Rede D’Or (RDOR3): empresa perde receita ao deixar de atender Unimed, mas fica menos exposta ao risco de inadimplência

Interrupção do atendimento à Unimed Nacional será total em dois hospitais da Rede D'Or; outros cinco atenderão parcialmente

Mitchel Diniz

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Menor exposição a um pagador problemático ou perda de receitas para a concorrência? Analistas têm opiniões distintas sobre a interrupção de atendimento à Unimed Nacional por sete hospitais da Rede D’Or (RDOR3). As unidades estão localizadas em São Paulo, Distrito Federal, Bahia e Maranhão. Juntas, possuem 1.451 leitos no total. Em dois hospitais, a interrupção do atendimento será total – nos outros cinco, parcial.

Para o JPMorgan, a iniciativa ressalta o foco da Rede D’Or em descontinuar produtos de baixa lucratividade ao mesmo tempo em que reduz a exposição da empresa a pagadores com maior risco de inadimplência.

“Não vemos o movimento como divisor de águas, já que impacta menos de 1% das vendas, conforme reportou a empresa”, diz relatório assinado por Joseph Giordano e Estela Strano.  A Rede D’Or é top pick do banco no setor médico, com avaliação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo de R$ 33,45.

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No relatório, o JPMorgan destaca os problemas financeiros da Unimed Nacional. A sexta maior operadora de planos de saúde do Brasil tem 2 milhões de beneficiários, uma fatia de 4% do market share. Mas a sinistralidade da empresa em 2022 chegou aos 88%, acima da média histórica. No período, Unimed embolsou R$ 6,6 bilhões em prêmios, mas arcou com R$ 5,8 bilhões em despesas médicas.

O Bradesco BBI observa que a suspensão afeta menos da metade das receitas da Unimed. Os serviços dos hospitais da Rede D’Or que continuam na rede credenciada da operadora tem receitas maiores do que as unidades descontinuadas.

Para RDOR3, a notícia é levemente negativa, pois deve reduzir em 1,5% a receita da companhia em 2024 e mostra a desafiadora situação dos pagadores. Contudo, o BBI vê um pequeno impacto positivo para outras empresas do setor: Dasa (DASA3) (de 0,6% nas receitas), Kora Saúde (KRSA3) ( de 0,5%) e Mater Dei (MATD3) (de 0,4%).

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O incremento no faturamento dos pares parte da premissa de que a receita por leito é equivalente ao valor que a Rede D’Or deve deixar de faturar no ano que vem, algo em torno de R$ 400 milhões, e também considera o market share das empresas.

“A Dasa deve ficar com a maior parte das receitas da Unimed Nacional [17%], dada a sobreposição com a Rede D’or em todas as cidades, exceto Osasco”, escreveram os analistas Marcio Osako e Caio Rocha.

Para RDOR3, o BBI manteve avaliação outperform, a mesma de MATD3. Para DASA3 e KRSA3a avaliação é neutra.

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Em nota, a Unimed se pronunciou sobre o tema. Segue a íntegra:

“Em relação à reportagem publicada pelo InfoMoney nesta quarta-feira (21), sobre o acordo de interrupção de atendimento entre os hospitais da Rede D’Or São Luiz e a Unimed Nacional, esclarecemos que cumprimos com o pagamento da rede credenciada e que alterações como revisão de contratos, alinhamentos operacionais, negociações de pagamentos, preços e prazos são práticas rotineiras do setor. Afirmamos ainda que reunimos uma rede de atendimento altamente qualificada com soluções eficientes para garantir a excelência dos serviços aos nossos mais de 2 milhões de beneficiários”.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados