Roubini prevê bom 2011 para emergentes, na contramão de desenvolvidos

Professor que previu a crise global afirma que economias centrais sofrerão com crescimento anêmico no próximo ano

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SÃO PAULO – “Economias centrais terão crescimento anêmico, enquanto emergentes continuarão em melhor ritmo”, foi o que afirmou Nouriel Roubini, o professor da Universidade de Nova York que previu a recente crise global.

O economista avalia que os preços no mercado norte-americano poderão cair ainda mais e o crescimento pode desacelerar para o patamar de 1% ao ano, conforme previsão anunciada em conferência realizada na Cidade do Cabo, na África do Sul.

Estímulos aos desenvolvidos favorecem emergentes
Para ele, as baixas taxas de juros aplicadas em nações desenvolvidas, como forma de estímulo econômico local, têm feito com que investidores obtenham capital com baixo custo e apliquem seus investimentos em países que apresentam maior dinamismo econômico e, consequentemente, maior margem de retorno, como é o caso de Brasil, África do Sul e China.

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Guerra cambial e desvalorização do yuan
No momento, a China é pressionada a tomar medidas que estimulem a valorização do yuan, artificialmente desvalorizado. Porém, o que boa parte dos emergentes argumenta é que foram medidas dos EUA e de países europeus que enfraqueceram suas moedas.

Desta forma, o dólar foi pressionado para baixo e houve um intenso fluxo de capitais para os mercados emergentes, causando consequente valorização de moedas como o real e o rand sul-africano. Contudo, Roubini avalia que a China não deverá permitir que o yuan valorize mais do que 4% ou 5% ao ano.

2011 anêmico para as economias centrais
“O próximo ano apresentará um doloroso processo de desalavancagem, tanto no setor público quanto privado, queda no consumo, queda nos gastos, menores déficits orçamentários, maior poupança e redução das dívidas. Tudo isso implicará em um crescimento anêmico”, crivou o professor, que crê ainda que os riscos de um novo braço de recessão existem, o que deverá fazer com que o Federal Reserve e bancos centrais das economias desenvolvidas apresentem um novo plano de flexibilização monetária.

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Japão: “um acidente a espera”
Por fim, o professor avalia as medidas tomadas pelo Banco do Japão – que abaixou ainda mais a taxa básica de juros em reunião no último mês e ainda anunciou a compra de US$ 62 bilhões em ativos, incluindo títulos públicos e débito de empresas, como forma de injeção de capital na economia japonesa.

Nouriel Roubini é taxativo ao afirmar que a economia japonesa não passou pelas reformas estruturais necessárias mesmo após 15 anos beirando a recessão. Ele avalia que o país está politicamente envelhecido. “O Japão é um acidente à espera de acontecer”, afirma.

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