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Com a eleição de Tarcísio de Freitas (Republicanos) para governador de São Paulo, a eventual privatização da Sabesp (SBSP3) ganha força no mercado. Apesar do otimismo, analistas apontam desafios como formato, tempo para conclusão do processo e relações com o Legislativo.
Segundo um analista que cobre o setor de saneamento, a Sabesp é um case “óbvio” de sucesso, “AAA”. “Os ativos têm um bom desempenho, com poucos desafios. Talvez dê para aumentar um pouco a eficiência, mas já é uma companhia bastante saudável”, avalia.
Apesar do otimismo generalizado no mercado acerca do potencial de ganhos de eficiência com uma eventual privatização, o analista da Mirae Asset Pedro Galdi aponta que, por ora, só há especulações sobre o processo. “Tarcísio citou que irá avaliar se a privatização é factível, mas, por enquanto, é só uma especulação. O processo não é simples”, avalia.
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Legislativo
O analista de research da Ativa Investimentos, Ilan Arbetman, salienta que a relação de Freitas com a assembleia legislativa de São Paulo será crucial neste processo. “Precisamos entender qual será o trato do Tarcísio com a assembleia, isso também vai mostrar como o processo pode ser feito”, analisa.
Ele lembra que o próprio governo do estado já havia anunciado a contratação de uma consultoria para avaliar qual seria o melhor modelo para a privatização. “Esse processo vai começar de dentro para fora, seja a partir desses estudos ou da contratação de novos estudos.”
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Arbetman acredita que o processo não será rápido. “Vemos complexidade, isso faz com que a privatização possa ficar para a segunda metade do mandato. As vias para que o processo seja feito não estão claras e não devem ser definidas no começo do governo, esperamos que ganhe musculatura só com o tempo.”
Resultado favorece privatização
Os analistas Francisco Navarrete, João Fagundes e André Silveira escreveram em relatório do Bradesco BBI que o resultado da eleição “favorece muito as chances de a Sabesp ser privatizada”, mas ponderam que o tempo, a complexidade e as negociações políticas necessárias provavelmente levarão a uma conclusão do processo para meados de 2024 a 2025.
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Na visão dos analistas, a privatização da Sabesp pode ser positiva, assim como foi a da Eletrobras, processo que mostrou “que benefícios econômicos/sociais substanciais podem ser extraídos para a população e acionistas em geral”. Eles apontam que, para vender a Sabesp, entre os principais desafios está a decisão sobre o formato. “Provavelmente, poderá ser via aumento de capital, diluindo a participação de 50,3% do governo de São Paulo”, estimam. “São Paulo poderia manter a atual regulamentação estadual de teto de preços e também manter inalterada a duração das concessões da Sabesp.”
Os analistas Antonio Junqueira e Guilherme Bosso apontam em relatório do Citi que o estudo de privatização da empresa de saneamento pelo novo governo de São Paulo deve buscar maior investimento, rapidez na universalização dos serviços e redução das tarifas. “Há anos, a Sabesp é uma empresa difícil de carregar. Dividendos e ROIC (retorno sobre o investimento) baixos e ROE (retorno sobre equity) abaixo do custo de oportunidade.”
Em relatório do Credit Suisse, os analistas Carolina Carneiro e Rafael Nagano disseram que, com a eleição de Freitas, o cenário é de oportunidades na Sabesp. “Esperamos mais eficiência de custos, implementação da nova estrutura tarifária proposta em 2021 e que provavelmente os estudos de privatização avancem”.
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