Rodrigo Limp é escolhido como novo CEO da Eletrobras, fora de processo seletivo; conselheiro renuncia

Nome do novo presidente foi indicado pelo "acionista controlador", a União, fora do processo seletivo, o que levou à saída de Mauro da Cunha do Conselho

Equipe InfoMoney

Rodrigo Limp (Foto: Pedro França/Agência Senado)
Rodrigo Limp (Foto: Pedro França/Agência Senado)

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A Eletrobras (ELET3;ELET6) informou que o seu conselho de administração decidiu, por maioria, recomendar o nome de Rodrigo Limp para ocupar uma vaga no colegiado, “visando o exercício futuro do cargo de Presidente da Companhia”. Ele substituirá Wilson Ferreira Júnior, que anunciou a sua saída do cargo no dia 24 de janeiro e se manteve como CEO até o final de março.

De acordo com o documento, assinado pela diretora Financeira e de Relações com Investidores, Elvira Cavalcanti Presta, Limp foi indicado pelo “acionista controlador”, a União, não tendo sido selecionado pela assessoria Korn Ferry. A empresa de consultoria havia sido contratada para o trabalho de seleção dos nomes, iniciado em meados de fevereiro.

“Não obstante, ele foi avaliado e recomendado pelo Comitê de Pessoas, Elegibilidade, Sucessão e Remuneração, entrevistado e aprovado, por maioria, pelo Conselho de Administração, e atende aos requisitos legais e de qualificação técnica necessários para o cargo”, afirma o comunicado.

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Limp é atualmente secretário de energia elétrica do Ministério de Minas e Energia e foi Diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica – Aneel entre maio de 2018 e março de 2020. Formado em direito pelo Instituto Brasiliense de Direito Público – IDP, MBA Executivo em Administração: Gestão em Empresa de Energia Elétrica pela Fundação Getúlio Vargas – FGV, Mestrado Economia do Setor Público, pela Universidade de Brasília – UNB, Pós Graduado em Direito Regulatório de Brasília, pela Universidade de Brasília – UNB e graduado em engenharia elétrica pela Universidade Federal de Juiz de Fora – MG.

“A indicação reafirma o compromisso do governo na continuidade das ações visando ao aumento da eficiência operacional e ao aprimoramento da estratégia de sustentabilidade da Eletrobras, observando que o processo de capitalização, em tramitação no Congresso Nacional, é essencial para que a empresa se torne mais forte e competitiva; contribuindo para gerar emprego e renda à população brasileira; e proporcionando menores custos e melhores serviços aos consumidores de energia elétrica”, diz a nota.

Após a escolha de Rodrigo Limp, Mauro Gentile Rodrigues da Cunha, coordenador do Comitê de Auditoria e Risco Estaturário e membro do conselho de administração da Eletrobras, pediu saída do cargo, de acordo com um comunicado da companhia publicado também na noite de quarta.

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Cunha deixou o cargo por discordar da escolha do nome indicado pelo governo. Segundo ele, a recomendação deixou de lado o processo de seleção do novo presidente que estava em curso sob coordenação da consultoria Korn Ferry. Na carta de renúncia, Cunha disse que houve “quebra irremediável de confiança no processo de governança deste conselho”.

“Faço votos para que as sementes de governança plantadas persistam e voltem a florescer, levando a Eletrobras a novos voos para cumprir seu propósito de dar energia para o desenvolvimento sustentável da nossa sociedade”, escreveu.

Avaliação dos analistas

Na visão do Bradesco BBI, enquanto alguns consideraram a nomeação do Sr. Limp como negativa para a governança corporativa da estatal (pela nomeação do governo ao invés de uma escolha de mercado pelo conselho), os analistas do banco afirmaram que “não poderiam estar mais satisfeitos”.

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“Em nossa opinião, o governo está enviando uma nova mensagem de que está totalmente focado na privatização de
Eletrobras (nomear Diogo Mac Cord como Secretário de Privatização em 2020 foi outro sinal claro, seguida pelo
Medida Provisória para privatizar a Eletrobras publicada em fevereiro de 2021). Conhecemos e interagimos com Limp há vários anos, durante sua gestão na ANEEL e como Secretário de Energia, e nossa opinião é que ele é guiado por uma visão técnica profunda combinada com sabedoria política”, afirmam os analistas.

Os analistas apontam ainda que, embora na visão deles o ex-CEO Wilson Ferreira seja obviamente insubstituível em muitos aspectos, os críticos estão “perdendo o foco” graças ao fato de que Wilson e sua equipe (que permanece na Eletrobras) resgataram a companhia e fizeram com que ela se tornasse um player verdadeiramente relevante no setor de energia no Brasil e no exterior.

O Credit Suisse também aponta a escolha de Limp como positiva. “Limp é advogado, conhece bem o setor e está envolvido nas discussões de privatização (apoiando-a), pois atualmente é Secretário de Energia Elétrica (MME) e já foi diretor da Aneel”.

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(com Estadão Conteúdo)

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