SLC (SLCE3): ações fecham em queda de 6% após prejuízo no 3º tri; analistas divergem sobre papéis da companhia

Enquanto Bradesco BBI reiterou recomendação de venda, BBA reafirmou compra e Eleven segue com classificação neutra para os ativos

Equipe InfoMoney

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A ação da SLC Agrícola (SLCE3), produtora de soja, milho e algodão, aparece entre os destaques de queda do Ibovespa na sessão desta segunda-feira (7), logo após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre de 2022 (3T22), em que a companhia teve um prejuízo líquido de R$ 78,3 milhões ante lucro de 114 milhões um ano antes, refletindo produtividade menor do algodão e do milho na última temporada, além de maior despesa financeira. Os ativos SLCE3 fecharam em queda de 5,99%, a R$ 44,89.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado da companhia somou R$ 377,8 milhões, avanço de 14,3% no comparativo anual. “As culturas do algodão e do milho (2021/22) foram impactadas por intempéries climáticas, finalizando a safra com queda de produtividade em relação ao projeto inicial”, disse a companhia no relatório.

O cereal teve produtividade 18,8% abaixo da expectativa, enquanto a pluma de segunda safra chegou a perder 27,8% ante a previsão da empresa. Segundo a SLC, as perdas foram causadas pelo déficit hídrico, que começou em março em parte dos Estados da Bahia e do Mato Grosso. Além disso, houve baixas temperaturas atípicas para região, inclusive com formação de geada em Mato Grosso em maio, o que prejudicou o desenvolvimento das plantas.

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Já para a nova temporada, de 2022/23, a companhia prevê aumento de 4,1% para a produtividade da soja, a 3.918 quilos por hectare –cultura que é carro-chefe para a SLC. A área de plantio da oleaginosa (comercial e semente) deve crescer 4,4%, para 349.716 hectares e cerca de 38% já foram semeados.

O Bradesco BBI destacou que os resultados reportados foram ligeiramente negativos. Os números em si amplamente em linha com as estimativas do banco, mas houve uma orientação ligeiramente negativa para a safra 2022/2023, o que pode ser explicado pelo CPV/ha (Custo de Produto Vendido por hectare) 11,8% acima do esperado (excluindo depreciação e amortização e arrendamento) versus projeção do BBI, parcialmente compensado pelo guidance de área plantada e de produtividade 2,3% e 1,4%, respectivamente, acima do esperado, com uma contribuição acima do esperado da área plantada de algodão e soja, que geralmente apresenta margens maiores.

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“Após os resultados, estamos atualizando nosso modelo, mantendo nosso preço-alvo ao final de 2023 de R$ 41,00 e nossa recomendação de venda”, destaca o BBI. Os números estimados para 2022 permanecem praticamente os mesmos, mas os analistas reduziram a previsão de Ebitda para 2023 em 2,4% devido ao CPV acima do esperado anteriormente, que foi parcialmente compensado por um aumento de receita de 5,0% (maior área plantada e produtividade).

“Permanecemos cautelosos em relação à SLC, dada nossa visão mais baixista sobre os preços agrícolas e vemos a empresa sendo negociada nos próximos 2 anos com múltiplo de EV/Ebitda (valor da empresa sobre Ebitda) de 6,8 vezes, abaixo da média histórica de 7 vezes, mas achamos que 6,2 vezes seria justo, devido ao seu provável pico de ciclo”, avalia o BBI.

Eleven e Itaú BBA, por sua vez, têm visões distintas sobre o resultado.

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Para o BBA, além de entregar um resultado operacional (Ebitda) ajustado 9% acima da expectativa da casa, a companhia ainda divulgou guidance (projeções) para a safra 2022/23 ligeiramente acima das estimativas dos analistas.

“O bom desempenho no trimestre ocorreu sobretudo devido a maiores preços, enquanto os volumes no período ficaram praticamente estáveis em cerca de 845 mil toneladas. Assim, mantemos nossa recomendação de compra para SLCE3, com preço-alvo de R$ 57 ao fim de 2023. Ressaltamos que o terceiro trimestre marca o encerramento do ano-safra 2021/22, com a conclusão das safras de algodão e milho, e marca o início do plantio de soja para o próximo ano-safra”, aponta.

Para a Eleven, a safra 2022/2023 será novamente positiva considerando que a companhia já está com cerca de 50% dos seus produtos já protegidos a preços mais elevados que os da safra 2021/2022 (principalmente milho e algodão) apesar do aumento dos preços dos insumos.

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“Ainda assim, vemos o preço atual das ações já reflete adequadamente o cenário de oferta e demanda global mais apertado para as commodities agrícolas que deve contribuir para que os preços permaneçam acima dos patamares históricos. Assim, mantemos nossa recomendação de neutra com um preço-alvo de R$ 54,00”, apontam os analistas da casa de análise.

(Com Reuters)

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