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O Ibovespa encerrou esta sexta-feira (1) com ganho acumulado na semana de 2,22%, aos 69.268 pontos – sua maior pontuação desde 24 de janeiro deste ano. Com este desempenho, o índice marca sua terceira alta semanal consecutiva, estimulado pelos indicadores mais favoráveis nos Estados Unidos e aqui, apesar do clima ainda tenso em relação à crise fiscal na Europa, os conflitos no mundo árabe e o desastre nuclear no Japão.
As ações ON da LLX apresentaram um ótimo desempenho no período que vai de 28 de março a 1 de abril, com expressiva alta de 11,46%, liderando os ganhos do Ibovespa nesta semana. O desempenho foi amparado, sobretudo, pelo fim da greve no Complexo do Porto do Açu.
Já as ações ordinárias da Usiminas fecharam a última semana de março como a principal baixa dentre os papéis que compõem o Ibovespa, acumulando desvalorização de 5,56% e cotadas a R$ 27,67. As ações reduziram parte do elevado gap em relação aos ativos preferenciais, que de janeiro a abril acumularam ganhos de apenas 4,5%.
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Petro e Vale
Dentre os ativos mais líquidos do Ibovespa, o desempenho positivo foi unânime. Os papéis PNA e ON da Vale subiram 0,53% e 0,28% na semana, enquanto que as ações PN e ON da Petrobras tiveram avanços de 0,35% e 0,27%, respectivamente.
A mineradora confirmou na noite da última quinta-feira a troca de comando da empresa, promovendo, assim, a saída de Roger Agnelli do cargo de CEO. Destaque também para o fato de que o Palácio do Planalto teria indicado ao ministério da Fazenda o estudo da taxação da exportação do minério de ferro e a desoneração do aço, segundo publicou o jornal O Estado de São Paulo. A informação foi negada pela Fazenda através de nota.
Europa volta ao centro das atenções
A crise fiscal europeia, que permaneceu adormecida por um tempo, ofuscada pelo desastre no Japão e pelos conflitos na Líbia, voltou ao centro das atenções nesta semana.
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O resultado dos testes de estresse dos bancos irlandeses, divulgado na quinta-feira, mostrou que quatro dos maiores bancos do país precisarão levantar € 24 bilhões em novo capital, após testar a solidez das instituições em diferentes cenários de estresse financeiro. A Irlanda tece ainda corte no seu rating soberano pela Standard & Poor’s. A agência de classificação de risco, contudo, mudou a perspectiva da nota para estável, indicando o fim dos rebaixamentos por enquanto.
Quem também ganhou destaque na quinta-feira foi o governo português, que revisou para cima o déficit orçamentário de 2010, de 7% do PIB estimado anteriormente para 8,9%. No dia anterior, a S&P já havia cortado o rating soberano do país, movimento que foi acompanhado pela Fitch nesta sexta-feira.
Aperto monetário mais brando
No front interno, o ânimo do mercado na semana teve influência da perspectiva de que a alta da Selic na próxima reunião do Copom deverá ser mais branda.
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Esta análise decorre após da divulgação da Nota de Política Fiscal do Banco Central, que revelou que o setor público brasileiro apresentou um superávit primário recorde de R$ 7,913 bilhões durante o mês de fevereiro. O documento, em conjunto com o Relatório de Inflação apresentado na quarta-feira, que mostrou um cenário mais benígno para os preços na cena interna nos próximos anos, animou os investidores sobre uma menor necessidade do governo em subir expressivamente os juros no País.
IOF
Ainda por aqui, a semana começou com a notícia de que, a partir do final de abril, a alíquota de IOF sobre as compras efetuadas via cartão de crédito no exterior passará de 2,38% para 6,38%. O movimento aumenta os temores sobre novas medidas para controlar o fluxo da moeda norte-americana.
No dia seguinte, terça-feira, o DOU trouxe um decreto que estende a cobrança do IOF sobre as operações de câmbio de empréstimo externo que possuam prazo maior do que 90 dias. O governo voltou a explicar que o objetivo é reduzir o fluxo de entrada de moeda estrangeira no Brasil.
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Outras referências nacionais
No plano doméstico, a sexta-feira contou com a divulgação do IPC-S, que apontou aumento da inflação na última semana de março.
Os investidores também repercutiram os dados da balança comercial brasileira, que registrou superávit de US$ 1,552 bilhão nos 21 dias úteis do mês de março – o maior superávit mensal no ano de 2011, até o momento. Além disso, a produção industrial brasileira teve crescimento de 1,9% na passagem de janeiro para fevereiro. Segundo o IBGE, esse foi o resultado mais elevado desde março de 2010.
Nesta semana, o CMN decidiu manter a TJLP em 6% ano para o segundo trimestre de 2011. Além disso, foram divulgados os dados sobre a confiança na indústria.
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No âmbito inflacionário, destaque para o resultado de março do IGP-M, período no qual o índice apontou inflação de 0,62%, queda em relação ao mês passado e também abaixo da projeções do mercado, que indicava taxa de 0,72% neste mês. Vale destacar que os investidores também ficaram de olho na Nota de Política Monetária divulgada pelo Banco Central, que mostrou que o volume total de crédito do sistema financeiro nacional cresceu 1,3% em fevereiro.
Por fim, o Banco Central divulgou o relatório Focus, trazendo novo aumento das projeções para a inflação neste ano.
Dados norte-americanos
Principal referência do pregão desta sexta-feira, o Relatório do Emprego nos Estados Unidos confirmou as expectativas e mostrou que o mercado de trabalho segue se recuperando no país. O ADP Employment Report mostrou que foram abertas 201 mil vagas no setor privado dos Estados Unidos em março. Em contrapartida, a atividade industrial norte-americana acabou decepcionando no último mês, assim como os gastos com construção civil em fevereiro.
Ainda na agenda dos EUA, o Factory Orders caiu 0,1% durante o mês de fevereiro, resultado abaixo do esperado pelo mercado. Em linha, o número de pedidos de auxílio-desemprego reportados nos EUA na última semana foi ligeiramente pior do que as expectativas. Por outro lado, a atividade industrial na região de Chicago ficou acima do esperado em março.
A confiança do consumidor norte-americano ficou abaixo do esperado no mês de março. Além disso, a Standard & Poor’s divulgou na terça-feira que os preços dos imóveis norte-americanos caíram menos que as expectativas de mercado em janeiro, na base de comparação anual.
Por fim, o núcleo do índice de preços PCE registrou alta de 0,2% no mês de fevereiro, ficando em linha com as expectativas do mercado.
Outras referências internacionais
Nesta semana, os investidores também avaliam as revisões de projeções realizadas pela Fitch. A agência de classificação de risco reduziu de 3,8% para 3,2% sua expectativa de crescimento da economia global para 2011, devido sobretudo aos maiores preços do petróleo. A agência também revisou para baixo as previsões para o crescimento do Brasil, China e Índia, mas afirmou que espera que a política de controle da inflação desses países continue.
Ainda no front externo, os níveis de radiação no Japão seguem preocupantes. Passando para a Líbia, as agências de notícias internacionais informaram que um porta-voz do governo do país disse que líder líbio Muammar Gaddaffi ficará no poder “até o fim”. Após a recente deserção do ex-ministro das Relações Exteriores da Líbia, o porta-voz afirmou que os ataques só serviram para unir elite de sua liderança contra “um inimigo claro”.
Renda Fixa
A moeda norte-americana fechou cotada na venda a R$ 1,612 – seu menor patamar desde 21 de agosto de 2008 -, queda de 2,89% na variação semanal.
No mercado de juros futuros da BM&F Bovespa, que fechou a semana com alta no curto prazo e queda no longo, o contrato com vencimento em janeiro de 2012, o qual apresentou maior liquidez, encerrou apontando taxa de 12,15%, baixa de 0,09 ponto percentual em relação a semana anterior.
No mercado de títulos da dívida externa brasileira, o Global 40, bônus mais líquido, encerrou cotado a 134,13% de seu valor de face, queda de 0,68% na semana.
Já o indicador de risco-País fechou a sexta-feira em 168 pontos-base, queda de um ponto na variação semanal.
Confira os eventos previstos para a próxima semana
Dentro da agenda para a primeira semana de abril, as atenções se voltam à divulgação da ata da útima reunião do Fomc e para as decisões de política monetária na Zona do Euro, Inglaterra e Japão
No front doméstico, destaque para os índices de inflação de março, com IPCA, INPC, IGP-DI e IPC-Fipe.
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