo.

O problema, diz a carta, é que tal modelo engloba desafios, uma vez que uma parte importante das receitas da União depende da venda de terrenos e também é afetada pela dinâmica do setor imobiliário.

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Nesse sentido, a SPX alerta que é preciso monitorar a situação na China, já que uma deterioração relevante no gigante asiático pode ter impacto sobre os preços das commodities e colocar em risco a bonança de países emergentes. Sem contar os efeitos que podem ser gerados em termos de crescimento global e especialmente em torno do continente europeu, o que poderia culminar em “ondas de crise de confiança ao redor do mundo”.

Outra região que também merece atenção é a Europa. Para a SPX, o continente só acumula desafios próprios, com a guerra, a seca e agora o agravamento da crise energética.

“São clássicos choques de oferta que pioram ainda mais o cenário baixista de atividade e altista de inflação, mas que não podem ser ignorados pelos bancos centrais, dados os níveis elevados de inflação corrente”, observaram os analistas.

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De acordo com a carta da gestora, não houve nenhuma alteração relevante no portfólio do fundo Nimitz na passagem de julho para agosto.

No mês passado, a casa seguiu com uma posição vendida em ações dos Estados Unidos, Europa e Brasil, apostando na queda dos ativos. Da mesma forma, a gestora permaneceu sem posição relevante em commodities.

Enquanto isso, nos mercados de moedas, os analistas destacaram que a casa manteve alocações compradas (que apostam na alta) em dólar americano.

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A gestora também manteve alocação em títulos soberanos de mercados de crédito emergentes, que estão protegidas por posições vendidas em índices, além de uma carteira de títulos corporativos. Já nos mercados desenvolvidos de crédito, a casa permaneceu com alocação que aposta no recuo dos papéis.

A gestora também manteve posições que se beneficiam da alta de juros em países onde ela acredita que há grande desequilíbrio entre as condições econômicas e os preços de mercado, com maior alocação em países emergentes.

Por outro lado, no Brasil, a SPX informou que continuou com posições aplicadas (que apostam na queda) dos juros.

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Em agosto, o fundo Nimitz rendeu 2,12% em agosto, ante um CDI de 1,17% no mesmo período. As contribuições positivas foram puxadas pelo mercado de juros e crédito. Por outro lado, alocações em ações, commodities e moedas foram detratoras no mês.

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