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Após 18 meses pisando no freio, o Santander Brasil (SANB11) voltou a acelerar a emissão de cartões de crédito no terceiro trimestre de 2023 e o tema foi destaque na teleconferência sobre os resultados do banco. O produto registrou um crescimento de 37% em bases anuais, mostrando um maior apetite por risco da instituição financeira.
“A gente sabia que por um ano, um ano e meio, a gente acabaria diminuindo nossa base de clientes ativos por decisão nossa e, portante, o share. Chegou a hora da gente retomar”, afirmou Mario Leão, CEO do Santander Brasil, em sua apresentação aos analistas.
O executivo logo explicou que o movimento não implica em retomada de apetite aos níveis de 2021. Segundo ele, a retomada está ligada a um maior entendimento do banco sobre os seus clientes.
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“A gente tem trabalhado em uma ‘hiper’ personalização do cliente, a sua dinâmica de consumo, de renda”, disse o CEO.
Leão diz que a estratégia de crescimento em produtos colateralizados, com garantia, traçada no ano passado, não mudou.
“Estaremos abertos a produtos menos colateralizados. […] Também a gente vai olhar para crédito pessoal, dentro do que fizer sentido. Também vamos olhar para cheque especial, de forma mais construtiva”.
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O CEO do Santander Brasil diz que clientes do banco vão ter prioridade. “A gente vai priorizar quem já está na folha de pagamento que a gente administra”, afirma.
O aumento do apetite de cartões de crédito do Santander Brasil coincide com mudanças regulatórias em andamento. O banco tem participado ativamente da de debates técnicos sobre o fim dos juros do rotativo e o parcelamento de compras sem juros.
“Não é sobre fomentar emissor e prejudicar adquirente. Queremos criar um equilíbrio sustentável, o que não acontece hoje, e que tem como efeito colateral juros no rotativo desproporcionais”, afirma.
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Leão diz que os juros do rotativo precisam cair “de forma importante”, mas isso passada pelo parcelado sem juros, o que definiu como uma “jabuticaba brasileira”.
“Tem que ser aos poucos equilibrados para a economia ser menos dependente dele. A gente nunca propôs que fosse eliminado, sempre propusemos um faseamento, e a discussão parece estar indo nessa direção, o que é bom”, afirma.
Ainda de acordo com o executivo, o Santander Brasil não está buscando crescimento tímido em 2024. A ideia é que expansão seja no mínimo igual a que vai ser registrada este ano.
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“Temos base de capital, domínio de portfólio, estamos produzindo safras novas [de crédito] onde queremos e terminando de gerir safras antigas”, explicou.
No terceiro trimestre, a rentabilidade medida pelo retorno sobre patrimônio (ROE, na sigla em inglês) do Santander Brasil cresceu 1,9 ponto percentual em relação ao trimestre imediatamente anterior, para 13,1%. Leão admite que o banco tem capacidade de alcançar níveis bem mais altos de rentabilidade, mas está contente com o progresso.
“A gente não tem um objetivo fixo. Não existe esse número mágico. E hoje é difícil saber se vamos chegar ou não [aos patamares históricos de rentabilidade]”, disse o CEO.
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Ainda que o banco não trabalhe com guidance, Leão acredita na recuperação da rentabilidade ao longo dos próximos trimestres, “sem depender de terceiros” e baseado em uma agenda de eficiência, ainda que isso não ocorra de maneira linear.
O banco se prepara para assumir um novo posicionamento com o segmento de baixa renda, cuja rentabilidade, hoje é negativa.
“Na baixa renda, há uma agenda de digitalização e simplificação de oferta que tem que ser brutal”, afirmou. “Só dá para ter baixa renda rentável se jogarmos o custo de servir lá para baixo.
No segmento de alta renda, o Santander se prepara para lançar, nas próximas semanas, a conta Select Global. É um cartão de débito internacional que permite fazer compras no exterior em viagens, remessas com IOF reduzido e acesso a alguns investimentos “menos sofisticados”, de acordo o CEO.
A inciativa faz parte dos esforços do banco em fazer com que clientes tenham o Santander como seu principal banco.
“Se o meu cliente, quando tá viajando, não tem o meu cartão, isso significa que eu estou dando espaço para alguém entrar. E se esse concorrente fizer um trabalho bom, pode ser que ele comece a “comer” o resto que eu já tinha”, diz Leão.
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