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A sinalização explícita e unânime do Comitê de Política Monetária (Copom) de que irá manter o ritmo de corte de 0,50 ponto porcentual nas próximas reuniões deve ter o efeito de acomodar os juros do mercado de renda fixa em níveis mais moderados, a avaliação é do economista-chefe da Gauss Capital, Darwin Dib.
Para ele, a razão é que é preciso considerar a elevação das incertezas externas, com a recente alta do juro no mercado americano e a exacerbação do risco geopolítico na conta.
Semanas antes do Copom, as taxas de CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) de médio e longo prazo, por exemplo, registraram alta, acompanhando o movimento dos juros nos Estados Unidos.
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Entre 11 e 24 de outubro, investidores conseguiram rentabilidade de até 12,90% em opções prefixadas ou de até 130% do CDI nos pós-fixados atrelados ao índice. Os dados fazem parte de levantamento feito pela Quantum Finance a pedido do InfoMoney. Ao todo, foram avaliados 293 CDBs.
Já no caso de ativos indexados ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), as taxas seguiram direções opostas: papéis curtos pagaram menos na comparação com o último levantamento, enquanto títulos mais longos viram uma alta na taxa média, que passou de 6,30% para 6,36% além da variação da inflação. Já a taxa mínima, que antes era de 4,90%, subiu para 5,35%. O juro máximo, por sua vez, ficou estável em 6,70%.
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Ainda que as taxas possam passar por um período de certa moderação nos próximos meses, especialistas voltaram a ver uma janela de oportunidades em prefixados. Os títulos com retorno acordado no ato da compra retornaram às recomendações após juros futuros subirem com mais força entre setembro e outubro, trazendo novamente prêmio para esses ativos em relação à curva de juros precificada pelos contratos futuros de DI.
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“Não via muito ganho [nos prefixados], mas as taxas abriram muito, agora vejo atratividade no indexador”, afirma Clayton Calixto, especialista de portfólio da Santander Asset.
Os títulos de prazos intermediários ou curtos são os preferidos de Vitor Luque, assessor de investimentos da RJ+ Investimentos, entre os prefixados. “Papéis de longo prazo podem trazer risco desnecessário ao investidor”. Isso porque, quanto maior o prazo, mais volátil é o papel.
Ativos ligados à taxa Selic – como o Tesouro Selic – e ao CDI – como CDBs –, que acompanham a taxa básica de juros, também não devem ficar de fora das carteiras. “Como não esperamos que a Selic caia abaixo de 8% [ao ano] pelos próximos dois anos, continuamos tendo o CDI como principal indexador em nossa carteira de renda fixa”, diz Ângelo Belitardo, gestor de investimentos da Hike Capital.
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Kaique Fonseca, economista e sócio da A7 Capital, diz que, para aplicações de curto prazo, ficar atrelado à Selic ou ao CDI é a melhor opção, diante da previsibilidade e do alto rendimento.
Títulos atrelados à inflação também tem vez, especialmente se o foco do investidor for no longo prazo, já que eles protegem mais o investidor em um cenário conturbado, avalia Fonseca. Para ele, as taxas estão “interessantes” devido à piora no cenário internacional e o risco fiscal mais latente no Brasil.
Calixto, por sua vez, destaca o retorno real (além da inflação) próximo a 6% oferecido pelos títulos do Tesouro IPCA+: “é uma proteção ótima para o cenário atual, que é desafiador”.
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(Com Estadão Conteúdo)
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