Unipar (UNIP6) lucra 60% a mais, impulsionado por mercado internacional

“PVC teve queda de demanda local, que nos obrigou a exportar produto”, diz o CEO da companhia

Augusto Diniz

Unipar Fábrica Cubatão (Divulgação)
Unipar Fábrica Cubatão (Divulgação)

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Por conta da redução da atividade da construção civil, a Unipar (UNIP6), que produz cloro, soda cáustica e PVC, viu este último item perder tração nos resultados do mercado interno. E para compensar este fator buscou ampliar as suas vendas externas, o que ajudou no consolidado do balanço do 1º trimestre deste ano (1T22).

De janeiro a março, a Unipar registrou aumento de 59,9% no lucro líquido, em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando R$ 449 milhões – um ano antes, o lucro líquido havia sido de R$ 280 milhões.

No primeiro trimestre, a receita líquida cresceu 43,6%, alcançando R$ 1,9 bilhão, se comparado no mesmo período do ano passado, e o Ebitda atingiu R$ 826 milhões no trimestre, 46,3% maior em comparação com o primeiro trimestre de 2021.

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“O desempenho operacional este ano está bastante robusto”, afirmou Maurício Russomanno, CEO da Unipar, em entrevista ao InfoMoney.

Segundo ele, “se pegarmos os dois principais negócios da empresa, o PVC teve queda de demanda local, o que nos obrigou a exportar o produto”. A queda veio essencialmente do segmento da construção civil, apontou.

“Existe um movimento por causa da inflação e de juros altos, com uma desaceleração de materiais para construção civil, enquanto negócios para saneamento, que envolve cloro, soda cáustica e derivados, continuaram bastante robustos no Brasil”, informou.

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Unipar busca exportar, sempre que necessário

Russomanno explicou, que diferente do trimestre anterior, grande parte do resultado veio do aumento do volume de vendas e busca de novos mercados e clientes.

“No ano passado, a gente não precisava ir muito longe para colocar nossa capacidade no mercado”, analisou. “Com a redução dos preços – por conta da desaceleração internacional -, nos aumentamos ainda mais a eficiência das operações e o volume adicional produzido compensou essas quedas”.

O PVC, no 1T22, registrou redução de 20% em relação ao 4T21, em função de menor demanda decorrente das incertezas provocadas pela guerra na Ucrânia, relatou a Unipar.

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O CEO da Unipar explicou também que o mercado internacional é sempre um desafio, onde concorre essencialmente com americanos, sendo eles muito mais competitivos.

“O custo de gás deles é menor, os custos de combustível e eletricidade são menores, custos logísticos são inferiores. Sempre que a gente quer exportar, tem que buscar segmentos de mercado pra encaixar nosso produto”, ressalta.

“Mas toda vez que o mercado aqui não anda, para continuar a produção das fábricas, nós acabamos exportando. Nós sempre exportaremos quando necessário”, comentou.

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Aumento dos insumos

O executivo afirmou ainda que os aumentos dos insumos têm impactado, comparando com o primeiro trimestre do ano passado, como gás, energia e etileno. “São insumos importantes para nós”, destacou.

“Tem uma mudança de demanda. Tivemos que melhorar ainda mais a eficiência da empresa. Com aumento dos insumos e para recuar essas perdas, tivemos que ser mais eficientes e trabalhar melhor”, disse.

Maurício Russomanno apontou a guerra da Ucrânia como um motivador do aumento do insumo. “É um cenário diferente do ano passado e mais instável como um todo”, disse.

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Segundo o CEO da Unipar, a capacidade de utilização das três unidades fabris foi de 88% no primeiro trimestre do ano. O executivo disse que foi o melhor índice nesse item nos últimos cinco anos.

Incertezas sobre o segundo trimestre

Questionado sobre uma prévia dos resultados do segundo trimestre do ano, Maurício Russomanno respondeu que é preciso ainda observar o desempenho dos segmentos de construção civil e saneamento, além da indústria de base (que usa soda cáustica), para ter uma clareza do cenário.

“Precisa ficar de olho na guerra da Ucrânia, para ver o impacto em energia e petróleo. Isso tem efeito nos fretes”, acrescentou.

Investimento Social

O executivo informou ainda que a companhia apoiará, nos próximos 24 meses, projetos e fará doações com investimentos de cerca de R$ 11 milhões, atingindo cerca de 850 mil pessoas ao longo deste período. Nos dois anos anteriores foram destinados pela companhia cerca de R$ 7 milhões para projetos sociais.

“Apoiamos projetos nas frentes de educação, cultura, esporte e ações sociais que tenham impacto no desenvolvimento humano, que é nossa prioridade na dimensão da sociedade e das comunidades do entorno de nossas fábricas”, explicou Maurício Russomanno.

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