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Executivos da Azul (AZUL4) afirmaram que a demanda por passagens aéreas segue firme mesmo com os recentes aumentos de preços e que seguirá com expansão de receita nos próximos trimestre, a despeito da atual situação econômica do Brasil e do mundo, que pressiona custos e também o orçamento da população.
A crença em um cenário melhor foi compartilhada durante a teleconferência da Azul com analistas e investidores, realizada nesta segunda-feira (9), após a companhia ter, mais cedo, divulgado seu balanço do primeiro trimestre de 2022.
Após os resultados, as ações da empresa recuavam 3,51%, cotadas a R$ 18,97, por volta das 14h42, em retração superior à do Ibovespa, que cedia 1,57%.
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“Sabemos que vários de vocês estão preocupados com a possibilidade de nós continuarmos fazendo nossa receita crescer. Nós lembramos a vocês que o Brasil é, porém, uma economia muito ligada às commodities e que muitas delas estão em seus preços recordes. Há um grupo de pessoas fazendo mais dinheiro do que nunca”, afirmou David Neeleman, diretor executivo (CEO) da companhia.
Segundo ele, as reservas para junho, julho e agosto estão “muito sólidas” mesmo com o recente repasse de preços. “Nós olhamos para nossas reservas e vemos oportunidades para melhorar ainda mais nossos preços. Acreditamos que o Brasil continuará a ser um mercado crescente”, comentou Neeleman.
Azul teve reservas recordes em março
Em março, segundo Rodgerson, a Azul registrou reservas recordes, mesmo com as tarifas subindo 40% entre fevereiro e abril.
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Os executivos da companhia destacaram a performance do primeiro trimestre, vista como positiva a despeito do impacto da variante Ômicron – principalmente em janeiro. “Os resultados se dão com o impacto positivo do forte mercado interno, o que mostra a capacidade do mercado brasileiro de crescer”, afirmou John Rodgerson, CEO da aérea.
A Azul, com a alta dos preços, vê a manutenção da fatia de mercado como um ponto secundário. “Nosso objetivo é aumentar a capacidade de uma maneira disciplinada, o que suporta as nossas vantagens competitivas de fazer a nossa receita crescer de forma combinada com a alta qualidade operacional”, disse Neeleman.
No lado de custos, os executivos destacam que a Azul gastou 30% mais no primeiro trimestre de 2022 do que no de 2019 – base de comparação utilizada por conta dos impactos da covid-19 nos últimos dois anos. “Isso mesmo com uma alta de 75% dos gastos com combustíveis, uma apreciação de 39% do dólar frente ao Real e três anos de inflação”, defendeu Rodgerson.
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Quanto ao aumento de gastos, além da eficiência, a Azul destacou que vê a forte demanda atual como uma garantia de que há ainda espaço para repassar os custos – com possíveis reajustes previstos para entre junho e agosto.
“Não vemos resistência por parte dos clientes à alta dos preços olhando para nossas reservas”, afirmou Rodgerson. “Apesar de todos os desafios, esperamos um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de R$ 4 bilhões para este ano e de R$ 5,5 bilhões em 2023”, completou.
Análise do balanço
Para o Bradesco BBI, a Azul teve “forte desempenho de receita para sustentar a recuperação de margem” no 1º trimestre.
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A receita líquida superou a estimativa em 9% e ficou em linha com o consenso, devido capacidade doméstica 27% maior e demanda 24% acima do 1T19; capacidade e demanda internacionais ainda em 53% e 52% dos níveis de 2019, mas melhorando bastante na base anual; e à receita por assento-quilômetro oferecido (RASK) continuando em trajetória ascendente.
A análise ainda mantém rating outperform para a ação e preço-alvo de R$ 40,00, baseado na sobreposição limitada de redes com Gol (GOLL4) e Latam, que permite que a Azul gerencie melhor sua capacidade e tarifas aéreas; na expectativa de recuperação da demanda doméstica no Brasil ao longo de 2022; e no potencial de upside atrativo de 104%.
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