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Outro trimestre difícil. Essa foi a avaliação do mercado sobre os números do Grupo SBF (SBFG3), dona da Centauro: na sessão desta terça-feira (8) pós-balanço, os ativos SBFG3 desabaram 25,77%, a R$ 9,94.
A varejista registrou prejuízo líquido de R$ 32,6 milhões no segundo trimestre de 2023, revertendo lucro líquido de R$ 31,7 milhões de um ano antes. “A queda do lucro é explicada, principalmente, pelo aumento das despesas operacionais e das despesas financeiras”, disse a companhia no release de resultados.
O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 149 milhões, queda anual de 3%. Isso levou a uma queda da margem Ebitda de 1,1 p.p. (ponto percentual), para 9,4%.
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Para o Itaú BBA, o Grupo SBF foi o destaque negativo entre as empresas que divulgaram balanços na véspera, com uma maior atividade promocional na Fisia, distribuidora oficial da Nike no Brasil, ofuscando o ganho de representatividade no mix de receita do canal direto ao consumidor (que possui uma margem bruta mais elevada do que o atacado). Isso levou a uma margem Ebitda consolidada de 10%, uma pressão anual de 0,5 p.p. e 3,2 p.p. abaixo dos números esperados pelo banco.
O Bradesco BBI também destacou os resultados fracos e piores do que o esperado para o 2T23, principalmente sob a ótica de Ebitda e lucro líquido.
“Embora os números do 2T23 não estivessem longe de nossas estimativas da linha de receita ao lucro bruto (ambos aproximadamente 1-2% abaixo das nossas estimativas), maiores despesas (despesas com vendas, gerais e administrativas como porcentagem da receita aumentaram 2,1 p.p. no ano) e despesas financeiras líquidas (cresceram 54% no mesmo período) levaram o Ebitda a ficar 23% abaixo de nossas expectativas, levando o resultado final a um prejuízo (prejuízo de R$ 15 milhões ante lucro R$ 26 milhões nas nossas estimativas)”, apontam os analistas.
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Conforme destaca a XP, a empresa arcou com maiores pagamentos de taxas de marketing e royalties dado o alto nível de estoques no período e houve despesas temporárias relacionadas a gastos com armazéns adicionais devido aos altos estoques, além de uma nova rota de importação da Fisia e duplicidade do CD do canal online.
Os analistas da casa também destacaram que a companhia reportou resultados fracos no 2T23, com Ebitda 20% abaixo do que esperava por maiores despesas com royalties.
Além disso, as maiores necessidades de capital de giro (aproximadamente R$ 106 milhões a mais que no 1T23) e endividamento (3,4 vezes a relação entre a dívida líquida/Ebitda) continuam sendo as principais preocupações.
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Em relatório antes da abertura, os analistas do BBI apontaram esperar uma reação negativa no pregão, considerando o Ebitda pior do que o esperado e o prejuízo líquido do 2T23, deixando espaço para que as estimativas de lucro sejam revisadas para baixo.
“Mais importante ainda, a falta de visibilidade sobre uma possível recuperação antecipada em relação ao principal problema da empresa –equilíbrio de estoque/rentabilidade –também levanta preocupações adicionais sobre o potencial da empresa de reacender o crescimento dos lucros e a geração de fluxo de caixa em breve”, avalia.
Assim, o Grupo SBF tornou-se uma história do tipo “mostre-me primeiro”, aponta o BBI, e a consistência será a chave para justificar uma reavaliação, que pode continuar a minar o sentimento sobre a ação no curto prazo.
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Os resultados do 2T23 levaram o BBI a revisar a sua estimativa de lucro para 2024 para baixo, em 8% –agora estando 6% abaixo do consenso. “Mesmo assim, vemos o Grupo SBF negociando a 10 vezes o P/L [preço sobre o lucro], o que é um desconto significativo para os pares (aproximadamente 35%)”, avaliam. Assim, mantém recomendação equivalente à compra com base na avaliação, apesar de reconhecer que SBFG3 pode carecer de gatilhos de curto prazo. O preço-alvo é de R$ 18, ou um potencial de valorização de 34% em relação ao fechamento da véspera.
Para o Itaú BBA, a recomendação também é equivalente à compra, com preço-alvo de R$ 22, ou upside de 64%. A XP também segue com visão otimista para as ações, mas com preço-alvo menor, de R$ 16 (ou upside de 19,5%).
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