Real digital é um dos projetos de CBDC mais desenvolvidos do mundo, diz Fireblocks

Uma das maiores plataformas de infraestrutura de custódia diz estar próxima do BC, acompanhando a evolução da CBDC do país

Rodrigo Tolotti

Michael Shaulov, CEO da Fireblocks (Divulgação)
Michael Shaulov, CEO da Fireblocks (Divulgação)

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Em um cenário em que governos no mundo todo tentam acompanhar a evolução do mercado de criptoativos, tem sido cada vez mais comum ouvir falar no desenvolvimento das chamadas Moedas Digitais de Bancos Centrais, ou CBDC, na sigla em inglês. E o Brasil está na frente das principais potências globais neste segmento.

Essa é a visão da Fireblocks, empresa israelense de infraestrutura para custódia cripto, e que está próxima do Banco Central brasileiro, acompanhando de perto a evolução da CBDC do país, o real digital.

“Temos observado os desenvolvimentos [de CBDCs] em todo o mundo e o Brasil é um dos mais desenvolvidos, então estamos conversando com os bancos e o Banco Central para entender mais sobre o ecossistema e vendo onde podemos alavancar nossa tecnologia para apoiá-los”, diz Varun Paul, diretor de infraestrutura de mercado e CBDC da Fireblocks.

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Em entrevista exclusiva ao InfoMoney, ele e o CEO da empresa, Michael Shaulov, explicaram que têm acompanhado o andamento de projetos de CBDCs em países do G20 e que o Brasil está bem à frente, com uma moeda que interage com um sistema de stablecoins. Segundo Shaulov, esse é um momento-chave para o andamento do real digital diante dos pilotos que estão no ar no âmbito do laboratório de experimentações LIFT.

Paul explica que é preciso criar uma camada de intermediação para evitar que o BC fique com todo o controle de um sistema financeiro em que os bancos oferecem crédito. E é nesse ponto que a tecnologia da Fireblocks pode ser útil, já que a companhia oferece tecnologia de custódia em que é possível manter qualquer tipo de token, seja um CBDC, stablecoin, uma criptomoeda ou um token não fungível (NFT).

Shaulov conta que a Fireblocks está envolvida em pelo menos um dos projetos-piloto do real digital e que tem tido conversas com o BC e outros líderes de projetos. “Estamos mostrando que podemos trazer experiência da vida real para o ecossistema dos pilotos. Portanto, não será mais apenas escrever relatórios e iremos mostrar o que podemos fazer na vida real”, afirma.

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O executivo reforça também o formato da CBDC brasileira, que tem um foco muito forte em ser um “dinheiro programável”, com um papel de interoperabilidade entre blockchains e outros sistemas, diferentemente do que diversos países estão buscando. É o caso da China, em que o dinheiro digital oficial do governo tem um papel muito mais próximo do que temos no Brasil com o Pix, focado em pagamentos instantâneos.

“Parte da nossa infraestrutura permite que você interaja com os mecanismos mais complexos da blockchain, essencialmente contratos inteligentes, que acionam diferentes operações. Então, acho que o que provamos ao longo do tempo é que podemos apoiar todo o ecossistema movendo-se na velocidade certa, desde o conceito até o teste e a produção em escala”, explica Shaulov.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.