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Sob questionamentos do mercado quanto a possíveis mudanças em seu plano de desinvestimentos e política de preços, a Petrobras (PETR3;PETR4) quer mostrar ao mundo que o Brasil tem todos os atributos para encabeçar o desenvolvimento global de energia eólica no mar durante a Offshore Technology Conference (OTC), maior evento da indústria de exploração de petróleo e gás offshore, que acontece em Houston, no Texas (EUA), nesta semana.
A comitiva da petrolífera terá, no entanto, um desfalque importante, já que o presidente da companhia, Jean Paul Prates, cancelou a sua participação por motivos de agenda, conforme a sua assessoria de imprensa informou ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
Sem o seu principal executivo, a missão de posicionar o Brasil como líder global de energia eólica offshore ficará nas mãos de uma comitiva formada por diretores e gerentes da Petrobras.
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O grupo que embarcou para Houston reúne nomes como Carlos Travassos, que comanda a diretoria de engenharia, tecnologia e inovação, Joelson Mendes, responsável pelo segmento de exploração e produção, e Maurício Tolmasquim, recém-empossado diretor de transição energética e sustentabilidade da estatal brasileira, nova área criada no âmbito do ajuste organizacional realizado pela atual gestão e que começa a valer a partir desta segunda-feira, 1º de maio.
O potencial de geração de energia eólica no mar estimado para o Brasil é de 700 gigawatts (GW) em locações offshore com profundidades de até 50 metros, volume que é mais de 30 vezes superior à capacidade global, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao Ministério das Minas e Energia (MME).
Há diversos projetos na mesa. A Petrobras avalia, em parceria com a norueguesa Equinor, a viabilidade técnico-econômica e ambiental de implementar sete projetos de eólica offshore cobrindo todo o litoral brasileiro. Já a Shell tem seis iniciativas em avaliação no Brasil, enquanto a francesa TotalEnergies está debruçada em outros três empreendimentos.
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Para além da energia eólica offshore, a atual gestão da Petrobras lida com questionamentos em torno da sua política de desinvestimentos, com dúvidas entre investidores estrangeiros se negócios já amarrados podem acabar sendo desmanchados, e mudanças na política de preços da estatal. Também tem preocupado o mercado riscos de ingerência política, com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva cogitando alterações na lei das estatais e críticas ao patamar de lucro da petrolífera.
Missão OTC
Com esse pano de fundo, executivos da Petrobras vão levar à OTC as ações da petrolífera voltadas à transição energética, para a redução das emissões de gases de efeito estufa, perspectivas de produção, a aposta em novas fronteiras e os investimentos programados para os próximos cinco anos.
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Um dos focos é exatamente mostrar como a companhia se prepara para a transição energética, onde a estatal quer acelerar o passo, na gestão de Prates. Somente no setor de gás como combustível de transição no Brasil, a Petrobras investirá US$ 5,2 bilhões para ampliar a sua oferta, agregando uma capacidade de escoamento de 55 milhões de metros cúbicos (m3) nos próximos anos.
Do Brasil, estão previstas ainda presenças de autoridades do setor como o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Rodolfo Henrique de Saboia, além de representantes como o presidente da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo (ABPIP), Marcio Felix, e o diretor-presidente da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Petróleo (Abespetro), Rodrigo Ribeiro.
No time de lideranças empresariais, desfalcado pela ausência de Prates, da Petrobras, estão previstas as participações de nomes como o presidente da Shell Brasil, Cristiano Pinto, e o responsável pelas operações da ExxonMobil no País, Alberto Ferrin.
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A OTC deve reunir mais de 24 mil participantes dentre executivos, engenheiros, técnicos, cientistas e operadores entre os dias 1º e 4 de maio, em Houston, no Texas (EUA). Eles representam o setor de exploração de petróleo e gás offshore em mais de 90 países, incluindo o Brasil. Desde 1969, a OTC gerou um impacto econômico positivo de US$ 3 bilhões em Houston.
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