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A Rússia entrou em default, sendo a primeira vez desde 1918 – ou desde a Revolução Bolchevique – que deixa de pagar sua dívida em moeda estrangeira.
A inadimplência foi desencadeada após expirar o período de carência de aproximadamente US$ 100 milhões em títulos não pagos, com os pagamentos bloqueados como resultado de amplas sanções contra o Kremlin após a invasão da Ucrânia. As sanções abrangentes efetivamente cortaram o país do sistema financeiro global e tornaram seus ativos intocáveis para muitos investidores.
O fato, na verdade, tem mais importância por seu valor simbólico, pelo menos por enquanto. A Rússia é, de fato, um país já marginalizado econômica, financeira e politicamente por grande parte do Ocidente. Além disso, a inadimplência não se daria por falta de dinheiro do devedor, mas pelo fechamento dos canais de transferência pelos credores.
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Uma autoridade americana disse nesta segunda-feira que a inadimplência mostra quanto as sanções estão impactando a economia da Rússia. A autoridade estava falando a repórteres depois de a Casa Branca divulgar documento detalhando ações potenciais do G7 para apoiar a Ucrânia e reduzir ainda mais as receitas do petróleo de Moscou.
“A notícia desta manhã sobre a descoberta da inadimplência da Rússia, pela primeira vez em mais de um século, situa a força que os EUA, juntamente com aliados e parceiros, tomou, bem como o impacto na economia russa”, acrescentou a autoridade dos EUA em entrevista em meio a uma cúpula do G7 na Alemanha.
Mais cedo, alguns detentores de títulos disseram que não haviam recebido juros vencidos nesta segunda-feira após o fim de um prazo importante de pagamento um dia antes.
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Moscou já havia abordado a probabilidade de default nos primeiros meses deste ano, mas havia gerenciado a situação alterando os métodos de pagamento.
Em maio passado, o Tesouro americano, no entanto, não renovou a licença que permitia à Rússia pagar investidores americanos que tenham adquirido ativos do país. A partir daquele momento, tornou-se impossível para os russos pagar a dívida em dólares ou nas moedas mencionadas nos prospectos das emissões.
A última vez que a Rússia deixou de pagar seus credores estrangeiros foi há mais de um século, quando os bolcheviques, sob Vladimir Lenin, repudiaram a carga de dívidas da era czarista em 1918.
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A Rússia tem lutado para cumprir os pagamentos de US$ 40 bilhões em títulos em circulação desde sua invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro, uma vez que as sanções abrangentes cortaram o país do sistema financeiro global e tornaram seus ativos intocáveis para muitos investidores.
O Kremlin tem repetidamente dito que não há motivos para a Rússia dar calote, mas não pode enviar dinheiro aos detentores de títulos por causa das sanções, acusando o Ocidente de tentar levá-lo a uma inadimplência artificial.
Alguns detentores de títulos de Taiwan não haviam recebido pagamentos nesta segunda-feira, informaram fontes à Reuters.
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Sem prazo exato especificado no prospecto, advogados dizem que a Rússia pode ter até o final do dia útil seguinte para pagar os detentores dos títulos.
(Com Ansa e Reuters)
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