Recente fluxo positivo em mercados emergentes deve engatilhar correções

SÃO PAULO – Nas duas últimas semanas, os mercados emergentes registraram um considerável fluxo positivo de capital externo, com saldo de US$ 3,5 bilhões – marcando as melhores duas semanas desde maio de 2008. Ao ver dos analistas do Bank of America Merrill Lynch, isto pode significar um sinal de venda.

Um indício desta constatação é que nesta última semana o apetite dos investidores estrangeiros mostrou expressiva contenção. No balanço geral, os fundos de investimentos de mercados emergentes assistiram uma entrada de capital de US$ 900 milhões, enquanto os países em desenvolvimento da Ásia captaram US$ 400 milhões. Por sua vez, os fundos do EMEA (emergentes de Europa, Oriente Médio e África) e da América Latina apresentaram tímidas fugas de capital.

Sinal de venda

De acordo com o banco norte-americano, as regras de trade dizem que se o fluxo de capitais superar 1,5% do total de ativos sob gestão, é hora de desmontar posições. Nas últimas quatro semanas, a captação representou 1,7% do patrimônio dos mercados emergentes.

De olho nesta constatação, o Bank of America Merrill Lynch decreta que o sinal de venda está dado.

A equipe de análise ressalta, porém, que estes “sinais de venda” ocorrem com certo atraso, ao contrário dos sinais de compra.

Ajuste

Tanto a análise fundamentalista quanto a técnica sinaliza que, caso esta correção ocorra, ela será branda. Ainda assim, o Bank of America Merrill Lynch sugere não adotar posições vendidas.

Ao ver dos analistas, a melhor forma de proteção de patrimônio atualmente seria via opções de venda, ainda que esta estratégia se mostre mais “barata” em mercados desenvolvidos do que em emergentes.

Mesmo constatando a proximidade de um movimento de realização nos mercados emergentes, os analistas “teimosamente” acreditam que ficar comprado em Rússia, China e Brasil seja uma boa opção.