Revolução dos micos: 5 ações “fora do radar” que subiram até 150% em julho

Entre os destaques, a Karsten disparou com as informações da realização de um aumento de capital, enquanto a Lupatech subiu mesmo com alguma polêmicas

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Não foi apenas no Ibovespa que algumas ações chamaram atenção em julho. Neste mês que termina hoje, 4 small caps foram destaque na Bovespa, com valorização de no mínimo 45%, e chegando até 145%. Entre elas está a Renar Maçãs (RNAR3), que chamou atenção do mercado no início do mês com um anúncio do governo.

No dia 11 de julho, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) divulgou a lista das 7 empresas cujos investidores terão isenção de Imposto de Renda na compra das ações. A lista fazia parte do “pacotão” de medidas pró-mercado anunciadas no final de junho pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Em julho, os papéis da companhia terminaram cotados a R$ 0,29, com uma valorização de 45% no período.

Ajudando para esta valorização, os papéis da companhia dispararam quase 20% no início desta semana em um dia onde chamou atenção o volume apresentado e o fato de que o principal saldo comprador daquela sessão foi do HSBC, voltado para o investidor institucional, e não pessoa física. Em entrevista ao InfoMoney realizada em maio, o diretor de RI da empresa, Henrique Rollof, disse que há uma tendência de alta nos preços da fruta. Com isso, a Renar espera uma recuperação nos papéis da empresa na Bolsa e estima finalizar o ano com uma dívida líquida entre R$ 38 milhões e R$ 42 milhões, uma redução de 27% a 34% na comparação com o ano anterior. 

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Karsten (CTKA3, R$ 2,20, +88,03%; CTKA4, R$ 1,17, +154,35%)
Apenas entre os dias 21 e 25, Karsten viu suas ações subirem 114,58%. Na noite de 21 de julho, logo após a ação subir 60%, a companhia respondeu à CVM – que pediu esclarecimentos sobre a alta da ação – que estava em negociação com seus controladores para um aumento de capital de até 6 vezes seu valor de mercado e, tendo em vista a disparada repentina de suas ações, achou mais prudente abrir a informação aos investidores.

Nesta sexta-feira, as ações voltaram a disparar depois que a companhia confirmou que fará aumento de capital no valor mínimo de R$ 40 milhões e máximo de R$ 45 milhões, mediante emissão de novas ações ordinárias e preferenciais. Na semana passada,  os papéis da companhia, que fabricante de itens de cama, mesa e banho, um dia antes que ela informou que estava em negociações confidenciais para um aumento de capital. De lá para cá, a alta supera 140%. 

Ontem à noite, veio a confirmação de que os acionistas controladores concordaram em fazer com que seja deliberado, pelo conselho de administração da companhia, submeter à Assembleia Geral da companhia proposta sobre aumento de capital. Segundo a empresa, todos os acionistas terão direito de preferência para subscrever as ações que vierem a ser emitidas em razão do referido aumento. A proposta de preço de emissão das ações no âmbito do aumento de capital, assim como todas as demais condições, será determinada pelo conselho de administração da empresa, em reunião a ser realizada ainda hoje.

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Tecnosolo (TCNO4, R$ 0,30, +100%)
Outra ação que ganhou destaque neste mês foi a da Tecnosolo, que saiu do patamar de R$ 0,06 em dezembro para alcançar os atuais R$ 0,30. No início de julho, a companhia já havia sido destaque ao estar no seleto grupo de ações que subiram mais de 100% no primeiro semestre. Em entrevista ao InfoMoney, André Camacho, diretor de relações com investidores da empresa, disse na época que a empresa conseguiu encerrar o ano passado com uma nova perspectiva.

“Saímos do ano passado com a aprovação do plano de recuperação judicial, mostrando que a empresa tinha uma solução viável, e criamos uma subsidiária integral que nasceu sem dívida nenhuma, limpinha. Depois disso, a carteira da empresa, que tinha sido duramente penalizada pela recuperação, voltou a crescer. O mercado acompanhou essa evolução”, explicou. 

Em entrevista ao InfoMoney no último dia 15, Camacho ressaltou que a empresa deu a volta por cima depois de quebrar em 2012, conseguindo uma nova carteira de serviços, e que o mercado deve estar acompanhando essa evolução da empresa, o que tem refletido nas ações.

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Lupatech (LUPA3, R$ 0,33, +32%)
A segunda metade do mês foi bastante agitada. No dia 15 a companhia anunciou que fechou um acordo com seus dois maiores credores financeiros, estabelecendo os termos e condições relativos à capitalização dos créditos detidos pelos bancos no âmbito do aumento do capital social da empresa, que será feito dentro de sua reestruturação.

Na última semana, o conselho de administração aprovou um aumento de capital que pode chegar a R$ 1,32 bilhão, o que provocou uma disparada de 100% nas no pregão de quarta-feira (23). Contudo, muita gente no mercado não só tem questionado a sustentabilidade dessa alta como ainda argumenta que a trajetória da ação deveria ser exatamente a oposta.

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É o caso de Diego Arruda e Antonio Bueno, sócios e gestores da Ujay Capital – asset que possui pouco mais de R$ 80 milhões em ativos sob gestão. Em entrevista ao InfoMoney, os dois investidores consideram o aumento de capital como uma mera equalização da dívida, e não como a “solução mágica” dos problemas da Lupatech, que encontra-se em recuperação extrajudicial. Com isso, eles aumentaram consideravelmente a posição “short” (ou “vendida”, quando você lucra com a queda da ação) no papel, cravando um objetivo de R$ 0,02 para a ação.

CSU CardSystem (CARD3, R$ 2,58, +39,46%)
O rali da companhia ocorreu na última semana após o anúncio de que foram fechados contratos com empresas de vários segmentos nos últimos meses, promovendo o incremento no faturamento em R$ 60 milhões anuais para a empresa.

Em comunicado, a CSU disse que na unidade CSU ITS, voltada à terceirização de tecnologia com hospedagem de softwares e hardwares e terceirização de data center, foram assinados contratos com Porto Seguro e Europ Assistance. Pela divisão MarketSystem foram assinados contratos com a AMBEV, Pernambucanas e Porto Seguro, por meio da plataforma OPTe+.

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Já a unidade de processamento de meios de pagamento, a CSU CardSystem, passou a ter em sua carteira de clientes o Banco BMG, na área de crédito consignado. Na unidade CSU Contact, foram assinados contratos com as empresas Natura, o Grupo Etna e a Europ Assistance.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.