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SÃO PAULO – O Ibovespa amenizar as perdas no fim do pregão, fechando praticamente estável, com ganhos de 0,03%, aos 46.206 pontos. O dia foi de investidores avaliando dados piores da China, expectativa sobre os Estados Unidos e, por aqui, com novos rumores de uma saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Contribuiu para o movimento as ações da Vale, pressionadas em função dos problemas na usina da Samarco, enquanto os papéis da Petrobras também recuaram diante do mau humor do mercado, descolando um pouco do movimento dos preços do petróleo no mercado internacional, que operavam próximos a estabilidade.
Na ponta positiva da Bolsa, chamaram atenção as ações da Light, que subiam forte em meio a rumor sobre rearranjo societário. Os papéis da Cemig, que chegaram a subir quase 5%, amenizaram os ganhos.
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Confira abaixo os principais destaques de ações desta terça-feira:
Vale (VALE3, R$ 15,38, -0,39%; VALE5, R$ 12,73, -1,32%)
As ações da Vale foram pressionadas em função dos problemas na usina da Samarco, joint venture entre Vale e a anglo-australiana BHP Billiton, em Minas Gerais. Ontem, a mineradora brasileira disse que sua produção nas minas de Fábrica Nova e Timbopeba poderá ser impactada negativamente em 3 milhões de toneladas em 2015 e 9 milhões de toneladas em 2016 devido ao rompimento de duas barragens da mineradora Samarco.
As estimativas, no entanto, ainda são preliminares e poderão ser alteradas à medida que novas alternativas operacionais sejam confirmadas, disse a Vale, em comunicado. A companhia acrescentou que vai interromper a venda de minério de sua mina de Fazendão para a Samarco.
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O analista Pedro Galdi, da consultoria Whtascall, acredita que a Vale terá como readequar a produção suspensa na região, com produção em outras unidades. Ele continua com a visão de que o impacto na companhia não será operacional, mas sim um evento de risco de imagem, salientando que a empresa não se pronunciou de forma modesta por aguardar mais detalhes e avaliações da extensão do acidente.
Para a BHP, o Credit Suisse acredita que a empresa terá despesas de US$ 400 milhões com o desastre nos próximos 2 anos (assumindo US$ 800 milhões de despesa total). Já um fechamento permanente da Samarco exigiria uma despesa adicional de US$ 1,5 bilhão de cada acionista.
Hoje, o Ministério Público Federal (MPF/ES) e o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) obtiveram decisão liminar que obriga a Samarco Mineração e órgãos de meio ambiente e saneamento a adotarem uma série de ações visando à produção e à conservação das provas necessárias para reparação pelos danos ambientais e danos morais coletivos causados no Estado por conta do rompimento das barragens situadas em Minas Gerais.
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Petrobras (PETR3, R$ 9,21, -0,65%; PETR4, R$ 7,61, -0,39%)
As ações da Petrobras fecharam com leves perdas após caírem quase 2%, acompanhando a oscilação dos preços do petróleo no mercado internacional e reagindo aos desdobramentos da greve dos petroleiros.
Ontem, a Petrobras e sindicatos não chegaram a acordo e novas rodadas de reuniões vão acontecer na terça e quarta-feira, afirmou uma fonte da estatal à Reuters, que disse acreditar que um acordo deve ser fechado até o fim desta semana.
A greve, coordenada por entidades sindicais, interrompeu ou reduziu a produção de petróleo em diversas plataformas desde 1º de novembro. A direção da companhia se reuniu na manhã desta segunda-feira com representantes da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e, à tarde, com integrantes da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).
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A Petrobras afirmou em comunicado na segunda-feira que o impacto da greve na produção diária de petróleo está em 115 mil barris. A produção diária perdida equivale a pouco mais de 5% da extração média da estatal. A estratégia da companhia tem sido fortalecer os planos de contingência em plataformas de maior produção, “deixando” as menores em segundo plano. “É uma perda expressiva, mas não é nada dramático”, disse a companhia.
Além disso, a Verde Asset, gerida por Luis Stuhlberger, comprou bonds da Petrobras, segundo informações da Bloomberg.
Light e Cemig
As ações da Light (LIGT3, R$ 13,28, +4,48%) e Cemig (CMIG4, R$ 7,50, +1,35%) subiram forte nesta sessão em meio a rumor sobre rearranjo societário. Segundo matéria do Valor, a Equatorial (EQTL3, R$ 36,66, +2,06%) pode vir a entrar no bloco de controle da Light. Isso aconteceria pois a Cemig, pelo fato de poder ser exercida em uma opção de venda, terá que comprar ou arrumar um comprador para as ações do FIP Redentor.
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A Rendentor, que tem como cotistas os bancos Votorantim, BTG Pactual, Santander e Banco do Brasil, entrou no capital da Light em 2011 como um investidor financeiro. Em troca da compra das ações, recebeu a opção de venda dos papéis à Cemig, com remuneração mínima garantida e vencimento em maio do ano que vem. A Equatorial já teria informado o desejo de exercer essa opção, que, para o mercado, deve valer até o dobro da cotação atual – R$ 36,00 por ação, frente os atuais R$ 13,00.
Por isso, a Cemig precisa encontrar uma saída, que poderia passar pela busca de um novo parceiro, no caso, a Equatorial – holding especializada em comprar o controle e promover a reestruturação de distribuidoras de energia em dificuldades e em regiões de forte perspectiva de crescimento.
Segundo o Credit Suisse, a Equatorial já fez parte do controle da Light no passado e preenche os pré-requisitos que a Equatorial busca normalmente em um acordo: distribuição, espaço para melhoria operacional e situação financeira delicada. Resta saber, no entanto, se a empresa vai conseguir convencer seus acionistas de que o investimento é válido.
Gol (GOLL4, R$ 3,48, -1,97%)
Uma perda de R$ 1,6 bilhão pode levar a Gol a registrar o maior prejuízo da sua história, segundo analistas consultados pela Bloomberg. A companhia divulga seu balanço após o fechamento do pregão de amanhã.
Para o GBM, a Gol deve continuar enfrentando um cenário de demanda fraca, especialmente em viagens corporativas. Segundo dados operacionais, a oferta doméstica da companhia subiu 0,6% no terceiro trimestre, enquanto a demanda subiu 1,8%.
Smiles (SMLE3, R$ 30,86, -6,23%)
As ações da Smiles voltaram a desabar na Bolsa, devolvendo todos os ganhos gerados após divulgação de balanço no começo da semana passada, que teve boa leitura do mercado, que teve como destaque crescimento de participação de mercado frente à Multiplus (MPLU3, R$ 33,90, -1,45%).
Log-In (LOGN3, R$ 1,40, -14,63%)
As ações da Log-In afundaram após disparada dos últimos quatro pregões, passando por diversos leilões nesta sessão. Somente ontem as ações da companhia subiram 46,4% e no acumulado dos últimos quatro pregões, 130%.
Na segunda-feira, a empresa disse que não tem conhecimento sobre nenhum fato ocorrido ou relacionados aos seus negócios que possam justificar as oscilações atípicas do número e quantidade negociada de ações da companhia. Procurada pelo InfoMoney, a empresa preferiu não se pronunciar, já que está em período de silêncio dado que seu balanço será divulgado dia 12 de novembro.
Especulações do mercado giram em torno de uma possível aquisição por investidores estrangeiros. Embora rumores nesse sentido ocorram há bastante tempo, a forte queda das ações nos últimos meses pode ter deixado uma oportunidade de entrada na empresa. No dia 3 de novembro, as ações fecharam na sua mínima histórica.
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Magazine Luiza (MGLU3, R$ 10,50, -5,06%)
As ações da Magazine Luiza afundaram após balanço do 3° trimestre mal recebido pelo mercado. Com a queda, os papéis da companhia renovam mínima histórica na Bolsa. A companhia viu seu lucro de R$ 42,1 milhões se tornar um prejuízo de R$ 19,1 milhões entre julho e setembro deste ano. A receita líquida da companhia também recuou, passando de R$ 2,39 bilhões para R$ 2,08 bilhões, com o Ebitda encerrando o terceiro trimestre em R$ 110,4 milhões, queda de 37,3% ante os R$ 176,0 milhões de um ano antes.
Segundo o Bradesco BBI, o resultado corrobora para sua visão cautelosa, com cenário macroeconômico se deteriorando rapidamente e alavancagem, medida pela dívida líquida sobre Ebitda, em patamar desconfortável, atingindo 2,5 vezes.
“A combinação de um desempenho fraco de vendas e as perspectivas macroeconômicas desafiadoras podem levar a empresa a rever seu plano de expansão e poderá até considerar o fechamento de algumas lojas nos próximos trimestres”, disseram os analistas.
BRF (BRFS3, R$ 53,91, -3,21%)
As ações da BRF seguiram em forte derrocada na Bolsa depois do balanço do 3° trimestre divulgado no final de outubro. Nesses sete pregões, os papéis já caíram 19% e renovam hoje mínima desde julho. Ontem, a companhia anunciou que ampliou seu programa de recompra de 15 milhões para 23 milhões de ações, com o prazo de 18 meses.
BB Seguridade (BBSE3, R$ 28,04, +1,96%)
A BB Seguridade fechou o 3° trimestre com lucro líquido de R$ 1,03 bilhão, alta de 25% sobre um ano antes. O lucro líquido ajustado atingiu R$ 987,7 milhões, com crescimento de 20,1%. A previsão média de cinco analistas consultados pela Reuters era de lucro líquido de R$ 977 milhões.
Direcional (DIRR3, R$ 3,72, -2,36%)
As ações da Direcional caíram após balanço do 3° trimestre. A companhia registrou lucro líquido de R$ 28,804 milhões no período, que representa queda de 44,9% sobre igual intervalo de 2014.
Segundo o Bradesco BBI, o resultado veio “amplamente em linha”. A queima de caixa, embora esperada, é destaque negativo já que atrasos adicionais estão afetando o capital de giro da companhia, comentaram os analistas.
Itaúsa (ITSA4, R$ 7,35, 0,00%)
A holding Itaúsa, que detém participação no Itaú Unibanco, Duratex e Elekeiroz, registrou lucro líquido de R$ 3,3 bilhões no terceiro trimestre, alta de 54,5% em relação ao mesmo período do ano passado. A receita líquida da companhia recuou 1,6% de julho a setembro, para R$ 1,3 bilhão, na comparação anual.
Time For Fun (SHOW3, R$ 3,00, -9,09%)
As ações da Time For Fun caíram hoje, apesar da leitura positiva do balanço da companhia reportado ontem à noite. A empresa registrou lucro líquido de R$ 8,3 milhões no 3° trimestre, revertendo o prejuízo de R$ 4,7 milhões de um ano antes.
Segundo o Bradesco BBI, a empresa mostrou bom resultado, com sólida geração de fluxo de caixa e rentabilidade, apesar de um trimestre calmo. Como esperado, o terceiro trimestre foi sazonalmente mais fraco, dado que não houve grandes shows de música no trimestre, enquanto o crescimento da receita na comparação anual também foi impactado pela interrupção do contrato do Cirque Du Soleil. “Forte fluxo de eventos para o quarto trimestre e primeiro semestre no ano que vem é mais importante do que os bons resultados no terceiro trimestre”, comentaram os analistas do banco.
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