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SÃO PAULO (Reuters) – O dólar fechou nesta terça-feira no menor patamar desde dezembro passado, abaixo de R$ 5,15, na maior queda em cerca de um mês, o que evaporou os ganhos da moeda norte-americana em 2021.
O real foi o grande destaque positivo nos mercados globais de câmbio nesta sessão, impulsionado por dados mais fortes da economia brasileira no primeiro trimestre, que alimentam melhores perspectivas em vários lados da atividade, do fluxo cambial aos números fiscais.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1,2% entre janeiro e março, terceiro trimestre seguido de ganhos e acima do esperado pelo mercado.
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“É um dia importante para o real brasileiro, com o dólar caindo abaixo da linha crítica de R$ 5,20 pela primeira vez em 2021!”, comentou Robin Brooks, economista-chefe do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), no Twitter.
Brooks vê o real ainda em patamar “extremamente desvalorizado”, uma vez que, segundo ele, a moeda se recuperou com a forte alta dos preços das commodities. O valor “justo” de taxa de câmbio em seu cálculo é de 4,50 reais por dólar.
Desde os picos de março de quase R$ 5,90, o dólar já caiu 12,2% com base em contratos futuros da B3.
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O câmbio vem beneficiado por um processo de desmonte de posições bastante negativas na moeda brasileira, e analistas avaliam que esse movimento tende a se intensificar conforme a safra de boas notícias no Brasil se estende.
Há tempos que analistas de mercado argumentam que o destino do real está mais atrelado à evolução das perspectivas de crescimento da economia brasileira –por teoricamente aumentar o fluxo de investimentos e circulação de dólares no país–, além de uma normalização da taxa de juros.
O ajuste na política monetária já começou e deve se estender, segundo projeções mais recentes do mercado. E agora a economia parece dar sinais mais firmes de ganho de tração, com expectativa de ainda mais fôlego no segundo semestre conforme a vacinação mais ampla deverá permitir uma reabertura mais rápida e ampla da atividade.
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O Bank of America cortou para R$ 5,20 (de R$ 5,40) sua estimativa do dólar ao fim deste ano, citando a perspectiva de crescimento mais positiva da economia pelo banco para este ano (melhorada nesta terça), um ambiente de preços elevados de commodities e a esperada trajetória de alta da Selic (também aumentada nesta sessão).
O BNP Paribas se diz “otimista” com o real e vê um dólar ainda mais baixo (de R$ 5) até o fim do ano, atribuindo o prognóstico à perspectiva de que a economia brasileira vai acelerar, além de uma normalização dos juros que devolva a taxa de retorno do real (“carry”) a níveis “competitivos”.
A força da balança comercial também deve continuar a impulsionar o câmbio, segundo o banco francês. Dados mostraram mais cedo que o superávit comercial do Brasil em maio foi de US$ 9,291 bilhões, acima do esperado por economistas e um recorde para o mês.
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O efeito da retomada da economia pode ser ainda mais visível no câmbio, caso o Banco Central siga com altas de juros, o que ampliaria o diferencial de taxas a favor do real e consolidaria o retorno da moeda à lista de opções de investimento para “carry trade“.
Ivo Chermont, economista-chefe da Quantitas, passou a ver nesta terça Selic de 7,5% ao final do ciclo de normalização monetária, ainda no começo de 2022. A taxa é 100 pontos-base acima do nível tido como “neutro” –que não ajuda nem atrapalha o crescimento e que mantém a inflação na meta.
No fim da sessão no mercado à vista, o dólar caiu 1,52%, a R$ 5,1461 na venda.
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É o menor patamar desde 21 de dezembro (R$ 5,1232) e a maior queda percentual diária desde o último dia 6 de maio (-1,61%).
Em 2021, o dólar agora acumula queda de 0,87%. Em 9 de março, a alta chegou a ser de 11,58%. É a primeira vez desde o começo do ano que a moeda dos EUA tem recuo nessa base de comparação.
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